Sou dona de minhas escolhas

Autora: Maria Divina de Moura Lopes - Assis Editora

A obra:

Sou dona de minhas escolhas é uma gigante colcha, tecida com mínimos recortes de vida onde a autora prazerosamente costura ponto por ponto com todo cuidado e sem pressa, tudo em seu tempo. Cada pedacinho com sua importância e cor, ora cores misturadas.

Nenhuma linha veio para chulear, tudo é bem firme; nenhuma costura é provisória.

Em um diário retalhou sua vida em muitas tiras. Tira muito da memória e do sentir, e transfere dando cor ao branco da folha com o intuito de aquecimento da alma.

E com certeza aqueceu, claro... É uma colcha onde tem família, amigo e igreja por toda parte; onde a memória é o pano de fundo que em nada se desfiou; nem a fé, nem a esperança, nem a generosidade, nem a humildade, nem a coragem de prosseguir; a tristeza passou deixando apenas cerzidos de lições, e o amor se jogou sobre tudo como paetês; não deixando de fora a política que seria para organizar o externo da colcha. Já isso é um fator que não se pode controlar.

Deus esteve presente em todo o processo; do início ao fim como O Mestre.

A primeira linha de vida tem seu sopro, assim como no arremate final.

Em cada ponto dado a natureza era presente, em cada emendinha de um dia para o outro tinha brilho de sol nascendo e se pondo, canto de pássaros era a trilha sonora, esteve com suas pegadinhas e serestas por toda a fazenda tecida.

Passado: manto que se vestiu, permanece no presente num indicativo de que o futuro carregue os princípios, o respeito, a educação e o amor à Pátria.

Em cada emenda de vida, a sua representação. Verdadeiras aulas: agro, geografia, história, botânica, medicina alternativa e turismo além das gargalhadas que ecoavam ainda não sendo em momentos delas.

Em meio às folhas, agora não mais virgens vieram vários aromas, palavras gustativas e olfativas, imagens que se estenderam pelas entrelinhas até bem além da imaginação e a ‘vereda literária’ era como uma linha de nylon reforçando para que nada se esgarçasse.

Cada citação é prova de conhecimento não apenas teoricamente, mas praticamente.

E a poesia? Ah, essa é sem palavras...

A autora:

Maria Divina compareceu nesta obra como sendo ‘ a água’ de uma mina simples; cresceu em conhecimentos e nada a pode deter. Seguiu caminho, e quase sempre abrindo o seu leito; de pequeno regato a rio em busca do seu mar.

Ora descia de forma mansa pelo meio da relva, ora eram bastante pesados os morros e as curvas da vida, não deixando se abater e se jogando de cabeça nas cachoeiras; necessário.

Encontrou obstáculos, óbvio! Tirou com classe os entulhos das beiras, contornou as pedras do caminho ( não a do Drummond) e por vezes se encheu e passou por cima sem pisar. Todos esses obstáculos foram alimento para sua força. Deu de beber aos animais literalmente, regou a mãe natureza recebendo em troca só ensinamentos: os silenciosos, como estalar de sementes; e os barulhentos, como a chuva no telhado; um paradoxo, também canção de ninar. Matou a sede de muitas pessoas; cada uma com sua necessidade. Sede de afeto, sede de justiça, sede de companhia, sede de conselho; um escoar-se de inteireza; matando assim a sua própria sede por ser doação ensopada de amor.

Cristalina; quem esteve ao seu lado pode usufruir de toda essa riqueza poética potável.

A leitora

Encantada com tanta coisa em comum; a começar pelo nome; Maria Divina foi a minha primeira amiga de escola, e ainda é.

Na verdade me mudei para o livro, tanta coisa muito igual. As casas, a escola, a bica, o rio, as samambaias, a folia, as comidas, o bolo de fubá feito no fogão a lenha com tampa de brasa, af!

e a bala puxa de melado?

Até os nomes das vacas...

Obrigada por me levar á infância com os seus detalhes, assim: sendo a dona de suas escolhas.

______________________________________________________Raquel Ordones

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 24/06/2022
Código do texto: T7545159
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