O VIVER EM VINTE VERSOS: NAS ESTRADAS DA VIDA (ANTOLOGIA)

CAMINHOS E JORNADAS

ANTOLOGIA: NAS ESTRADAS DA VIDA

EDITORA: EHS EDIÇÕES

SÉRIE: O VIVER EM VINTE VERSOS

BLOG: RESENHAS DO CLÁUDIO (resenhasdoclaudio.blogspot.com)

VERSO 01

Zélia e Jorge imortalizados estão de bronze sentados!

Poema: Rio Vermelho

Poetisa: Amanda Maria

Neste verso a baiana Amanda Maria fala do bairro Rio Vermelho de Salvador e cita dois ícones da literatura que conseguiram traduzir a vida com suas contradições, em seus escritos. Anarquistas, graças a Deus resume isto.

VERSO 02

Por estradas de espinhos e incompreensão

Poema: Inspiração!

Poeta: Cláudio Araújo

A vida é este caminhar por estradas nem sempre pavimentadas. O poeta traz aqui um retrato de itinerários que podem nos trazer espinhos e incompreensões, pelas quais passamos, e carregando este fardo pesado, mais que realmente merecemos.

VERSO 03

Que destruir ódios secos tira o amor da penumbra...

Poema: Outros céus

Poeta: Diego Tomasco

É um aprendizado lento, como o autor menciona em versos anteriores no poema, mas para que o amor saia do nosso íntimo e floresça, é preciso que a gente quebre o ódio já cristalizado em nosso corações.

VERSO 04

É sempre assim, vivemos um eterno aprendizado

Poema: Efemeridade

Poeta: Diógenes de Brito

Este verso se conecta com o verso 03 de Diego Tomasco, o aprendizado é lento, mas é vivendo e aprendendo que a gente constrói a nossa história de quedas e glórias.

VERSO 05

Arco-íris e Aquarela

Poema: O arco-íris e aquarela

Poeta: Edilson Lobão

Amar alguém faz parte da nossa vida. É neste amor personificado na pessoa amada que a gente vê as cores da vida. O poeta Edilson Lobão vê estas cores em Marlene, sua flor que traz a magia das cores da felicidade como um arco-íris ou uma aquarela.

VERSO 06

O despertar ao canto do galo

Poema: Meu Nordeste, minha terra

Poeta: Henning Winter

Ao mencionar uma cena bucólica da vida rural, diria pastoril na linguagem árcade em se tratando de literatura. E por mais que a gente ganhe o mundo, as imagens e as vivencias do nosso florescer sempre estarão presentes em nossas vidas.

VERSO 07

Quadro vivo de um entardecer pintado por Deus

Poema: Pinturas Divinas

Poetisa: Kátia Montalvão

Ainda que o entardecer pareça uma hora triste, como é para mim, Deus conseguiu por beleza no findar do dia e a poetisa conseguiu captar muito bem o contraste entre os raios do sol que colorem a paisagem e as sombras da noite que vai engolindo o tempo.

VERSO 08

A vida é uma caminhada

Poema: O caminho

Poetisa: Lucy Sousa

O primeiro verso do poema já traz a visão da vida enquanto movimento. Ora a caminhada é um rastejar, ora é aceleração perigosa. Saber viver é saber dosar a velocidade. Mas caminhar sempre.

VERSO 09

Solidão não é estar só.

Poema: Solidão

Poetisa: Marlete Alves Magalhães

A solidão não é a ausência de pessoas, mas ausência de vontades. A solidão não estar em casa sem ter a presença de uma pessoa. Ela pode acontecer no meio da multidão. E a poetisa descreve muito bem. A solidão, enquanto ausência de vontades, pode ser uma pedra pelas estradas da nossa vida.

VERSO 10

Eu vou

Poema: Estrada serpentina

Poetisa: Marli Beraldi

O pequeno verso, porém, profundo, diz muito sobre a decisão de colocar a nossa vida em movimento. Ir sempre em frente, enfrentando subidas e descidas, curvas sinuosas, é preciso sempre ir pelas estradas da vida.

VERSO 11

É tempo de recomeçar e tirar as travas do olhar

Poema: Anseio de paz

Poeta: Marli F Freitas

Quando os invernos da nossa vida se vão, é preciso tirar as travas dos olhos para enxergar a primavera que o vai-e-vem da vida nos oferece, fazendo-nos trafegar por distintas estações.

VERSO 12

A profundidade do nada

Poema: Letargia para o nada

Poeta: Paulo Roberto Silva

O nada é mais profundo que a densidade do alguma coisa. Conclusão que chego ao deparar com este verso abrindo um belo poema que descreve o rastejar do ser que nada aspira, que com nada sonha, que nada projeta.

VERSO 13

Bêbadas de vento e orvalho

Poema: Tarde de chuva

Poeta: Plínio Fontoura

Ao se referir às flores na tarde em que cai a chuva, o poeta usa essa bela imagem das flores dançando ao vento. E perceber a beleza da natureza é viver intensamente o ambiente em que o acaso nos proporcionou. Pelas estradas da vida precisamos ler os poemas escritos por Deus na singeleza, ou na rudeza, da paisagem.

VERSO 14

Hoje apenas cavalga o tempo

Poema: Caminhos

Poeta: Plínio Fontoura

O tempo é o que dosa a velocidade da nossa vida. E o poeta em Caminhos fala do legado das gerações. Onde havia pressa agora há lentidão.

VERSO 15

Correr, correr, correr... Pra quê?

Poema: Renascer

Poetisa: Rita de Cássia Barreiro

Mas um verso ligado à questão da velocidade da vida. A poetisa aqui questiona sobre o correr tanto. Sobre a pressa. É bom parar e refletir. A vitória em uma luta não se dá na velocidade, mas na ferocidade.

VERSO 16

Arrastando sua cruz em vasta solidão

Poema: Peregrino

Poeta: Roberto Paixão

Na estrada da vida somos peregrino, assim é a visão do poeta que vê o homem solitário levando a sua cruz, o peso do ingrato destino. Mas da oração vem o pão e no amanhecer a ressurreição. Na via-crucis do viver o que suaviza é a devoção.

VERSO 17

As pessoas não se olham e não se entendem

Poema: A jornada

Poeta: Robson Gomes

O título do poema é mais um sinônimo do movimentar da vida. Em nosso navegar pelas ruas somos solitários nesta jornada em tempos de coisificação do ser humano.

VERSO 18

Por onde eu andei nas poucas viagens que fiz?

Poema: Pesca do sururu

Poetisa: Vânia Lúcia Malta Costa Catunda

Viagem não é quantidade, ou lonjura. Viagem é a intensidade com que se vive cada momento que dela faz parte. O poema começa com uma indagação. Ela observa a pesca e ao aproveitar uma viagem se faz tantas outras ao entrar na vida das pessoas e suas realidades.

VERSO 19

É barulho de socorro

Poema: O mundo está cheio de barulhos

Poetisa: Vanice Ricardo do Nascimento

Entre tantos barulhos há que escutar o barulho do socorro que a natureza e tudo que está sob o peso da opressão, da exploração do capital, da coisificação de pessoas e fatores do meio. Viver é ouvir e entender cada signo de cada barulho.

VERSO 20

A vida machuca e a gente se ajeita

Poema: O santo e o sábio

Poeta: Wagner Planas

Entre as lições sobre o viver que o poeta vai discorrendo estão os ensinamentos do Mestre Jesus Cristo e do seu pai. A vida não é perfeita, não é um colo de mamãe. A vida machuca a gente de todas as formas, mas a gente se adapta. Adaptar-se é prolongar a vida.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 08/07/2023
Reeditado em 08/07/2023
Código do texto: T7832289
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