O Demônio e a Srta. Prym
Minha mãe, com sua sabedoria ancestral, costumava dizer que "O mundo dá muitas voltas". Eu não conheço o escritor Paulo Coelho. A primeira vez que li seu nome foi numa contra-capa de um disco do cantor Raul Seixas. Isso no início dos anos de 1970. Anos depois ele me reapareceu na figura de uma espécie de guru, que havia passado do psicodélico ao místico, escrevendo livros com temas sobrenaturais, esotérico com mistura filosóficas e superstições. Não dei a menor importância. Não acreditava em Paulo Coelho. Jamais me vi diante da possibilidade de ler um livro seu. Não sei se por preconceito, descrença, inveja... Havia, de minha parte, uma rejeição felaputista à sua obra, e ia um pouco além: ridicularizava leitores do autor. A única boa imagem que tinha, envolvendo Paulo Coelho, era do ano de dois mil e alguma coisa, quando numa matéria de TV, depois de sua fala, uma estonteante loura, ucraniana se não me falha a memória, apareceu completamente nua, mergulhando num belíssimo lago de algum lugar do Leste Europeu. A mulher era tão perfeita que devassamente, pensei: "Se tiver defeito, é nas tripas". Pois bem, no início deste ano maldito de 2021, diante de um quadro de dores pessoais, com sérios questionamentos sobre a razão da existência humana, um conhecido recomendou-me a leitura de um livro de Paulo Coelho: "O Demônio e a Srta. Prym". Comprei relutante. A obra trata dos sentimentos por nós desenvolvidos: bondade, maldade, crencas, superstições, vingança, inveja, falsas idéias, ilusões, etcetera. Confesso que o livro não mudou a minha vida, nem a minha forma de pensar, mas me ajudou a olhar para outras direções - e principalmente para os indivíduos. Eu precisava realmente conhecer outras descrições sobre a raça humana. É um livro provocante. Recomendo!
Chico Potengy. 🌵
Texto de 4 de agosto de 2021