Resenha: Meu Poeta Augusto dos Anjos
Resenha: Meu Poeta Augusto dos Anjos
Livro: Eu & Outras poesias
Autor: Augusto dos Anjos
Editora: L & PM Pochet Editores S/A/ 1998
Impressão: 2001
Não se ensina filosofia; ensina-se a filosofar. (Kant)
O Poeta Augusto dos Anjos é considerado, à época, pré-modernista. Período de transição entre o simbolismo e o modernismo; que marca o início da Semana de Arte Moderna de 22. Fase em que reúne um sincretismo estético, ditado por características neo-realistas, neo-parnasianas e neo-simbolistas.
A Poesia augstiana fora marcada por temas sombrios, pessimistas, angustia; ligados à correntes ceticistas, cientificistas, e até niilistas. E, por isso mesmo, fora estigmatizado como o Poeta da Morte. Sua influência maior fora Baudelaire, Spencer, Alan Poe e, inclusive, o Goethe.
Sinta-se todo o peso linguístico a seguir:
À pg.16 –
Eu, filho do carbono e do amoníaco, / Monstro de escuridão e rutilância,/ Sofro desde a epigêneses da infância,/A inluência má dos signos do zodíaco.//Profundissimamente hipocondríaco,/ Este ambiente me causa repugnância.../Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia/ Que se escapa da boca de um cardíaco.
Sua verve literária é tomada por palavras funestas e metafóricas a cada palavra escrita e, por conseguinte, declamada por seu leitor.
Note-se à pg. 20
Cão! – A alma de inferior rapsodo errante! / Resigna-a, ampara-a, arrima-a, afaga-a, acode-a/ A escala dos latidos ancestrais...
E, mais adiante à mesma página
(...)Jamais emprega o acérrimo exorcismo/Em sua diária ocupação funérea, / E vive em contubérnio com a bactéria,/Livre das roupas do antropomorfismo.
Por fim, esse volume inclui Eu (1912), único livro publicado em vida - que por sinal, fora ignorado pela crítica do início do século; e ainda, seus versos foram tidos como esquisitos, aberrantes - E também Outras poesias que são publicadas apenas de maneira esparsas.
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, 1884 – 1914. Em minha ínfima opinião, o Poeta Maior da PB e quiçá do mundo.