O quarto volume das Guerras de Lodoss
O QUARTO VOLUME DAS GUERRAS DE LODOSS
Miguel Carqueija
Resenha do romance de fantasia “Crônicas das Guerras de Lodoss” volume 4: “A montanha do dragão de fogo”, parte 2, de Ryo Mizuno (texto) e Yutaka Izubuchi (ilustração). New Pop Editora, sem data. Título original japonês: “Shinsoban Lodoss to senki, volume 4: Karyu zan no maryu jo”, Kadokawa Corporation, Tokyo, 2013. Tradução: Suellen Sato Ide. Comentários finais de Keiichi Shigusawa.
As Guerras de Lodoss são um tanto repetitivas mas fazem uma boa interação entre literatura, quadrinho e animação.
Neste quarto volume continuamos a encontrar excelentes ilustrações, algumas coloridas, que ajudam a visualizar melhor a história, principalmente se levarmos em conta que diversos personagens não são humanos. Um deles é o dragão de fogo, Shooting Star, remanescente de uma época ancestral de Lodoss e, embora odiasse os seres humanos, estava preso por encantamento à obrigação de proteger, em sua caverna, o tesouro que um antigo rei lhe havia confiado.
O guerreiro Parn e sua companheira elfa Deedlit estão presentes também neste volume, assim como o Rei Kashoe. Tem grande destaque o “cavaleiro negro da ilha amaldiçoada de Marmo”, Ashrum, homem poderoso, ambicioso e assustador. O mago Slain e sua esposa e também maga ou sacerdotisa, Laillia, reaparecem, sem grande destaque.
A trama se concentra um pouco em Orthon, um guerreiro “berseker” — na explicação do texto um sujeito que carrega uma espécie de maldição: um “elemental” da fúria. Se esse parasita tomar a sua mente Orthon se torna incontrolável; mas por amor a Sielis, a jovem mercenária que o acompanha, consegue sempre se controlar.
O que eu acho irritante na história é a presença de “deuses” disso ou daquilo e a aparente ausência do convite de Deus (monoteísta).
O autor joga bem com as idiossincrasias dos personagens, suas motivações secretas, a baixa lealdade de vários. Alhaib, por exemplo, obedece a Ashrum, mas esconde suas verdadeiras intenções e, mesmo acompanhando o Cavaleiro Negro à montanha do dragão de fogo — são dois grupos que enfrentam o monstro — comunica-se magicamente com o mago negro de Marmo, Wagnard, que tem seus próprios planos.
O romance é interessante mas seu nível literário não alcança C.S. Lewis, J.R.R. Tolkien ou John Jackson Miller.
Rio de Janeiro, 13 de julho de 2023.