Arma do Além

ARMA DO ALÉM

Miguel Carqueija

 

Resenha do romance de ficção científica “Arma do Além”, de Edmond Hamilton. Editorial Panorama, Alferragide (Damaia), Portugal, sem data. Ace Books, EUA, 1967. Título original: “The weaponfrom beyound”. Tradução de Maria Roque Casimiro. Série Antecipações, 9.

 

Edmond Hamilton foi um dos mais prolíficos e conhecidos autores da ficção científica norte-americana, desde antes da Segunda Guerra Mundial, e especialista na chamada “ópera espacial” (space opera), ou seja, a FC das aventuras espaciais. Nunca chegou, porém, até onde eu sei, a produzir literatura de primeira.

“Arma do Além” começa com o protagonista Morgan Crane fugindo desesperadamente pela galáxia, perseguido pelos “starwolfs”, uma tribo altamente belicosa e da qual ele fizera parte, mesmo sendo terrestre, porém caíra em desgraça. As primeiras páginas dão a impressão de que é possível perseguir no espaço como nas ruas de uma cidade, com a astronave mal se aguentando etc.

A história melhora aos poucos quando Crane é capturado pela nave espacial do aventureiro John Dilulo, que descobre a sua identidade de “starwolf” renegado e de insólita origem terrestre. O comandante mercenário dirige a expedição à Nebulosa Corvo e ao planeta onde supostamente existe uma arma terrível trazida por uma civilização desconhecida. Acabam sendo perseguidos pelos “lobos das estrelas”, os impiedosos “starwolfs”, e seguem numa série de peripécias e perigos até um desfecho impactante e filosófico.

E ao longo da epopéia Crane vai se tornando mais humano e consolidando a amizade com Dilulo, embora a princípio não confiassem um no outro.

Apesar da qualidade medíocre, sempre vale a pena ler os romances de Edmond Hamilton.

 

Rio de Janeiro, 20 de setembro de 2021.