Um cachorrinho chamado Samba

 

UM CACHORRINHO CHAMADO SAMBA

Miguel Carqueija

 

Resenha do livro infantil “O cachorrinho Samba”, de Maria José Dupré. Editora Ática, São Paulo-SP, 16ª edição, 1993. Coleção Cachorrinho Samba. Ilustrações: Adelfo M. Suzuki.

 

Autora do que eu chamo “literatura interessante”, ou seja, sem a chatice e o estilo pesado (para não falar dos detalhes crus ou mesmo sórdidos de certos autores) de escritores tidos como clássicos, e dona de estilo leve e agradável, Maria José Dupré, como Paulo Setúbal, foi um grande sucesso em sua época.

“O cachorrinho Samba” conta a história de um protagonista canino, que aparece também em outros livros.

Samba, ainda filhote, é adotado por uma família de classe média onde tinha a Dona Maria, a menina Vera, o Pedro, a Vovó, a Dermina, o “Doutor”, que cheirava a cigarro. Já a Vovó tinha cheiro de água-de-colônia.

Ainfa havia outro cachorro na casa, o Whisky, que acaba sendo mandado para uma casa de campo porque fugia muito.

Mas há drama e comédia na história. Samba, um “fox”, terá sua dose de sofrimento ao se ver perdido pelas ruas da cidade grande, faminto, escorraçado, adotado por pessoas estranhas, pelo pela carrocinha de cães.

A novela concentra-se no ponto de vista de Samba, que não entende muita coisa do mundo humano mas que é leal a ponto de enfrentar um ladrão de residência.

Livro muito bom para crianças, tem mais de cem páginas adornadas por boas ilustrações.

Maria José Dupré é co-fundadora (com o marido Leandro Dupré e Monteiro Lobato, Caio Prado Júnior e Arthur Neves) da Editora Brasiliense (1943); o lançamento de “O cachorrinho Samba” foi em 1949; é autora também de “Éramos seis”, “A ilha perdida”, “Angélica”, “O cachorrinho Samba na floresta”, “A montanha encantada”, “A mina de ouro”, “O cachorrinho Samba na fazenda” e muitos outros livros.

 

Rio de Janeiro, 18 de maio de 2023.