RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: A COR DO INVISÍVEL
A obra de Mario Quintana, poeta brasileiro ao qual pertenceu ao período Modernista da Literatura Brasileira, evidencia poemas e textos poéticos intrigantes, irônicos, melódicos e de extrema leveza, como se tivesse sido escrito por uma criança que acaba de descobrir o mundo e suas peculiaridades. Esta mesma criança que explora as cores, as formas, a música; o tato e sabores da vida e desta forma elucidam através da voz do eu-lírico de cada poema apresentado na obra suas experiências como a paleta do pintor. Ocorrendo assim o embate com o mundo adulto e com suas convenções fazendo enxergar o mundo por outra paleta aquela que deixamos de ver ao nos tornarmos adultos.
A cor do invisível conta com cerca de 100 poemas e o livro no total tem 152 páginas, o prefácio foi feito pelo poeta Fabrício Carpinejar e é uma nova edição, porém que mantém toda essência da escrita e estilo do poeta. Sendo intenção de Mario, chamando assim carinhosamente, de recuperar dentro da paleta invisível aquilo que é visível. E qual cor de fato teria o invisível? Cada poema vai compondo esta paleta multifacetada que metaforicamente é a língua. Desta forma a obra de Quintana enquadra-se na metalinguística, pois ele cria novas combinações com um léxico simples e comum, as riquezas das figuras de linguagem, a forma como cada poema aborda um assunto é incrível. Esta obra é indica para todas as idades e ótima para trabalhar projetos, produções textuais e não textuais, enfim os recursos são infinitos. Como afirma Carpinejar: “O invisível é o único pigmento capaz de gerar todas as demais na paleta, sem sacrificar seu próprio tom.”. Vale ressaltar que o livro trabalha a gramatica, os pares mínimos, a intertextualidade a pluralidade de léxico e isto é de fato uma competência muito relevante para o indivíduo adquirir de forma leve e prática.
Tecendo seus poemas encontramos versos simples como: Hakai, sonetos e versos brancos, porém de uma riqueza muito grande em cada linha. Portanto esta obra é indicada aquele que perdeu a leveza e sabor da vida, que perdeu o ritmo e as emoções pelo caminho, que deixou de tornar visível àquilo que é invisível e de fato importante. Encerro esta resenha dando nota 5 a obra, realmente é uma obra de 5 estrelas e merece ser lida e relida.
Poema do livro:
“ A paleta do pintor
Confusa, inquieta, multicolorida
É quase sempre mais bela
Do que a pintada na tela.”
Prof ª. Renata Stefânia