EMPINANDO PAPAGAIOS
Na minha infância também empinei pipas(aqui entre nós cognominadas de papagaios), mas nunca participei da caçada àquelas derrubadas por linhas com cerol. Essa atividade ficava restrita à molecada mais afoita, àqueles cujos pais os deixavam à vontade para as peraltices que quisessem. Quando li o romance de Khaled Hosseini "O Caçador de pipas" , foram irrisórios os ínfimos instantes em que lembrei dos papagaios de minha meninice. Porque a trama versa essencialmente sobre a força da amizade verdadeira e a fraqueza da covardia; o horror vivido pelos afegãos ante a crueldade dos Talebans e a honra que jamais deve ser abandonada por mais bárbara que seja a realidade; o medo estampado nos olhos e nos corações dos indefesos; a culpa e o remorso sentido por quem poderia ter feito algo em defesa de alguém e não fez. A alma do leitor se incandesce de pavor, se encanta por vêzes, chora outras tantas, e acompanha os desencontros dos personagens tomado por um constante frenesi. São 365 páginas de pura amoção avassaladora. Para mim, o momento mais tocante do livro é quando o pequeno Sohrab, que no relato tem grande importância, corta os pulsos e... A história, contudo, prende nossa atenção desde o começo sem perder o fio da meada nessa sensibilidade que vai angustiando o coração até a última frase. A versão cinematográfica não está à altura do contexto literário, pude perceber ao assistir ao filme . É pobre, diferente em determinados pontos, e não foca com perfeição a extrema frieza do principal protagonista no relato quando confrontado com determinados fatos que estarreceriam qualquer um. Hassan vai levar alguns leitores às lágrimas, e a ótica dos afegãos a respeito do casamento e do namoro será realmente estranha para nós ocidentais. Enfim, O Caçador de pipas, considerado o Melhor livro do ano pelo jornal San Francisco Chronicle e figurando entre os Dez melhores do ano na seleção da Entertainmento Weekly, é leitura obrigatória para quem gosta de se deleitar com a boa literatura mundial.
Na minha infância também empinei pipas(aqui entre nós cognominadas de papagaios), mas nunca participei da caçada àquelas derrubadas por linhas com cerol. Essa atividade ficava restrita à molecada mais afoita, àqueles cujos pais os deixavam à vontade para as peraltices que quisessem. Quando li o romance de Khaled Hosseini "O Caçador de pipas" , foram irrisórios os ínfimos instantes em que lembrei dos papagaios de minha meninice. Porque a trama versa essencialmente sobre a força da amizade verdadeira e a fraqueza da covardia; o horror vivido pelos afegãos ante a crueldade dos Talebans e a honra que jamais deve ser abandonada por mais bárbara que seja a realidade; o medo estampado nos olhos e nos corações dos indefesos; a culpa e o remorso sentido por quem poderia ter feito algo em defesa de alguém e não fez. A alma do leitor se incandesce de pavor, se encanta por vêzes, chora outras tantas, e acompanha os desencontros dos personagens tomado por um constante frenesi. São 365 páginas de pura amoção avassaladora. Para mim, o momento mais tocante do livro é quando o pequeno Sohrab, que no relato tem grande importância, corta os pulsos e... A história, contudo, prende nossa atenção desde o começo sem perder o fio da meada nessa sensibilidade que vai angustiando o coração até a última frase. A versão cinematográfica não está à altura do contexto literário, pude perceber ao assistir ao filme . É pobre, diferente em determinados pontos, e não foca com perfeição a extrema frieza do principal protagonista no relato quando confrontado com determinados fatos que estarreceriam qualquer um. Hassan vai levar alguns leitores às lágrimas, e a ótica dos afegãos a respeito do casamento e do namoro será realmente estranha para nós ocidentais. Enfim, O Caçador de pipas, considerado o Melhor livro do ano pelo jornal San Francisco Chronicle e figurando entre os Dez melhores do ano na seleção da Entertainmento Weekly, é leitura obrigatória para quem gosta de se deleitar com a boa literatura mundial.