Eu sei o que vocês fizeram no verão passado!
"Eu sei o que vocês fizeram no verão passado". Esse é um título forte, chamativo e, uma vez pronunciado, a mente quase sempre remete ao bom slasher que ganhou as salas de cinema muitos anos atrás, em 1997. O quase sempre usado acima foi em referência a quem sabia (descobri a pouco tempo) que o longa-metragem assinado por Jim Gillespie desponta como uma adaptação cinematográfica do livro homônimo, lançado mais de dois decênios antes, no começo dos anos 70, pela saudosa Lois Duncan.
Assim como na obra fílmica, a trama traz Julie James, seu namorado Ray Bronson e o casal Helen Shivers e Barry William tentando escapar de um perspicaz assassino. A discrepância está centrada na motivação para a vingança, sendo no livro centrada na morte de um garotinho, atropelado por um carro em alta velocidade enquanto retornava para casa de bicicleta. Logo, a criança evolui a óbito sem antes ter recebido socorro por parte do condutor.
Além do sentimento de culpa a permear os quatro jovens envolvidos no acidente, logo após uma noite festeira regada a muita bebedeira, quase um ano depois da tragédia acontecimentos estranhos passam a estampar suas vidas. O primeiro deles envolve Julie James que recebe um estranho bilhete anônimo com uma inusitada mensagem, não poderia ser outra a não ser: “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”.
A partir desse ponto, a narrativa se desenrola de forma (talvez) não tão surpreendente, mas o texto de Lois Duncan proporciona uma experiência agradabilíssima se o anseio for uma trama simples e breve. Repleto de diálogos bem engendrados, o livro pode ser vorazmente devorado durante aquelas manhãs ou tardes enfadonhas, enquanto se aguarda por atendimento em consultório médico, ou até em um sereno fim de tarde à beira da piscina.
Enquanto os quaro jovens travam verdadeira luta por suas vidas, é bom o leitor ficar atento, nunca se sabe quando um homicida destemido poderá irromper impelido pelo ódio, sabendo de todos os erros cometidos no verão (inverno, primavera ou outono) passado.