Agatha Christie - A noite das bruxas
Uma tradicional festa de Halloween acaba sendo regada a sangue. Depois de um início lúdico, não demora a “dama do crime”, Agatha Christie, acarrear o leitor para uma complexa e envolvente investigação. À medida que algumas peças parecem estar se encaixando, outras lacunas passam a vir à tona, sendo estimulante o desafio de desvendar o enigma principal: o assassinato de uma criança de apenas 13 anos, com sua morte possuindo provável atrelamento com outras mortes também não elucidadas.
A tradicional festa de Dia das Bruxas aconteceria na casa de Rowena Drake. Sem que ninguém esperasse, Joyce, uma adolescente conhecida pelo costume de contar mentiras, sendo aquela possivelmente para chamar atenção da escritora Ariadne Oliver, garante já ter presenciado um assassinato. A princípio ninguém acredita nela, até seu corpo ser encontrado, afogado próximo a uma bacia cheia de maçãs horas depois. Diante de um caso tão tenebroso, Ariadne Oliver aciona a única pessoa que acredita ser capaz de destrinchar a trama: o famoso detetive Hercule Poirot.
A narrativa parece ter sido pensada com certo esmero, afinal conforme o investigador vai conversando com pessoas da comunidade, a maioria presente na festa, novos suspeitos vão saltando aos olhos. A trama vai se tornado ainda mais intrigante, embora já próximo do desfecho, a fluidez parece ir declinando, descendo pelo ralo, e a impressão é de que o desfecho poderia ter chegado de forma mais célere, principalmente por alguns aspectos despontarem como pouco (ou nada) verossímeis.
Ainda assim, A noite das bruxas tem seus acertos, como a oportunidade de ver o icônico Hercule Poirot mais uma vez em ação, além de estampar outros personagens envolventes, como a adolescente Miranda, melhor amiga de Joyce, que embora não se faça presente com constância, é uma figura altamente cativante. Além da escritora Ariadne Oliver, muito introspetiva. Seu personagem até parece a oportunidade oferecida ao leitor de ter um encontro com a própria Agatha Christie, será?