Ensinando no Caminho

Ensinando no Caminho – Melina Pockrandt

Práticas para investir na vida espiritual de seu filho.

Introdução.

A leitura desse livro levou a idealização e desejo de compartilhar com outras mães as práticas de como investir na vida espiritual dos nossos filhos.

Hoje a maioria de nós usa algum aplicativo de localização para encontrar lugares, mas não muito distante de toda essa tecnologia. Lembro-me quando criança, nas viagens de carro com meus pais, quando parávamos para pedir informações de como chegar a algum lugar, muitas vezes com o endereço escrito numa folha de papel, no máximo com um ponto de referência pra encontrar o lugar desconhecido. E a pessoa abordada dava as direções, ensinando o caminho. Muitas vezes caminhos esburacados, com abismos, trânsito caótico, as margens de perigos que nos faziam voltar e até desistir do objetivo. Ensinar o caminho, é dizer onde ir, como ir e deixar o outro sozinho, se ele vai chegar ao destino ou não, é problema dele.

Esse livro fala da criação de filhos e de como ensinar no caminho e Ensinar no caminho é estar junto, ir junto, acompanhar, pegar pela mão, falar e mostrar os obstáculos, as pedras, os perigos, os medos ou ainda apontar as flores, o horizonte, sentir a brisa, apreciar o trajeto, compartilhar as experiências, acalmar, encorajar, fortalecer, dar sustentação e seguir caminhando com o outro.

Ensinar no caminho do Senhor não é uma sugestão, mas uma ordem. A palavra de Deus em Deuteronômio 6: 6-9, diz:

Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração.

7Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.

8Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa.

9Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões.

Esse texto mostra que os preceitos não apenas deveriam ser ensinados, mas que isso deveria ser feito com insistência, em todo tempo e lugar.

No Novo Testamento, a ordem se repete nas cartas de Paulo.

Pais, não irritem seus filhos; antes os criem segundo a instrução e o conselho do Senhor. (Efésios 6:4).

Tanto quanto alimentar bem, educar, oferecer abrigo, a paternidade implica ensinar os filhos no caminho do Senhor, administrando bem a herança que recebemos de Deus (Salmo 127,3).

Convido-te e encorajo-te a também entrar no caminho para ser o pai ou a mãe que seu filho necessita. As mudanças podem levar tempo, mas precisam de um primeiro passo. Vamos lá!

1 – ADMINISTRANDO BEM A HERANÇA

O Salmo 127:3, afirma: “Os filhos são herança do Senhor,

uma recompensa que ele dá.

Herança é o nome atribuído ao direito ou condição de herdar, ganhar, obter ou conquistar algo por via de sucessão; ou seja, transmitido de alguém para alguém.

Etimologicamente, a palavra herança surgiu a partir do latim haerentia, sendo utilizada para definir o legado ou patrimônio que um indivíduo pode deixar para os seus descendentes.

Toda herança, se não for bem administrada, pode ser perdida. Mas, quando falamos sobre os filhos, precisamos entender que não cuidar dessa herança poderá resultar em mais do que simplesmente fome ou falta de recursos. A falta de cuidado poderá significar a morte eterna.

Creio no livre arbítrio e na decisão pessoal quando se trata da salvação em Cristo Jesus. A salvação é individual e a decisão é de cada um, por mais que tenhamos um compromisso com Jesus de ensinar no caminho. Porém, ainda creio que temos uma grande influência nessa escolha ao investirmos na vida espiritual de nossos filhos. Seremos cobrados por Deus na eternidade: “O que você fez com a herança que te dei? Você fez com que seus filhos se aproximassem ou se afastassem de mim?”.

Quando estamos no caminho com nossos filhos, temos a obrigação de buscar as melhores formas de cria-los no caminho do Senhor sendo referenciais que refletem a imagem do Criador e para que isso aconteça é preciso uma mudança de rotina: horas de oração e estudo da palavra, tratar traumas do passado para que a alma seja curada, diminuir as horas de sono para dedicar-se às crianças. E colher os resultados quando: Ver uma geração ser impactada pela sua descendência, ver os filhos crescendo como grandes homens e mulheres de Deus, ver o Reino de Deus sendo implantado na Terra e ouvir “servo bom e fiel” lá na eternidade... O resultado vai valer a pena.

É preciso cuidar do tesouro, faz parte da boa administração cuidar bem daquilo que recebemos e no caso das crianças, é o que temos de mais precioso para cuidar.

Provérbios 4:23 diz: “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida”. Precisamos guardar a nossa alma, enquanto adultos e como pais, somos tutores responsáveis pela alma de nossos filhos até que eles mesmos tenham idade para cuidar-se. O cuidado com o coração, diz respeito ao cuidado com as emoções de nossos filhos contribuindo para a formação de uma personalidade sadia e segura. A autoimagem que ajudamos nossos filhos a criarem determinará atitudes, comportamentos, escolhas e, consequentemente afetará todo o seu futuro. Por isso, temos a responsabilidade de promover a saúde emocional na primeira infância para que nossos filhos cresçam como adultos equilibrados. Para isso é necessário o desenvolvimento de alguns aspectos, segundo alguns autores: o senso de aceitação, o valor pessoal, a segurança e, principalmente, o amor genuíno. Entender as emoções de nossos filhos é cuidar do tesouro que recebemos como herança. É preciso sempre agir com amor e o amor é expresso em: aceitação, elogios, carinho e palavras, em tempo de qualidade e limites.

Multiplicando o que é do outro.

Mais do que proteger nossos filhos e permitir que se percam, Deus espera que “multipliquemos esses bens”. Faz parte da boa administração da herança garantir que ela aumente. Multiplicar a herança diz respeito ao cumprimento do propósito de expansão do reino através da nossa geração. O Salmo 127, que diz que os filhos são herança do Senhor, segue dizendo que os filhos são como flechas. E as flechas sempre vão mais longe do que o lugar onde o arqueiro está. Assim, administrar bem a herança visando multiplicar significa repassar o que você tem e estimular seu filho a chegar a lugares maiores, mais altos, mais profundos, mais intensos, mais bem sucedidos no reino de Deus.

Nosso papel como pais envolve investir na vida espiritual de nossos filhos para mantê-los afiados e para que conheçam o proposito de Deus para suas vidas. E fazer essa descoberta exige um compromisso de orações, jejum e busca a Deus. Conhecer essa vocação especifica garantirá que lancemos nossos filhos no tempo e no modo corretos, sejamos suporte para a próxima geração, ajudando-os a chegar aonde devem estar segundo o plano divino.

É como uma corrida de revezamento. Nós estamos correndo para entregar o bastão à próxima geração. A pergunta que precisamos nos fazer é: Será que estamos dando o melhor na nossa vez para que eles tenham vantagem nessa corrida?

Hora da prática: investindo na herança

Avaliar quanto de tempo gastamos ou investimos nas atividades diárias durante a semana nos ajuda a ter consciência e já nos levará a fazer escolhas melhores.

Anote quanto tempo, minutos ou horas dedica a seguintes atividades, por exemplo:

1- Lendo a Bíblia/orando sozinho

2- Reuniões da igreja/célula/ aconselhamento/discipulado

3- Refeições sozinhas

4- Refeições em família

5- Entretenimentos na televisão ou computador

6- Entretenimentos no celular

7- Atividades físicas

8- Brincando com as crianças

9- Orando ou lendo a Bíblia com as crianças.

O que fazer para mudar?

A família (refeições, brincadeiras e tempo de comunhão) deveria estar no topo das prioridades além da vida devocional diária. Podemos escolher um dia da família. Uma vez por semana ou um dia do mês para estar junto, conversar, planejar, fazer atividades que sejam combinadas e que envolva a todos. Mais importante que o formato é o conceito: a família é importante o suficiente para a gente parar tudo e aproveitar a companhia um do outro. Isso abre os canais de comunicação, gera admiração mútua e fortalece os vínculos.

Buscar Deus na família. Criar diariamente um momento de encontro com o Senhor em família ou ainda um culto doméstico, de maneira periódica, semanal, quinzenal ou mesmo mensal.

Administrar sabiamente seu tempo. Muitos de nós resistimos às sugestões afirmando que não temos tempo. Segue alguns passos práticos de como organizar o tempo: guardar o celular quando estiver em casa com os filhos, planejar semanalmente o dia da família e as programações diversas. Manter uma rotina viável com as crianças. Rotina traz segurança e contribui para o desenvolvimento físico e psíquico, ter hora para dormir, comer e acordar ajuda a organizar a vida de toda a família.

Saber dizer não! Aprender a não aceitar mais compromissos do que sua agenda comporta. Dê prioridade a sua família e aos combinados com seus filhos.

Coloque em prática! Comece organizando sua agenda da próxima semana. Coloque no papel e defina quando será o dia da família e o culto doméstico. Avise a todos em sua casa para que fiquem animados e criem expectativas para esse momento.

2- O valor da Palavra de Deus.

É na palavra que Deus Soberano deixou-nos todas as orientações de como ter acesso a Ele e de como viver de maneira digna. É como um manual de instruções. Ler, estudar e repassar todo o poder e sabedoria contidos em suas páginas é compromisso também com nossos filhos. Investir tempo e esforço é necessário para inculcar a mensagem na nossa descendência.

2Tim 3: 16 diz: Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça.

Esse é o nosso maior desejo! Ensinar o que é verdadeiro, fazer ver os próprios erros, corrigir e ensinar a fazer o que é certo. A Bíblia é a ferramenta para a mais importante responsabilidade da paternidade. A Bíblia não é só um livro de leitura. Ela entra na mente e transforma o coração. A mensagem é viva e tão poderosa que transforma nosso interior e também o de nossos filhos.

Ensinar nossos filhos para garantir que eles tenham o conhecimento que precisam para ter boas atitudes quando estiverem longe de nós. Para que saibam discernir sobre o que é bom e se afastem do mau, para que façam o que é justo, direto e correto, para que sejam influenciadores e não influenciados.

Provébios começa com os preceitos sobre os ensinamentos da Palavra:

1Estes são os provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel.

2Eles ajudarão a experimentar a sabedoria e a disciplina;

a compreender as palavras que dão entendimento;

3a viver com disciplina e sensatez, fazendo o que é justo, direito e correto;

4ajudarão a dar prudência aos inexperientes e conhecimento e bom senso aos jovens.

A palavra de Deus é como um escudo que protege nossos filhos. É possível viver sem errar. É possível ter sabedoria sem experimentar situações desagradáveis, a partir das experiências daqueles que erraram, podemos a Luz da Palavra evitar essas experiências. Tudo que está na Bíblia nos serve como advertência, guia exemplo e também esperança.

Salmo 119 do livro de Salmos da Bíblia.

9Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra.

10Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos.

11Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti.

A Salvação é uma decisão pessoal, porém muito mais fácil quando temos o coração e a mente ensinados, tratados e até “encharcados” desses preceitos.

É na infância que recebemos de quem mais nos ama os ensinamentos para receber a salvação que vem pela fé em Cristo Jesus.

Ensinar a Palavra de Deus, criar uma relação de amor com o Espírito Santo para os momentos oportunos em que nossos filhos, ao enfrentar situações aparentemente impossíveis, o Consolador pode soprar em seus ouvidos os ensinamentos que lhe foram ensinados ao longo da vida. O Espírito Santo nos faz lembrar tudo que aprendemos tudo que ouvimos e sempre no momento oportuno.

Hora da prática:

Para isso é necessário ensinar com persistência, independente do tempo e da ocasião. Continuamente, sem desistir, desanimar e sem se cansar. Ensinar no caminho é colocar a semente e regar todos os dias e quem faz crescer é Deus.

Guardar no coração as palavras. Viver uma fé pura e genuína é dar exemplo. A leitura começa conosco. O desejo de conhecer a Palavra de Deus, meditar, escutar pregações precisa ser nosso enquanto pais. Nossos filhos seguirão o exemplo. Nossa vida precisa respirar amor pela Palavra De Deus. Um coração dedicado à Palavra de Deus tem sucesso ao aplicar as estratégias de ensino às crianças.

Na pratica é o exemplo no relacionamento com a Palavra que nos leva ao ensinamento. Dando acesso à Bíblia, meditar, mediar o conteúdo com as situações do dia a dia, ler com os filhos e para os filhos, memorizar os versículos, trazer a memória palavras de vida que dão esperança, alegria, que encorajam, aconselham e podem ser ensinados aos filhos desde muito pequenos para ser usado por eles em todas as circunstâncias e ocasiões. Cabe a nós pais, ensinar e o Espírito Santo de Deus fará a sua parte.

E quanto ao jejum? São tantos questionamentos. Por que jejuar?

Criança pode jejuar?

Segundo o autor Mahesh Chavid, em seu livro O poder secreto da oração e do jejum, nos indica nove razões pelas quais jejuamos:

Jejuamos em obediência à Palavra, para nos humilhar, para vencer as tentações em áreas que nos impedem de usufruir do poder de Deus, para sermos purificados do pecado, para nos tornarmos fracos diante de Deus para que Ele seja forte em nós, para liberar unção para realizar a sua vontade, jejuamos em tempos de crise e para buscar a direção de Deus.

Ensinar os filhos o valor do jejum como disciplina básica da vida cristã é esperado de todos nós, cristãos. É o meio de se aprofundar no relacionamento com Deus, enfraquecer a carne e fortalecer o espírito, abandonando coisas que são licitas e prazerosas para dedicar-se a um tempo de oração e proximidade com Deus.

Incluir o jejum na rotina da família e compartilhar com os filhos o propósito do jejum. Se os adultos praticam o jejum uma vez por semana, podem estimular os filhos a escolherem um tipo de jejum para realizar naquele mesmo dia, algo que seja sacrificial para a criança: assistir televisão, não brincar com os celulares ou dispositivos eletrônicos, não comer doces durante alguns dias ou pular uma refeição para os mais velhos e sempre orar juntos para fortalecer o propósito, consciente da importância do que está fazendo e para quem está fazendo.

3- Ensinando a orar e jejuar.

Assim como todos os princípios espirituais, a oração é algo que se ensina pela explicação e pelo exemplo. Para a criança, orar significa falar com alguém que ela não vê e confiar que está sendo ouvida. E à medida que ela cresce sendo ensinada a orar, entenderá que através da oração desenvolvemos um relacionamento com Deus, aprendemos a falar com ele, a apresentar nossos pedido e abrir nosso coração para receber sua resposta.

O próprio Jesus deu exemplo de tempo de oração. A vida de oração de Jesus era intensa e disciplinada. Ele estava em constante oração.

Somos chamados a reproduzir o modelo de Cristo. A oração não é para Deus e nem muda quem Ele é. A oração é para nós, somos nós que precisamos nos conectar ao que é eterno. A oração é momento de intimidade com Deus. Nosso espirito é fortalecido, recebemos orientações, graça e paz em nossa alma. É na oração que Deus nos transforma e obtém tudo de nós, sem reservas, sem medo, sem dúvidas e Deus na sua infinita bondade e misericórdia nos acolhe e nos abraça com todo seu amor.

É através da oração que somos curados, fortalecidos e nos conectamos ao Criador. Por isso, a importância de estar em constante oração, a todo tempo e em todo momento. A oração deve fazer parte da rotina dos filhos. Não precisam ser orações extensas e complicadas, porém sinceras e frequentes. Orar quando acordar, quando se levantar, ao comer, ao deitar e orar pelas necessidades das outras pessoas... Até que eles aprendam a orar. Esse é o objetivo de todo ensinamento, do exemplo e do investimento de tempo: levar nossos filhos a uma vida própria de relacionamento com Deus.

Não tenho alegria maior do que ouvir que meus filhos estão andando na verdade. 3 João 1:4

Efésios 6: 18

Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todo o povo santo.

Jesus também nos ensinou que crer é o caminho para o resultado da nossa oração, ou seja, a fé é à base do relacionamento com Deus invisível e também o meio para receber aquilo que pedimos segundo a sua vontade.

Através da oração ensinamos nossos filhos a terem fé. A acreditar e tendo a certeza de que Deus existe e recompensa àqueles que o buscam. (Hebreus 11,6)

4- Vida Devocional.

Ter uma vida devocional significa investir tempo no relacionamento com o Senhor, por meio da oração, da leitura da Bíblia e da adoração, diariamente e incessante. O desejo da presença de Deus e a busca por Ele deve ser diária e isso se dá por meio do tempo devocional.

O tempo devocional é o local onde Ele tem liberdade para falar conosco. É ali que recebemos direção e resposta.

Investir mais tempo para ouvir Deus, é um passo para sermos mais bem sucedidos em todas as áreas da nossa vida. É quando o Espírito Santo de Deus fala conosco.

Muitas vezes somos desafiados a fazer algo que nos julgamos incapazes e ignoramos o poder do Espírito Santo. Deus nos usa, nos prepara, nos forja, vai nos preparando para a vida e na maioria das vezes não ouvimos e perdemos a oportunidade de aprender, mas Deus não desiste de nós.

Provérbios 14: 12 nos diz: Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte. Precisamos do Senhor para ajudar a discernir nossa própria conduta e contar com Sua direção para guiar nossos passos.

Salmo 25:8-14.

Bom e justo é o Senhor; por isso mostra o caminho aos pecadores.

9Conduz os humildes na justiça e lhes ensina o seu caminho.

10Todos os caminhos do Senhor são amor e fidelidade para com os que cumprem os preceitos da sua aliança.

11Por amor do teu nome, Senhor, perdoa o meu pecado, que é tão grande!

12Quem é o homem que teme o Senhor? Ele o instruirá no caminho que deve seguir.

13Viverá em prosperidade, e os seus descendentes herdarão a terra.

14O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança.

É através da Palavra de Deus, a leitura diária da Bíblia que Deus fala conosco. Meditar no texto bíblico é ler, estudar, refletir profundamente sobre o trecho que leu. Buscar aplicação prática daquele princípio para a vida e como nossa mente deve ser renovada com esse entendimento. Renovar a mente envolve ler um trecho bíblico e pensar em como isso muda tudo aquilo que acreditávamos até então.

Mudar a mente é intencional. É caminhar e levar nossa mente em direção à mente do Espírito e nos dispormos à transformação. A leitura e meditação na Palavra no tempo devocional é estratégia para abandonar os pensamentos do velho homem e se revestir com a mentalidade do Reino de Deus.

Reconhecer a voz do Espírito Santo através da Palavra e estar sensível a essa voz. O tempo devocional é o lugar em que “treinamos” os ouvidos espirituais para escutá-lo de maneira mais clara e a conhecê-lo.

Ensinar os filhos a buscarem a direção de Deus nas tomadas de decisão no dia a dia ou para o futuro de suas vidas é maravilhoso.

Portanto, ouvir a Deus com o coração aberto implica transformação de vida e ensinar os filhos a importância de um tempo a sós com Deus para que Ele venha e realize Sua obra nos nossos corações, em cada situação, a todo tempo, se dá a partir do tempo devocional.

Como por em prática e incluir o devocional na rotina das crianças?

Segue algumas sugestões de tempo devocional: quando a criança não está alfabetizada, esse tempo precisa ser guiado pelos pais, sempre observando a idade da criança, quando estão maiores, os pais podem monitorar por algum tempo até que as crianças tenham maturidade.

1- Determinar um horário – hábito vem com rotina. Escolher um horário para o devocional é imprescindível para a criança. Pode ser feito junto com o café da manhã, não levando mais do que 5 a 10 minutos. Com os maiores, pode ser de 10 a 15 minutos, e devem aprender a fazer o devocional sozinho. Por isso a importância que lhes ensinemos sobre o momento no “secreto” e assim ensiná-las a ouvir e a estarem sensíveis à voz do Espírito Santo.

2- Oração e adoração – São partes importantes do tempo devocional. Um louvor, uma música curta para cantarem para Jesus e com o tempo o uso de um celular ou computador, conforme a maturidade da criança e antes de ler a mensagem bíblica, ensinar os pequenos a orarem pedindo revelação do Espírito Santo. A oração pode ser feita pelo adulto e repetida pela criança para que ela se acostume com a prática.

3- Palavra de Deus – A Palavra é agente de transformação e renovação da nossa mente. O tempo devocional precisa conter a leitura da Palavra, uma meditação acerca do versículo e uma oração. Existem livros devocionais que podem guiar esse momento.

4- Aplicação e oração – Os valores bíblicos são atuais e podem ser aplicados. Mostrar as crianças como aplicar a verdade aprendida nas situações do dia a dia. A Palavra de Deus é viva, eficaz e é para hoje!

5- Comece o quanto antes – Quanto antes começarmos a fazer o devocional com as crianças, mais elas entenderão acerca desse tempo.

6- Estimule o amadurecimento – Á medida que a criança cresce o tempo devocional muda. Estimular a ler mais trechos da Bíblia e ensiná-la a ter um período maior de oração individualmente. Uma estratégia é usar um caderno para que a criança anote as coisas que tem aprendido nas suas leituras bíblicas e também o que sente durante o período devocional. Essa é uma maneira de mostrar que o Espírito Santo está falando com ele e ver o mover de Deus durante o tempo devocional.

5- Paixão pela Igreja.

Tudo pode ser ensinado. E amar a igreja do Senhor também é uma das funções dos pais. Ensinar o valor da reunião do Corpo de Cristo e que somos membros de um só corpo, que precisamos uns dos outros (1 Coríntios 12:12-14). Precisamos congregar, nos reunir para celebrarmos ao Senhor juntos.

( Hebreus 10:25), seja em reuniões nos templos ou em casa, como pequenos grupos ou células ou mesmo comunhão com os irmãos. A Bíblia fala que é bom e agradável quando os filhos de Deus se reúnem. Ali se manifestam unção e benção de Deus (Salmo 133).

A nossa paixão, cuidado e organização de tempo com a igreja é observado pelos nossos filhos. Qual é o nosso compromisso com a igreja da qual fazemos parte?

A paixão começa com a decisão de amar a casa de Deus, entregar-se a presença do Espírito Santo e experimentar e desejar ainda mais estar naquele lugar. Assim, nosso coração estará com a chama sempre acesa e há desejo de estar na presença de Deus todo o tempo.

Não há vida longe do Corpo de Cristo e nossos filhos só vão entender isso quando demonstramos com atitudes. A paixão é por Cristo, mas ela se reflete pelo envolvimento com Sua Igreja.

Quando não há paixão pela Igreja, vivemos um compromisso religioso com práticas mecânicas e com o tempo os filhos perdem o interesse e o prazer pela vida cristã.

Hora da Prática: Como despertar nos filhos a paixão pela Igreja?

1- Ter um compromisso real: Assiduidade e pontualidade nos cultos e reuniões. Não negociar e nem marcar compromisso que conflitem com as programações da Igreja. Envolver-se, servindo nos eventos e atividades da igreja, sem reclamar por ter que parar alguma programação para seu compromisso com a igreja.

2- Demonstrar alegria e prazer verdadeiros em palavras e atitudes pela graça de ter uma igreja, de fazer parte de um grupo, de uma comunidade e de poder ir à casa de Deus.

3- Não aceite programas que possam concorrer com os cultos e participe, mesmo de longe. Se não for possível e algo impeça de ir à igreja procure assistir online, se isso for uma possibilidade e em viagens busque igrejas onde estará para que possa cultuar a Deus em família.

4- Explicar sempre que necessário às razões das praticas cristãs. A criança precisa entender os motivos pelos quais é importante estar ligado ao Corpo de Cristo e não ver as reuniões semanais apenas como obrigação.

5- Valorizar o ministério infantil. Estimular as crianças a participarem do ministério infantil e entender que ali ele também está sendo ministrado recebendo a Palavra de Deus de maneira especifica para sua faixa etária. Orar pelos professores, incentivar os filhos a participarem das aulas, ensinar a respeitar os responsáveis, levar a Bíblia e fazer as tarefas. Além de ouvir com amor e atenção aquilo que aprenderam naquele dia, valorizar as atividades que trouxerem para casa e falar com as crianças durante a semana sobre o tema aprendido.

Permitir também que os filhos participem de programações da igreja voltadas para as crianças mesmo que isso exija investimento de dinheiro e tempo para levá-las e buscá-las. Assim como os adultos, as crianças precisam se sentir parte e se envolver nas atividades da igreja.

6- Não privar as crianças de serem abençoadas. Quando levamos as crianças à igreja, estamos expondo-as ao ambiente da manifestação da presença de Deus, onde está a glória, transformação e vida. Nossos filhos precisam estar ali e sentir a presença de Deus.

6- Exemplo de Caráter.

Devemos ser exatamente aquilo que queremos que nossos filhos sejam. Os filhos precisam ver nos pais o exemplo vivo de cristianismo, dentro de casa. Precisam ver que a Palavra de Deus transforma vidas e isso é demonstrado através do caráter. E quem melhor nos conhece, é quem convive conosco. Não dá pra usar uma máscara de crente para ir à igreja, à célula e em outros momentos ser desonesto, intolerante, violento, mentiroso, fofoqueiro, falar palavrões, assistir programas inadequados... E tudo mais que dá aos filhos um mau exemplo.

Atentar para a prática da Palavra de Deus em nossas vidas e, assim, impactamos aqueles que nos observam.

Podemos cometer pecados, porém não podemos andar no pecado. O pecado em nossa vida deve ser um acidente de percurso e não hábito. Precisamos dia a dia nos livrar do pecado, e ainda que não sejamos perfeitos, prosseguimos para o final da corrida.

Reconhecer, admitir o pecado e lutar contra ele para buscar a perfeição.

Paciência, mansidão e domínio próprio são características do fruto do Espírito que devem se manifestar em nós, independente do que os outros façam ou deixam de fazer.

Ter um compromisso genuíno com o Senhor e buscar aperfeiçoar a santificação no temor do Senhor até em nossos erros podemos ensinar nossos filhos.

A Bíblia dá um caminho: pecou? Arrependa-se, peça perdão e mude de vida. Isso faz toda diferença para os filhos. Eles nos observam. Presta atenção em nossas atitudes, o tempo todo. Muito mais do que falamos, são nossos exemplos e nosso caráter diante de tudo que fazemos.

Hora da prática: Sejamos exemplo de caráter.

Anotar as áreas e fazer a auto avaliação nos ajuda a ver onde estamos falhando e dando mau testemunho.

Podemos pedir ajuda ao Espírito Santo para reconhecer essas áreas. Salmo 139: 23-24, diz:

Sonda-me, ó Deus ,e conhece o meu coração; prova-me e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende e dirige-me pelo caminho eterno.

Podemos colocar essas áreas em oração e buscar aconselhamento. A busca por mudança é algo pessoal e precisa de um primeiro passo. Oração, leitura da Palavra, renovação da mente, aconselhamento e discipulado são estratégias que precisam ser colocadas em prática.

E podemos ainda, pedir perdão aos filhos. Quando reconhecemos as áreas em que falhamos, verificamos quais delas afetam diretamente nossos filhos, e sabemos quando, principalmente eles replicam nossas atitudes, pedir perdão pode ser o inicio da mudança.

Filho (a), eu sei que algumas vezes a mamãe gritou, ficou impaciente, ou falou palavras feias, que não devem ser faladas. Não quero mais fazer isso e estou buscando ajuda do Espírito Santo. Me perdoe!

Mostrar as crianças que há provisão de santificação vinda do alto e que a maturidade cristã é progressiva e está ao alcance de todos.

O cristianismo verdadeiro é acompanhado de paixão e mudança de caráter.

7- Pais no secreto.

A oração é o plano A.

Habitualmente, estamos sobrecarregados ou frustrados com situações e sequer pensamos em recorrer a Deus em oração.

A Bíblia fala que não deveríamos viver preocupados, mas antes apresentar diante de Deus as nossas orações. (Filipenses 4: 6-7).

Todas as coisas devem ser levadas ao Pai. Tudo pode ser colocado em oração. Todas as nossas dúvidas, toda insegurança, todo medo, angústia, insatisfação, fraqueza, problemas de saúde ou financeiro.

Precisamos confiar em Deus para coisas simples.

Quando decidimos escolher o que Jesus nos disse em João 14,26

Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas. Quando Ele diz todas as coisas, Ele quis dizer TODAS e isso inclui criar e ensinar nossos filhos no caminho do Senhor.

Cada criança é única e as estratégias não funcionam da mesma forma para todas. Quem melhor para nos ensinar do que Aquele que sonda mentes e corações, Aquele que criou todas as coisas.

Buscar orientação de Deus para encontrar as melhores estratégias para ensinar os filhos no caminho do Senhor e para corrigir a rota, sempre que preciso. Deus é a fonte de sabedoria infinita.

Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. (Tiago 1:5)

Não nos afastemos deste lugar de fontes! Busquemos continuamente, dos momentos mais simples aos mais desafiadores da vida de nossos filhos.

Somos os guardadores do coração de nossos filhos, os sentinelas, os intercessores. Precisamos orar continuamente para que a boa Palavra cresça em nossos filhos através da revelação e do entendimento que o Espírito Santo pode trazer. Tudo o que falamos para nossos filhos são coisas espirituais e até que eles tenham uma experiência pessoal com Cristo, o novo nascimento ainda não aconteceu, nem sempre eles entenderão tudo, como o que diz em Coríntios: o homem natural não entende as coisas do Espírito, pois lhe parecem loucura (1 Coríntios 2:14). Assim, devemos orar por nossos filhos para que o véu que cobre o entendimento deles seja removido e que eles cheguem ao conhecimento de Cristo (2Coríntios), Para que a Palavra de Deus habite nas crianças ( Colossenses 3: 16) e que Cristo habite neles pela fé (Efésios 3:17), que o próprio Deus dê a elas um coração pronto a obedecer-lhe e amá-lo todos os dias ( Jeremias 32:39). Tudo o que fazemos é colocar a semente, regá-la, mas quem faz crescer é Deus (1 Coríntios 3:6). Por isso, orar por nossos filhos é a melhor estratégia, é o que fará diferença na vida espiritual de nossas crianças, é o melhor presente que podemos dar a cada um de nossos filhos. Então oremos por eles!

Hora da Prática: Fortaleça-se no secreto.

Ore! Ore sem cessar. Deus promete nos sustentar e nos ajudar. Nos coloquemos na dependência total e completa de Deus.

Precisamos nos arrepender de nossa independência em relação ao Senhor e da prepotência de acreditar que somos capazes de criar nossos filhos sem a ajuda Dele. Coloquemos nosso coração diante de Deus de maneira sincera e confiemos Nele.

Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas. (Provébios 3:5,6).

Disciplina espiritual: Criar rotinas espirituais com foco nas crianças, momentos de oração e períodos de jejum específicos pelos filhos. Star sensível a voz do Espírito Santo para orar de acordo com a vontade dele. Melhor do que os nossos planos são aqueles que Deus tem para nossas crianças (Isaias 55:8,9). Assim, faz parte do nosso papel trazer a vontade de Deus para a Terra e sobre a vida de nossos filhos.

Perseverar. Não deixar de orar. Todas as respostas para nossas orações chegarão no tempo certo determinado por Deus. Continuar orando até que as respostas cheguem ou que a paz dele inunde nosso coração com a certeza de que já pode parar com aquele pedido e na dúvida continuemos orando. Peçamos, guerreemos, enquanto pais, casal, pela intervenção divina na vida de nossos filhos.

Criemos regras e limites para o entretenimento. Impor regras e limites ajudarão nossos filhos a saberem o que fazer quando não estamos por perto, a fazerem as escolhas do que é permitido ou não. Assim, deixar claro as regras e o mais fundamental, explicar as razões para as proibições, dá aos filhos o entendimento de que os limites são para proteção delas.

E a brincadeira em família e a presença do pai e da mãe sempre são mais interessantes do que televisão, literatura ou internet.

Conclusão:

Talvez você me conheça e talvez não, pode me julgar, falar ou pensar: “Será que essa mãe é tão perfeita?” “Será que fez ou faz tudo isso que escreveu ou compartilhou?” “Será que tem filhos perfeitos?”

Não. Não para todas as perguntas. Sou imperfeita. Cheia de pecados. Errei muito na criação e educação das minhas filhas. Só recebi e tenho aprendido sobre tudo isso agora, a pouco tempo...fiz o melhor que pude, com todo amor e com as melhores das intenções, mas hoje, sei que não fui e nem fiz o suficiente, “ensinei o caminho” assim, como também fui ensinada pela minha mãe, que foi ensinada pela minha vó... E Deus é tão bom, tão misericordioso, e na maioria das vezes eu nem sei ou entendo por que Ele tem me usado para esse ministério, o que sei, é que tem feito grandes coisas na minha vida e na vida da minha família e pela fé, eu creio que as minhas filhas encontrarão o caminho e saber que posso pela graça ajudar outros a aprenderem, relembrarem ou simplesmente refletirem sobre o seu papel... Acredito que já terá valido a pena.

Sei ainda que Deus não precisa de mim pra essa obra, mas Ele tem usado do seu amor para comigo e eu preciso compartilhar com outros.

O tempo passa rápido, os filhos crescem, o mundo pode ser cruel se não estiverem “no caminho”, não criamos filhos para enterrar antes de nós ou para visitar numa penitenciária. Assim, como Deus não desiste de nós, não podemos desistir de nossos filhos.

Chega um momento que descobrimos que não basta querer ver os filhos felizes, queremos vê-los salvos na glória de Deus. E é isso que meu coração de mãe quer também. Deus é maravilhoso e fará grandes coisas ainda, na minha e na sua família. Eu creio!

O que ouvimos e aprendemos o que nossos pais nos contaram. Não os esconderemos dos nossos filhos; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez. Ele decretou estatutos para Jacó, e em Israel estabeleceu a lei, e ordenou aos nossos antepassados que a ensinassem aos seus filhos, de modo que a geração seguinte a conhecesse, e também os filhos que ainda nasceriam, e eles, por sua vez, contassem aos seus próprios filhos. Então eles porão a confiança em Deus não esquecerão os seus feitos e obedecerão aos seus mandamentos.

Salmo 78: 3-7).

Deus é Maravilhoso!

Que Deus te abençoe!

Abraço carinhoso!

Viviane Arteman Sidor

Melina Pockrandt
Enviado por Viviane Sidor em 26/01/2023
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