ENSINO DE MATEMÁTICANOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

ENSINO DE MATEMÁTICANOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Desde a redemocratização do país se pensou em democratizar, também, a educação no Brasil e foi com esta intenção que os constituintes, em 1988, aprovaram o Art. 210 da Constituição Federal que estabelecia que a educação básica teria uma formação comum, respeitando-se os valores culturais e artísticos, nacionais e regionais, e que seria ordenada por uma base nacional comum curricular.

No entanto, foi somente em 1996 com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo 26, que se regulamentou uma base nacional comum para a Educação Básica, mas ainda haveria um longo caminho a ser percorrido. Somente em 2015, vinte e sete anos após a promulgação da constituição, que uma primeira versão de uma base nacional comum curricular foi disponibilizada e finalmente, No dia 20 de dezembro de 2017 a versão final da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino fundamental foi homologada pelo ministério da educação e no ano seguinte se homologou, também, a Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Médio, alcançando assim todo ensino Básico da Educação.

A BNCC, tem como objetivo servir como um marco da qualidade da educação no Brasil estabelecendo uma base de aprendizagens e desenvolvimentos que alcancem todos os alunos, garantindo-lhes o direito de uma educação de qualidade tanto nas escolas públicas como nas escolas particulares, superando a fragmentação das políticas educacionais no país e fortalecendo o regime de cooperação entre as três esferas governamentais.

Sendo um documento de referência nacional e obrigatório para a elaboração de currículos na Educação Básica, a BNCC busca garantir ao aluno do Ensino Fundamental a vivência das práticas da Matemática em situações reais dentro e fora da escola, orientando o professor a elaborar planos de aula que proporcionem problemas ou perguntas que exijam diferentes níveis de raciocínio, provocando e incentivando o educando a procurar respostas e soluções que devem ser explicadas e justificadas.

Estas mudanças trazidas pela BNCC exigem do professor de matemática da educação Básica um novo olhar para o processo de ensino-aprendizagem, sendo necessário associar as dez Competências Gerais, apresentadas por ela como uma direção para a produção de conhecimento, e as Competências Específicas da Matemática nas atividades, estas devem ser trabalhadas com as competências gerais de forma conjunta, progressiva e convergente.

DESENVOLVIMENTO

O professor de matemática tem que reconhecer esta disciplina como uma ciência humana viva, que surge das necessidades e preocupações de várias culturas ao longo da história e que colabora na solução de problemas científicos e tecnológicos que preocuparam e preocupam a humanidade, tendo um papel importante na fundamentação de descobertas e construções, com impactos nas diversas áreas da vida em sociedade, inclusive no mundo do trabalho, assim sendo, é de suma importância para que o aluno entenda e explique a realidade na qual está inserido, compreendendo que a aprendizagem é contínua e que ele tem um papel significativo na construção da sociedade.

Deste modo, o professor de matemática deve instigar o aluno a desenvolver um raciocínio lógico, estimulando um espírito investigativo capaz de elaborar argumentos convincentes, ao mesmo temo que recorre a estes conhecimentos para compreender e atuar na sociedade em que está inserido de forma que ao buscar explicar a realidade, continue seu processo de aprendizagem aprendendo ao colaborar com a sociedade. Ao mesmo tempo este aluno tem que ser capaz de expressar e partilhar estas informações, experiências, ideias, sentimentos construindo sentidos que permitam a sua compreensão pelos os outros sujeitos envolvidos neste processo de ensino e aprendizagem, sendo importante a construção de argumentos que o ajude a formular e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns.

O professor precisa permitir o aluno entender as relações entre conceitos e procedimentos dos diferentes campos da Matemática (Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade) e de outras áreas do conhecimento, para, sentindo-se seguro quanto à própria capacidade de construir e aplicar conhecimentos matemáticos, desenvolva a autoestima e a constância na procura de soluções.

O aluno deve ser estimulado a realizar observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos presentes na convivência em sociedade, sendo capaz de a interpretar e avaliar, crítica e eticamente, construindo argumentos para defender suas descobertas. O aluno tem que está apto a fazer uso de processos e ferramentas matemáticas, até mesmo tecnologias digitais disponíveis para exemplificar e solucionar problemas do cotidiano, sociais e de outras áreas de conhecimento, enfrentando situações-problema em contextos variados, sendo capaz de, através da imaginação, apresentar suas próprias respostas e síntese das conclusões de suas observações. O professor de matemática deve favorecer que os alunos desenvolvam e apresentem projetos que busquem discutir questões de urgência social, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários, ao mesmo tempo em que o aluno valorize a diversidade de opiniões de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceito de qualquer natureza, para isto o professor deve se utilizar de diferentes registros e linguagens como gráficos, tabelas, esquemas, e outras linguagens para descrever algoritmos, como fluxogramas, e dados, favorecendo a interação entre os alunos para que estes procurem cooperar uns com os outros, participando de forma coletiva no planejamento e desenvolvimento de pesquisas para responder a questionamentos e na busca de soluções para problemas, permitindo que estes identifiquem aspectos consensuais ou não na discussão de uma determinada questão, respeitando o modo de refletir dos colegas e aprendendo com eles.

Nos anos finais do Ensino Fundamental na Matemática na BNCC, as unidades temáticas permanecem as mesmas dos anos iniciais, por isto é importante ter em mente a experiência e os conhecimentos matemáticos já adquiridos pelos estudantes, no entanto, é evidente que existe uma evolução natural no desenvolvimento das habilidades entre os anos iniciais e anos finais, assim, o estudante precisa fazer o uso da linguagem simbólica, da representação e da argumentação, sendo possível a utilização de outras áreas do conhecimento para a elaboração de atividades sendo importante considerar a autonomia para os estudantes, pois eles devem explicar suas respostas, seus erros e acertos, e discutir o raciocínio com os colegas.

O professor deve possibilitar ao aluno a possibilidade de reconhecer, comparar e ordenar números reais, como conceitos básicos de economia e finanças, sendo importante aprender a lidar com operações fundamentais, resolvendo situações-problema empregando os axiomas algébricos no ambiente em que está inserido, elaborando problemas que possam ser concebidos por sistemas de equações e inequações, inclusive no plano cartesiano, tendo a tecnologia e a linguagem algorítmica como facilitadores na identificação de padrões, constituindo generalizações e utilizando esses conhecimentos para alicerçar descobertas e construções, se utilizando de conteúdo algoritmos e fluxogramas, na solução de problemas e desenvolvendo a percepção espacial e a construção do raciocínio hipotético-dedutivo.

O professor deve prepara o aluno para resolver e elaborar problemas que envolvam as grandezas comprimento, massa, tempo, temperatura, área, capacidade e volume, sem uso de fórmulas, no ambiente, contextos e situações reais, utilizando-se, inclusive, de linguagem computacional por meio do estudo de medidas de capacidade de armazenamento de computadores como grandeza.

CONCLUSÃO

A BNCC é uma conquista da democracia brasileira e de toda a sociedade que buscou construir uma Base Nacional Comum Curricular, que atendesse as necessidades da educação e que favorecessem a União, Estados, Distrito Federal e Municípios a construção de uma base pensada na qualidade do ensino e aprendizagem. O professor de matemática deve possibilitar ao aluno a possibilidade de ser o protagonista da sua aprendizagem. O professor que entenda o seu papel como facilitador possibilitará que o aluno atue como sujeito no processo de ensino e aprendizagem, sendo provocado a falar de suas ideias e discutir as soluções encontradas com os demais colegas, sendo imprescindível a utilização de situações do cotidiano para mostrar a importância desses conteúdos para a formação do cidadão, sendo necessário, também, trabalhar a integração entre os saberes de outros componentes curriculares para que aluno e professor possam construir juntos os saberes da matemática e consequentemente a construção de uma sociedade mais justa e solidária, tendo todos os membros da sociedade como partícipe da construção de um novo mundo, mas para se construir algo novo é preciso entender o velho em seus diversos aspectos, para o bom seja consolidado e o ruim ressignificado.

REFERÊNCIA:

BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>

acesso em 24/09/2022.

Fernando Rocha da Costa
Enviado por Fernando Rocha da Costa em 17/04/2024
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