IS BEOWULF BEAUTIFUL ?

IS BEOWULF BEAUTIFUL ?

Eugenio Malta

Quem viu o filme Lord of the Rings ( O Senhor dos Aneis ) ou leu o livro The Hobbit ( ambos textos escritos pelo professor de Ingles Antigo na Oxford, J.R.R. Tolkien ) experimentou o tipo de engajamento imaginativo que moveu a literatura Anglo-Saxa~ na Inglaterra por um longo periodo de tempo.

Este periodo teve inicio, segundo os escolasticos, com o mais longo poema sobrevivente do velho ingles, o Beowulf ( autor desconhecido ) e terminou com o classico fim da Idade Media de Geoffrey Chaucer ( 1342 – 1400 ), O Canterbury Tales. Mas, a Idade Media, em larga escala, deu berco para a emergencia de formas novas, incluindo cancoes de grande obra tais como The Song of Roland e El Cid, e romances tais como Tristan and Isolt e Sir Gawain and the Green Knight. Na Italia, Dante e Boccacio transformaram o italiano numa linguagem literaria com trabalhos de sublime beleza ( haja visto Divina Comedia e Decameron ).

Tolkien fez contribuicoes de distinguida escolaridade para a discussao sobre o Beowufl e outras velhas literaturas inglesas.

Vamos adimitir, por um instante, que o Beowufl seja o mais antigo poema sobrevivido na Inglaterra Anglo-Saxa~.

(Vou seguir, neste enfoque, basicamente, a proposta e resultado das pesquisas feitas pelo professor Thomas F. X. Noble, Ph.D., Michigan State University. Ele e’odiretor do Instituto Medieval do Robert M.Conway e professor de Historia na University of Notre Dame. Ele escreveu varioslivros e inumeros trabalhos escolares. Ele tem ensinado na University of Virginia, onde ele ganhou em 1999 o Alumni Distinguished Professor award ).

Dentre a farta velha literatura inglesa nao ha’ nada como o Beowulf.

Old English e’ o nome adotado para a linguagem dos Angles e Saxons os quais se instalaram nas ilhas britanicas, particularmente naquela ilha que nos hoje chamamos de Inglaterra, nos meados de 400 e 600 da era vigente.

Os Angles vieram da Angleland ( terra estreita = narrow land ) baseada na atual Dinamarca. Ja’ os Saxons vieram do norte da Alemanha, da Saxony.

Diz o professor Noble: “The language is a Germanic language, releted to Old Saxon, related to Old Hight German, related to Old Dutch, and it is the remote ancestor of the English we speak today. It is more like modern German than it is like modern English, but that is the family tree in which you would go looking for Old English”.

Mas, ai’ vem um pequeno detalhe. Antes que o Old English comecasse a ser escrito, e’ muito importante de dizer que, ja’ havia a literatura Celtica na velha Irlanda e na velha Galia sendo escritas nas ilhas britanicas. De qualquer forma, o material celtico e o velho ingles material sao os sobreviventes da literatura vernacular europeia.

Observe que o sentido vernacular aqui empregado e’ no sentido do povo, da literatura popular que vai de encontro e oposicao a classica literatura latina e grega, como linguagem classica.

A historia ate’ hoje desvendada deste misterioso poema Beowulf desconhece o seu autor mas, o unico manuscrito sobrevivente do poema tem uma historia fascinante.

Ele e’ tecnicamente avaliado como sendo dos anos 900 ou 1000 da era vigente. O manuscrito sobrevivente deste importantissimo poema foi, aparentemente, descoberto por Laurence Nowell por volta de 1563. E seguiu simplesmente nao lido e desconhecido por centenas de anos.

Existe um par de razoes para que isto tenha ocorrido. Diz o professor Noble: “ the primary one being that Old English was increasingly an unknown, foreingn language. People in England could no longer read it, understand it, or speak it. So, this curious book – and indeed, all of the corpous of Old English material – survied only fragmentarily, and only by just the narrowest bits of luck”.

Um homem de nome Robert Cotton possuiu o manuscrito do Beowulf no seculo 17. Sua biblioteca foi severamente danificada pelo fogo em 1731. O original do manuscrito que sobreviveu tem aquele aspecto dos pergaminhos antigos comido pelo fogo pelas beradas. Muitas palavras foram perdidas.

Mas, o que sobreviveu do manuscrito conta a seguinte :

Hrothgar, o qual e’ o sabio e justo rei de Danes, tem regido bem e felizmente, celebrando no seu magnificente castelo, Heorot.

( e’ preciso entender que a ideia de castelo no poema Beowulf e’ empregada como “hall”. Pois bem, arqueologistas tem descoberto enormes “halls” de Madeira que datam do inicio da Idade Media e que nos dao algum senso historico sobre o tipo de lugar que Heorot era, o tipo de lugar descrito no poema ).

Uma temerosa besta, Grendel, de perdida descendencia de Cain, se torna invejosa do casamento de Hrothgar, e inicia um selvagem ataque ao castelo, rompendo dentro do castelo e raptando e matando um por um dos mantenedores e auxiliaries de Hrothgar.

A noticia destes ocorridos chegou ate’ o jovem Beowulf. Ele ouviu sobre o casamento de Hrothgar, e ele e alguns seguidores elaboraram um plano para navegar ate’ o reino de Hrothgar para tentar ajuda’-lo.

Atencao para este ponto: Beowulf esta’ claramente fazendo isto para ganhar fama; nao ha’ a menor duvida a respeito disto. No final do poema, o poeta nos diz que Beowulf e' ambiciosamente faminto por fama.

De qualquer modo, ele tambem parece ter tido um motivo para ajustar um debito de linha familiar.

( Tal fato, como sabido, e’ uma daquelas tipicas coisas que os leitores ou ouvintes da nascente Idade Media, com facilidade, teriam entendido )

Historicamente sabemos que haviam conexoes entre as familias reais do mundo do norte e que, de algum modo, a familia de Beowulf tinha algum velho debito para com a familia de Hrothgar, entao Beowulf tinha que ter ido para ajudar.

No poema, Beowulf atravessa o mar em direcao ao reino de Hrothgar e aproxima do castelo. Ele entra , e la’, num aconchegante, luminoso e adoravel lugar, onde as pessoas estao celebrando e bebendo e curtindo de um lado, de outro existe o ar da temeridade. A monstruosa besta Grendel esta’ a volta.

Seguro de si, Grendel avanca para dentro do castelo e Beowulf trava um combate mortal com a besta. A luta rola por toda parte dentro do castelo e o poeta deixa claro que nem Grendel e nem Beowulf tinham tido, ate’ entao, um inimigo igual. No final Grendel, mortalmente ferido volta para sua caverna e morre la’.

No entanto, a mae de Grendel, ate’ entao nao nominada no poema aparece para vingar a morte do filho. A batalha contra a mae de Grendel e’ tremenda e desaparece para dentro da caverna. Fica o suspense. O tempo passa e, eventualmente Beowulf emerge. A festa e’ reestabelecida.

Mas o poema nao para ai’. Beowulf se torna uma lenda e e’ identificado com todo aquele heroi que vence o dragao na boca da caverna.

Vale a questao: Geat? Sao Jorge?…

O poeta neste original poema termina deixando entender que o heroi Beowulf era apenas um tipo em busca da fama.

E’ este um poema ironico? Devemos nos gostar de Beowulf ou nao ? E’ para nos adimirarmos dele ou nao ? O poeta nao nos diz. Ele nao nos esclarece o que devemos pensar sobre Beowulf. Por que e’ um poema tao cheio de luminosidade, intensidade, esperancas e morte ? E’ um poema que tem perturbado os criticos por muito tempo. Nao e’ um poema com um final feliz pois o heroi e’ morto quase inexplicavelmente. O sabor da gloria e’ tirado no final do poema.

Este e’ o principio oficial da literatura inglesa.

Neste ponto, cabe uma particular injuncao extraida da literatura inglesa:

“If you’re happy now, that’s great, but perhaps tomorrow will be different. The wheel of fortune will turn.”

O poema volta agora, uma vez mais, pelo cinema, sob seu titulo original: Beowulf. Volta entorpecido pela nudez em ouro liquido da sensual Angelina Jolie. Volta sob o encanto da eterna busca das raizes misteriosas dos poderes da lenda e da mitologia sobre a nossa cultura ocidental. Volta como que tambem emaranhado pela sonoridade das duas palavras inglesas: Beautifull e Beowulf.

Eugenio Malta
Enviado por Eugenio Malta em 15/05/2008
Reeditado em 26/05/2008
Código do texto: T990862