O QUE ME FALTA...
- ANNA - maio de 2007 -
Págs. 89 - 98
Que coisa! Anna lembra com detalhes de momentos do passado, no entanto, têm "brancos" de acontecimentos ocorridos a poucos minutos.
O pior é que ela está conseguindo disfarçar, não permitindo que a filha e o genro percebam os lapsos em sua memória.
Quanto antes for detectado os sinais de Alzheimer, maior a possibilidade de retardar a evolução da doença, mas é compreensível que tenhamos resistência em aceitar, mesmo quando os sintomas não deixam dúvidas de que algo está errado.
Para Anna deve ser ainda mais difícil, afinal, justamente quando está conquistando sua independência é confrontada com estes sinais, estas falhas em sua memória, que a enchem de terror e temor.
A vida nunca foi fácil para Anna, lhe foi negada a possibildade de unir-se aquele que seu coração elegeu.
Teve de casar com quem seu Pai escolheu, e para seu azar, este lhe anulou os sentimentos, impondo uma convivência de total submissão, situação que ela aceitou passivamente, inerte aos próprios sentimentos e desejos.
Fico pensando, quantas Anna's já passaram por este mundo?