A Queda - Albert Camus
Narciso explica
Não subestime a quantidade de páginas deste livro. Ele é pequeno mas imenso. Denso e real.
Um advogado autodenominado juiz-penitente, que antes se via como caridoso, generoso, perfeito, de repente percebe que não é tudo isso e que também é mau, cruel, egoísta, sádico, perverso, egocêntrico, ganancioso, hedonista.
Sendo uma confissão existencialista nada mais justo que o reconhecimento de que somos todos vítimas e algozes. Somos críticos e indulgentes, somos carrascos, de nós e dos outros. Somos fraternos, não por vontade própria, mas por necessidade de sobrevivência. Nem preto, nem branco; o cinza é a cor. Nem Yin nem Yang; mas ambos. A dualidade, a ambiguidade, o espelho que existe em cada um de nós. É sobre isso.