Quão bela e brutal é a vida
Jack é um jovem que assume a responsabilidade de cuidar do irmão mais novo, Matty, após sua mãe deixá-los. Seu irmão é seu único motivo pra seguir em frente e, para não perdê-lo, Jack resolve tentar sustentá-los de alguma maneira. Infelizmente, por conta do passado de seu pai, ele não consegue emprego e acaba se envolvendo com pessoas perigosas. Nesse caminho, ele conhece Ava, uma garota intrigante e filha de um pai também perigoso. Assim, os dois jovens, e ao mesmo tempo tão adultos, precisam enfrentar decisões que podem levá-los a correr grandes riscos.
Esse livro me surpreendeu tanto que, ao terminar, foi aquele tipo de história que eu passei um tempo refletindo sobre a experiência. A sequência da narrativa segue um caminho que pode parecer comum, mas em certos momentos traz um puro sentimento de identificação, de análise, vivência e compreensão. Às vezes me perguntava porque Jack e Ava eram tão familiares, e isso é ótimo sob certa perspectiva.
Fora isso, os diálogos, muitas vezes permeados por entregas de sentido próprio aos personagens, contribuem para uma aproximação e estímulos à continuação da leitura. Há alguns estereótipos e clichês, que muito dificilmente se pode fugir numa história com protagonismo juvenil, mas isso não macula a forte realidade e senso lógico do enredo. Pelo contrário, a autora até passa longe da romantização do sofrimento e heróis sempre a postos para salvar os jovens. Por isso o título traz tanto sentido para o livro em si. Há de fato muita beleza e brutalidade na história.