A herança do mundo remoto
A HERANÇA DO MUNDO REMOTO
Miguel Carqueija
Resenha do romance de ficção científica “A herança do mundo remoto”, de F.A. Javor. Galeria Panorama, Rio Maior-Portugal. Série Antecipação, 63. Título original em inglês: “The rim-world legacy”, “copyright” 1963 do autor, 1967. Tradução: Eduardo Saló.
Novela que mistura os gêneros policial e ficção científica com narração na primeira pessoa por Eli Pike, que cai numa armadilha, é acusado falsamente de um crime durante uma exibição de mágica, e daí em diante é uma baita confusão onde o protagonista tem de fingir que sabe o que não sabe. E nisso tudo havia um garoto sendo procurado e um poder sendo disputado.Um grande xadrez é jogado e Pike é obrigado a blefar ao longo da trama.
É pena que seja difícil entender o enredo, como se vê pela amostra:
“Como biologista, necessitava de determinar se podia transferir algo com vida. Pouco a pouco, o seu equipamento foi-se tornando muito sofisticado e as perguntas difíceis de ignorar, segundo a versão de Sklar. No entanto, Rook estava ansioso e descobriu o ponto fraco do dispositivo: a unidade de recolha de amostras. Adaptara-a de um fragmentado de espécimes, pelo que, na sua essência, não diferia da atividade de um cortador de carne num estabelecimento de embalagens; e, embora pudesse manter um pedaço de metal ou plástico em contato com a unidade de recolha até a fragmentação da quantidade que pretendia enviar, não tinha possibilidade de fazer o mesmo a um ser vivo sem o transformar numa massa sangrenta. Por fim, decidiu que a solução se baseava na rapidez. Uma faca mecânica só atuaria com uma velocidade limitada, ao passo que um feixe de luz conseguiria intervir quase instantâneamente. Por conseguinte, pôs mãos à obra...”
Você entendeu? Nem eu.
Apesar disso, dá para ler a novela com um pouco de paciência.
Rio de Janeiro, 1º de março de 2022.