O PSICOPEDAGOGO NA SOCIEDADE ATUAL

Este assunto versa sobre a importância de se pensar o conjunto de relações entre escola, Estado e sociedade, refletindo desta forma o processo educativo na condição de formador de conceitos e capaz de moldar a própria humanidade. Daí a importância do psicopedagogo face ao contexto ensino-aprendizagem.

Até porque, o atual paradigma de competência repousa em uma ação humana criativa, contextualizada, adequada à realidade, respaldada no conhecimento científico e realizada com muita maturidade emocional.

Cronologia da Educação no Brasil:

A escola, enquanto instituição surge com o estado democrático burguês, fruto da Revolução Francesa.

A burguesia tinha a escola como objeto de ascensão e ostentação social.

No Brasil, a educação escolar só se consolida com a vinda da Corte Portuguesa.

A dicotomia capitalismo/socialismo se acentua com a Guerra Fria. Os marxistas defendiam programas de “educação de base” e os capitalistas, por sua vez, a “universalização do ensino” e a denominada “educação para todos”.

A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional, é projetada inicialmente por Darcy Ribeiro, com as seguintes tendências para o século XXI:

•Universalização do ensino, igualdade de acesso e permanência na escola, cuja gestão democrática seja pautada com a inserção do Plano Decenal de Educação – PDE – anos 1990/2000;

•“Aprender a aprender”, como instrumento de valorização dos processos de aprendizagem face aos recursos didáticos implantados como balizadores da educação de qualidade;

•Qualidade educacional como ferramenta de acesso à novas oportunidades de valorização do corpo docente;

A escola atual, no sentido da relação para com o Estado, necessita de se adequar à política educacional emanada do sistema, como forma de inserção social.

Existem, portanto, tendências que podem ser expressas face às suas características, como sendo:

•Todas as instituições necessitam estar contextualizadas, no estabelecimento de compromissos sociais;

•Não há uma relação biunívoca entre ensino/aprendizagem e, a crucial pedagogia não se resume apenas num bom ensino;

•Qualquer ciência tem, também, suas limitações.

Nesse contexto, a cultura não pode mais ser vista como simplesmente um acúmulo do saber. O homem culto, na atualidade, é aquele que sabe onde encontrar a informação necessária, tendo, pois, condições de selecioná-la com sobriedade.

A sociedade globalizada, no entanto, apesar de mensurar possibilidades de criação de uma cultura tida como universal, aguça o individualismo e a competição.

Diante dos desafios da pós-modernidade, a escola muda ou desaparece. (Ilich, 1977).

Os processos de ensino/aprendizagem e, sobretudo os de avaliação, precisam ser adaptados e reformulados para atender as necessidades reais e individuais.

O homem é um ser da comunicação, no sentido de que, para saber o que é, para saber de si, precisa estar com o outro.

A Psicopedagogia tem o papel de desempenhar na nova escola, o conhecimento que tem, com objetivos consolidados, como: velar, cuidar, organizar as relações comunicativas. Sendo primordial o papel do psicopedagogo, algo decisivo na formação do profissional do século XXI.

O Psicopedagogo tem a função de ser “suporte”, quer dizer, um mediador de informações, indicando caminhos possíveis a serem trilhados pelo sujeito.

Aprender a lidar com o desconhecido, com o conflito, com o inusitado, com o erro, com a dificuldade, transformar informação em conhecimento, ser seletivo e buscar na pesquisa as alternativas para resolverem os problemas que surgem são tarefas que farão parte do cotidiano do psicopedagogo.

A escola, no cumprimento da sua função social, deverá desenvolver nas crianças e jovens que nela confiam a sua formação, competências e habilidades para prepará-los para agir conforme as exigências da contemporaneidade.

Como não há como se distanciar desta realidade, todos os profissionais da educação sentem a necessidade de refletir sobre suas ações pedagógicas no que diz respeito a conhecer e reconhecer a importância do sujeito da aprendizagem, a entender o que pode facilitar ou impedir que se aprenda.

Auxiliando professores e todos aqueles envolvidos com a questão do aprender, surgiu a Psicopedagogia, ciência nova que se destina a buscar as causas dos fracassos escolares e resgatar o prazer de aprender numa visão multidisciplinar, podendo orientar as instituições escolares e seus professores e atender a pais e alunos na perspectiva de transformar as relações com o aprendizado.

Nas relações entre escola, Estado e sociedade, o psicopedagogo pode vir a ser o profissional que articula instâncias reguladoras entre os diversos âmbitos da realidade educacional.

Referência: Artigo - Júlia Eugênia Gonçalves – Fundação Aprender - MG