RESENHA DO LIVRO “A ARTE DA GUERRA”

Um livro de apenas 160 páginas, escrito há mais de 2500 anos, que foi originalmente concebido para ser um manual de guerra para a época. Escrito com os valores da época e de uma civilização, a chinesa, totalmente diferente da cultura ocidental, tanto a de 2.500 anos atrás como de agora. Pois bem, esse pequeno livro se transformou em um dos maiores tratados de guerra de todos os tempos em todo o mundo.

Citada em filmes, palestras, músicas, cursos, programas de televisão, jornais e em outros livros, a obra ganhou uma dimensão maior da que foi projetada: virou livro de cabeceira para as guerras travadas dentro do mercado, dentro do implacável mundo dos negócios.

Escrito pelo pensador e militar chinês Sun Tzu, o livro está arquitetado em 13 curtos capítulos. De forma didática e simples. A simplicidade, no entanto, não é sinônimo de simplismo. Os ensinamentos são profundos e bem escritos, em linguagem quase poética.

Logo no início, Sun Tzu aborda, de forma explícita e sem adornos, a importância do planejamento dentro das campanhas militares. O que vale para o campo de batalha vale para o ambiente corporativo. O sucesso e o fracasso, ensina o livro, depende de como se avalia todo o cenário, elencando fatores de risco, estratégias, ambiente e seu time.

É um escrito voltado mais para a liderança. Para quem está na cadeia de comando. De como se gerenciar um exército. Ou adaptando para os dias e desafios atuais, uma equipe, uma companhia. Tzu, já naquela época, entendia que é praticamente o mesmo desafio liderar um time grande ou um pequeno. Ambos impõem desafios e riscos. Quem consegue domar um, terá facilidade no outro. O contrário também acaba sendo uma regra. E o preço a pagar é a derrota.

Fatores como a união da equipe, a motivação, saber o tempo certo de atacar e recuar são igualmente esclarecidos. Vale para a guerra. Vale para uma empresa que vende calçados no varejo. O livro é rico em citações que valem como mantras. Uma delas: “Aquele que se empenha a resolver as dificuldades resolve-as antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos triunfa antes que as suas ameaças se concretizem”. Nada mais atual do que isso para o sangrento campo de batalha que é o mercado, que é o mundo empresarial.

Lições diversas para enfrentar as dificuldades podem ser encontradas nas páginas do livro. Como o autor ensina que é necessário priorizar o que é mais importante e seguir nessa linha. Ensina também a ser proativo, estar preparado para resolver os problemas mesmo antes que eles se apresentem.

Claro que alguns ensinamentos são aplicados basicamente dentro de uma estratégia militar. Num campo de batalha propriamente dito. Mas há sempre uma forma de olhar para o que é específico e adaptá-lo para uma realidade atual. Como é o exemplo do capítulo 10, que fala sobre os diferentes tipos de terreno encontrados em uma batalha. Metaforicamente, pode se entender como terreno o ambiente que pisamos, as portas que abrimos, o tipo de empresa que estamos, se é um ambiente mais feroz, mais calmo, mais propenso a conflitos ou uma zona leve e confortável. Há sempre algo a aprender sobre comportamentos. Sobre protocolos a seguir em cada caso.

Em suma, o livro mostra que tudo tem o foco no ser humano. Nas emoções e na razão com que se encara cada etapa da vida. Cada desafio. Que é preciso apostar a vida no conhecimento. Conhecer a si, à sua equipe, mas também ao adversário, ao outro, para saber que tipo de estratégia será usada. O autor acredita, com base na sua experiência militar, que uma guerra é vencida ou perdida, antes de começar. Na estratégia, no planejamento das ações. É, 2500 anos depois, o que dizem sobre as batalhas da vida profissional, os melhores gurus e mentores. Tudo confirma o tratado de “A Arte da Guerra”. Uma bíblia, um livro de cabeceira para quem quer ser um vencedor nas guerras que travamos todos os dias no mundo atual.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 01/04/2022
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