Pobre Liza - Nikolai Karamzin
O narrador (que não sei quem é) faz uma bela descrição de Moscou; as cúpulas, o rio, os bosques.
Ele gosta de passear pela colina em que ficam dois mosteiros e um castelo, de onde se avista toda Moscou. Descreve como imagina que era o lugar e quem viveu ali. Ao avistar o bosque de carvalhos centenários, lembra da Pobre Liza, que viveu numa cabana ali perto, junto com a mãe há cerca de trinta anos.
O pai de Liza era abastado e sóbrio, mas ao morrer, Liza e sua mãe precisaram arrendar as terras. Vivendo de costura e venda de flores.
A mãe de Liza chorava sem parar pela perda do marido e Liza a confortava dizendo que chorar não o traria de volta. A mãe afirmava que choraria depois que morresse, porque pra onde ela iria as pessoas não choram. Liza escondia a saudade do pai.
Num dia em que Liza foi para Moscou vender flores conheceu um rapaz rico que queria lhe oferecer mais do que ela pedia nas flores, ela recusou e ele então pagou o valor pedido por ela. Passando assim uma impressão muito digna e bem-apessoada.
Ela contou para a mãe demonstrando todo seu entusiasmo. A mãe, por outro lado, a advertiu de que mesmo aparentando bem, as pessoas podem ser más. Liza já estava usando as lentes da paixão. Já possuía um hóspede na alma. Nada mais fazia sentido além de Erast. Ela já não via a beleza das coisas como costumava ver. Ambos se encontravam às escondidas, porque Erast pediu a Liza que não contasse nada à sua mãezinha.
Erast admirava Liza, contemplava sua beleza, tocava em suas mãos. E fez questão de tornar-se comprador exclusivo de suas flores.
Queria ter ela só pra ele mas sem firmar compromisso. E, ao ver como ela o amava, ele parecia mais agradável a seus próprios olhos. Erast era um bom ouvinte, ouvia a mãe de Liza contar sobre tudo a respeito delas e de suas vidas.
No calor das emoções os dois transaram e o narrador reprime Liza Ah, Liza, Liza, onde está sua inocência?
O que era contentado apenas com o olhar, depois toque de mãos, depois beijo, em seguida o sexo, passou a não significar nada e não despertar nem um pouco da atenção de Erast.
O amor platônico havia cedido lugar a sentimentos dos
quais ele não podia se orgulhar e que já não lhe eram novos.
a realização de todos os desejos é a mais perigosa tentação do amor.
Liza, ao contrário, o amava cada dia mais. como um cordeiro, submetia-se em tudo à sua vontade e só encontrava felicidade no prazer dele.
Certo dia, Erast decidiu ir para a guerra, tendo assim a desculpa para se afastar de Liza e cumprir seu papel para com a pátria. Mas ele chorou lágrimas de crocodilo ao despedir-se dela. O que a fez pensar que era-lhe penosa a partida. (Isso ficou dúbio pra mim, não sei se ele é um babaca ou só se perdeu pela satisfação dos desejos).
Liza ficou tremendamente amargurada e cogitou segui-lo mas lembrou que tinha mãe.
Erast deixou-lhes cem rublos.
Passaram dois meses e Liza foi até Moscou e viu Erast numa carruagem. Correu e o abraçou. Ele a puxou para o gabinete de uma casa enorme onde ele morava e disse que agora estava casado com uma viúva que há tempos suspirava por ele. (Mas o narrador diz que ele suspirava por Liza. Hã?! Circunstâncias da vida e da sociedade? Vide Cinco centímetros por segundo).
Erast foi para a guerra mas ao invés de combater o inimigo, perdeu tudo em jogos de cartas. Por isso viu como única alternativa se casar com a viúva rica.
Erast a dispensou e mandou o mordomo colocá-la pra fora.
Ela seguiu moribunda em direção à sua cabana quando parou diante de um lago profundo, de repente viu uma mocinha que era sua vizinha. Pediu a essa mocinha que levasse o dinheiro para a mãe e que lhe beijasse a mão. E então Liza se atirou no rio. A menina correu para pedir ajuda e quando chegaram já era tarde.
O narrador conta que conheceu Erast um ano antes de sua morte, que ele contou-lhe esta história e o levo até o túmulo de Liza.
Agora é possível que já tenham se reconciliado!