ENSINO DE GEOMETRIA EM SALA DE AULA

RESENHA CRÍTICA

Fernando Rocha da Costa

nando.da.rocha@hotmail.com

LORENZATO, Sergio Apparecido. Porque não ensinar Geometria? In: A Educação Matemática em Revista. Blumenau: SBEM, ano III, n.4, 1995, p. 3-13.

Segundo o autor, o ensino de Geometria está ausente ou quase ausente nas salas de aula do Brasil, devido, principalmente, a falta de conhecimento geométricos por parte de muitos professores, já que o currículo dos cursos de licenciatura em matemática dá pouca importância ao estudo da geometria, outra causa é o modo como a geometria é apresentada nos livros didático, além de quase sempre está na sua final a qual raramente é alcançada por falta de tempo letivo. Ainda, segundo o autor, se faz necessário um amplo e contínuo esforço das diferentes áreas da educação para que seja efetivada alguma mudança no ensino da geometria escolar, inclusive com a mudança dos currículos dos cursos de formação de professores, sendo, deste modo, não só uma questão didático-pedagógico, mas, também uma questão social-epistemológica que envolve os diversos mecanismos de educação.

Diante disto, o autor do texto busca justificar a necessidade de se aprender geometria na escola com a necessidade de o aluno desenvolver o raciocínio visual, cuja a falta impossibilita a resolução de situações geometrizada da vida, o seu uso como facilitador para a compreensão e resolução de questões de outras áreas de conhecimento humano, ou seja, sem a geometria é praticamente impossível interpretar o mundo a nossa volta, pois a geometria está por toda parte.

É apresentado propostas curriculares e livros didáticos de outros países que demonstram algumas tendências do ensino de geometria como a sua utilização na Pré-escola, baseada numa geometria intuitiva que busca promover a observação e exploração das formas presentes no espaço onde a criança está inserida e no qual ela interage. Nos anos iniciais do ensino fundamental, se apresenta a presença da geometria no meio ambiente, as formas são reproduzidas e investigadas; sendo explorada as transformação dos elementos geométricos, sua associação as ideias numéricas e/ou medidas, tendo, como principal objetivo permitir a formação do senso espacial da criança, possibilitando que estas resolvam os diversos problemas que envolvam objetos geométricos.

Nos anos finais do ensino fundamental a geometria é apresentada como uma maneira de descrever o mundo, explorar as transformações das figuras geométricas, utilizar a geometria na resolução de problemas, aplicas as suas propriedades e favorecer a verificação de hipóteses, por fim a integração da geometria com a Aritmética, com a utilização do vocabulário da geometria, sem dispensar, é claro, o material didático de fundamental importância, pois sempre permitir ao aluno a imaginação.

De fato, o ensino de geometria vem sendo negligenciado por parte dos currículos nos cursos de formação dos professores o que diminui a competência do ensino na sala de aula, outro fato é a colocação da geometria no final dos livros didáticos geralmente deixadas de lado por falta de tempo para terminar o livro, mas, não se pode esquecer a importância dos outros elementos do currículo de matemática para o aprendizado do aluno e a sua construção de percepção de mundo. Infelizmente o nível educacional da matemática ainda se encontra limitado por diversos fatores socioeconômicos que impossibilita o avanço dos estudos da matemática, sendo necessária a escolha de outras áreas, em detrimento da geometria, e, principalmente a dificuldade que o aluno ainda tem no processo de aprendizagem que obriga o professor a demorar mais tempo em determinadas áreas.

Não se pretende negar a importância dos ensinos da geometria para a compreensão do mundo em que o aluno está inserido, mas existe a necessidade de se explorar assuntos mais fundamentais, já que o aluno, geralmente, não consegue uma assimilação mais rápida do que se deveria. Mas, a ideia da exploração dos elementos geométricos não só é possível quanto necessário pois, acima de tudo é lúdico e a percepção do espaço e do meio ambiente em que se está inserido é fundamental para a formação do indivíduo. Pode-se sim, com a reformulação do currículo dos cursos de licenciatura em matemática, com a preparação do professor, ser possível permitir um maior avanço no ensino da matemática e consequente a aprendizagem da geometria.