O homem e a riqueza

 

O HOMEM E A RIQUEZA

Miguel Carqueija

 

Resenha do livro “O homem e a riqueza”, de Mary B. Ambler. Edições Melhoramentos, São Paulo-SP, sem data. Série “O homem e o universo” nº 9. Título original norte-americano: “Man and his riches”. Tradução: José Reis. Ilustrações: Richard S. Rodgers. Advertência: Chester W. Wright, Professor de Economia da Universidade de Chicago.

 

Eu li esse livro — uma brochura que não chega a ter 80 páginas — no começo da minha adolescência e o exemplar, de capa bege, ainda está bem conservado após mais de 60 anos. Depois o reli várias vezes, e agora por fim fiz uma releitura completada em 13/12/2022.

É um manual escrito de forma atraente mesmo para crianças, ou seja uma obra cultural para jovens, que conta a história do dinheiro e das transações financeiras ao longo dos séculos, até a época em que foi escrita. Fala do desenvolvimento dos bancos, das muitas espécies de moedas bem como das mercadorias que foram utilizadas como dinheiro.

Ela conta sobre o escambo, ou seja, a forma primitiva de comércio, a troca de mercadorias. Citando a Ilíada de Homero, Ambler observa que na Grécia antiga um tripé (mesa de bronze com três pés) valia 12 bois, o que a meu ver desvaloriza os pobres bovinos. E vai elencando, no capítulo 2 (As primeiras formas de moedas) diversos objetos que faziam de dinheiro entre os povos da Antiguidade.

“Entre os egípcios eram muitos os objetos que faziam de dinheiro, pois eles não possuíam moedas. Usavam para esse fim anéis de ouro e prata, cujo valor dependia do peso. Blocos de cobre, com a forma de tijolos, e pedaços de vidro também serviam de dinheiro.

Os antigos habitantes da Inglaterra usavam barras de ferro como se fossem moedas.”

E a autora enumera conchas, sal, arroz, chá, espadas (sic), fragmentos de couro, galinhas (?) e até mesmo cocos.

O comércio internacional é justificado pelo fato de os países precisarem se completar mutuamente: vendem o que têm em excesso, compram o que precisam.

E aqui eu lamento, neste simpático livro, a “intrujice” por assim dizer do tradutor, que coloca a seguinte frase: “Como seria esquisito e diferente o mundo se não tivéssemos (sic) os Estados Unidos para nos mandarem gasolina e se estes não tivessem o Brasil para lhes mandar café.” Só que o livro não foi escrito no Brasil nem por autora brasileira.

A leitura é recomendada mas a obra, é evidente, está desatualizada por causa das muitas formas novas de atividade financeira. Não sei se houve nova edição entre nós, o exemplar que eu tenho é da primeira edição brasileira.

Se você achar em sebo, compre.

 

Rio de Janeiro, 3 de janeiro de 2023.