A bomba de hidrogênio em Los Angeles
Resenha do romance de ficção científica "Bomba H sobre Los Angeles", de Robert Moore Williams. Livros do Brasil, Lisboa-Portugal, sem data. Coleção Argonauta 145. Título original: "The day thet H-bombed Los Angeles", "Copyright 1961 por Robert Moore Williams. Capa: Lima de Freitas.
Um tema que de vez em quando aparece na FC é o da dominação da mente humana e consequentemente do corpo, por alguma força estranha à raça humana, em geral alienígenas. O melhor exemplo que eu conheço é o romance duplo "Crepúsculo da razão" e "A revolta dos humanos", do autor britânico Jonathan Burke. Parasitas microorganicos descem à Terra numa chuva meteórica. São uma espécie de vírus, mas em contato com a pele humana saem do estado cristalino e iniciam uma infecção na direção do cérebro. Quando o atingem dominam a consciência da pessoa. Já o norte-americano Robert Heinlein, em "Os manejadores de titeres", imagina uma espécie de grandes vermes vindos de uma lua de Júpiter, que também são parasitas espaciais.
São novelas emocionantes mas não posso dizer o mesmo desta. O romance é mórbido e enfadonho, desinteressante. A ameaça é apenas uma mutação molecular surgida nos mares da Terra e que começa a dominar pessoas de Los Angeles. Sabendo o que está acontecendo o governo norte-americano simplesmente dispara três bombas H em Los Angeles para matar as criaturas - a "molécula" - como chamam. A população em grande parte é dizimada mas a ameaça continua por lá. E ninguém pode sair sem passar por triagem.
O Dr. Homer Smith é o cientista que, trabalhando duro, consegue criar a vacina (?) para conter a infecção. Vacina contra molécula? Nunca ouvi falar.
Tom Watkins é o óbvio - o herói durão e antipático que já aparece na primeira página e vai até a última. É um clichê da FC estadunidense.
Uma vez isolados em Los Angeles os personagens ainda humanos juntam-se para dar combate aos zumbis (humanos possuídos), sem muita esperança de ganhar essa guerra. O assunto será resolvido por um "deus ex machina".
Falta embasamento científico, os personagens são forçados, não há humor. A leitura é maçante e eu me desinteressei ainda no primeiro capítulo. Li até o fim por obrigação, mas não recomendo.
A capa, inclusive, é muito feia.
Rio de Janeiro, 4 de outubro de 2024.