Resenha Crítica a Meditações de Marco Aurélio
Aurélio, Marco. Meditações.; tradução de Willians Glauber. - São Paulo: Citadel, 2021.
Costa, Sávio Eduardo Cardoso do Nascimento.
Para dar-se início à esta resenha reflita: é possível obter um estilo de vida equilibrado e tranquilo na sociedade atual? É exatamente esta perspectiva que a obra “Meditações” de Marco Aurélio nos apresenta; como a utilização de virtudes da linha filosófica, o estoicismo, possui a eficácia em entregar-nos a tão sonhada “paz”. Marco Aurélio foi considerado um dos 5 últimos grandes imperadores de Roma. Nascido em Roma, dentro de círculo familiar aristocrata1. Seu nome à princípio era Marco Ânio Vero, que manteve até ser adotado por seu tio Antônio Pio. Após, tornou-se herdeiro do trono, onde teve prestígio, um reinado de respeito e admiração. Atualmente as suas escrituras, concentradas em seu livro “meditações”, tornaram-se ferramenta de estudiosos da filosofia e psicologia.
O livro retrata as vivências do imperador (Marco Aurélio) que apesar de ser aplicado a filosofia estoica e ser detentor de tal poder (um império; Roma), passou por muitas adversidades. No entanto manteve-se em equilíbrio. Esse livro, que antes veio a ser um diário de Marco, mostra-nos quais foram os pensamentos conservados por ele para superar os problemas, assumir suas responsabilidades para com o povo, consigo e família, e ainda assim, desenvolver sua espiritualidade, psicológico e ética.
Desmitificando a obra para a compreensão de sua demasiada importância no cenário social atual, os pensamentos transmitidos no livro nos levam a refletir nossas atitudes como “seres sociais”, a maneira como o nosso comportamento individual influência, como nos deixamos influenciar, e como se alterarmos nossas atitudes podemos “degustar” de uma vida espiritual e psicológica confortável. Um de seus ensinamentos é: “você tem poder sobre seus pensamentos - não sobre eventos externos.” O que nos leva a entender que não é possível “equilibrar todos os pratos”, fala da psicóloga Alana Anijar; ou seja, os pensamentos e atitudes dos demais não estão em nosso controle, apenas a maneira como escolhemos reagir a tais eventos. E se escolhermos reagir com bondade, como ele cita em um trecho do livro “O melhor tipo de vingança, é não se tornar como eles.” (p.80) nos tornamos melhores, cultivando pensamento, hábitos e atitudes honrosas.
Apresentado os argumentos anteriores, faz-se notório a importância da obra, ela apresenta-nos preceitos virtuosos e de grande valor filosófico. A obra tem como base a valoração do pensamento racional como princípio para uma vida virtuosa, oferecendo ideias para uma possível organização social - o que deixaria Émile Durkheim2 curioso! - uma organização repleta de virtudes. Se cada um se apropriasse dos conhecimentos de Marco Aurélio, acorreria uma disseminação de bons valores; como bondade, racionalidade, justiça, empatia, altruísmo... valores estes que estão cada vez mais escassos na sociedade capitalista.
Conclui-se que a obra “Meditações” é um vasto campo de conhecimento amplo da sociedade, de seus comportamentos e valores. O que era um simples diário com a função do autoconhecimento para o Imperador, atualmente para a sociedade pode ser uma possibilidade de aprimoramento de seus conhecimentos, conceitos e princípios que se aplicados ao cotidiano pode exprimir grandes avanços na sociedade, em específico; seus comportamentos.