Novos Paradigmas para a Educação Virtual
O livro possui 116 páginas, dividido em: prefácio, apresentação, introdução e treze capítulos com títulos interrogativos, referências bibliográficas e anexo contendo um projeto denominado de Projeto Praia. O ano é 2003.De autoria de Beatriz Corso Magdalena mestre em Educação, bióloga, pesquisadora de Laboratório de Estudos cognitivos LEC do Instituto de Psicologia da UFRGS e Íris Elizabeth Tempel Costa psicóloga, pesquisadora do Laboratório de Estudos cognitivos LEC do Instituto de Psicologia da UFRGS, mestre em Psicologia do Desenvolvimento, Professora da ESEF| IPA. A problematização exposta pelas autoras está centralizada na necessidade da construção de novos paradigmas para a educação, inovações e fortes mudanças nas instituições que se ocupam da formação de seres humanos através do processo educativo e no desenvolvimento de projetos de aprendizagem em ambientes informatizados. No entanto, enfatizam as enormes resistências destas mesmas instituições e dos profissionais em educação em aderirem a um novo modelo educacional, preferindo permanecerem no tradicionalismo secular, em pleno século XXI, no terceiro milênio, na era da informática, das tecnologias e das mídias digitais. É importante ressaltar que num país periférico e em desenvolvimento como o Brasil, a realidade em relação à utilização da Internet e outras mídias digitais, nas unidades escolares - para trocas de saberes e experiências de cunho pedagógico - em muitos longínquos rincões sertanejos e nordestinos, ainda é um sonho a ser conquistado. São poucas as pessoas que podem ter acesso a um computador em casa, e na maioria das escolas públicas de boa parte do país, o que ainda prevalece é o uso contínuo do livro didático, único recurso pedagógico, às vezes, disponível, ficando a critério e criatividade do professor (a) outras formas de aprendizagem. Logo, os cursos de informática oferecidos pela Secretaria de Educação do Estado em parceria com o Ministério da Educação e Cultura aos professores e alunos, não atendem a demanda, haja vista, os docentes não disporem de tempo para as aulas e os alunos atendidos serem em número bastante limitado. As autoras partiram, a priori, da experimentação, da investigação no interior do processo e finalmente, acabaram formando ambientes virtuais e comunidades de aprendizagem interativas e interdisciplinares.O objetivo maior oferecido é a aplicabilidade deste trabalho em diversos setores, públicos e privados, alunos e professores das diversas modalidades de ensino (superior, médio e fundamental), especialistas multiplicadores, instituições, enfim, a todas as comunidades escolares e virtuais de aprendizagem, visando sempre à ruptura de um currículo programático e tradicional, ao mesmo tempo em que propõem desafios por parte dos alunos, construtores de uma nova forma do conhecimento nos diversos campos e áreas do saber, através é claro, do uso contínuo das novas tecnologias como instrumentos essenciais para uma nova consciência coletiva, ou seja, consciência em rede de uma proposta evolutiva educacional. A leitura do livro, inicialmente é agradável, remete o leitor às várias reflexões e posicionamentos, mas deixa muito a desejar quando aborda fragmentos textuais das contribuições dos internautas colaboradores, tornando o texto cansativo e denso. Assim, como o “Projeto Praia” (anexo), que pelo seu formato dificulta o entendimento do leitor, servindo apenas de ilustração mal feita e de pouca serventia para um estudo mais criterioso. Percebe-se que a intenção das autoras é boa em querer inovar e sugerir novos paradigmas para a construção de uma sociedade voltada para a modernização tecnológica como meio de comunicação e desenvolvimento de projetos e políticas educacionais. Destarte, esta proposta pode ser viável em determinados lugares mais desenvolvidos e de maior distribuição de renda, maior poder aquisitivo, onde os professores são capacitados em informática e com menor carga horária. Desta forma poderão disponibilizar tempo para a pesquisa e trocas de saberes, visto que o profissional em educação da rede pública da Bahia, (nossa realidade), vive correndo de uma escola para outra, às vezes, tendo ainda que continuar seus estudos, para estar sempre atualizado e conseqüentemente garantir sua vaga no mercado de trabalho e a sua sobrevivência. No entanto, é louvável a iniciativa do Programa Nacional de Informática na Educação, dos órgãos federais e estaduais e de todos os que se preocupam com os novos paradigmas para a educação brasileira. Todavia, nesse imenso Brasil onde as realidades são tão diversificadas, as novas tecnologias precisam se fazer presentes, com propósitos igualitários, onde todos possam ser incluídos no processo, em que os computadores em muitos casos, presos aos gabinetes dos diretores (uso exclusivo) possam estar efetivamente à disposição da comunidade escolar para o exercício da aprendizagem virtual, uma necessidade emergente do mundo globalizado.