"O Crime do Padre Amaro"
Muito embora o romance seja uma ficcção, o escritor pode criar seus personagens baseado em algo que realmente aconteceu. Os personagens Padre Amaro e Amélia, criados por Eça de Queiroz em sua obra "O Crime do Padre Amaro", são fatos que até hoje ainda ocorrem na Igreja. Isto se configura como quebra de decoro eclesiástico, assim como em outras instituições ocorrem com aqueles que deviam respeitar a suas normas. Ouvimos muito o termo "quebra de decoro parlamentar", em relação aos deputados e senadores. Agora, também, falta de decoro jurídico, em ralação a magistrados e até ministros do STF, por sairem "das quatro linhas da Constituição", segundo alegação do próprio Presidente da República.
Assim, se as instituições são geridas por seres humanos, que são falíveis, em qualquer uma delas pode ali estar o "Padre Amaro." E a desculpa é sempre que "a carne é fraca". Por isso, qualquer um pode pecar. Portanto, se a Igreja pode perdoar seus membros, também a cúpula de outros poderes podem perdoar seus infratores.
Não sei se a comparação é oportuna. Mas o tema que rendeu matérias para a mídia, a pardir do dia 21 de abril, Dia de Tirademtes, o homem que simbolizou a "Liberdade", vem de um ato da autoridade máxima da país, ao recorrer de sua prerrogativa constante da Constituição. Se a Igreja perdou o Padre Amaro, ele também perdou seu Parlamentar, cujo termo vem de "Parlar", (Falar), a partir de onde cometeu seu pecado.