A guerra dos fantasmas

A GUERRA DOS FANTASMAS
Miguel Carqueija

Resenha do romance de Lloyd Biggle Jr. Editora Livros do Brasil, Lisboa-Portugal, sem data. Coleção Argonauta 168. Tradução de Eurico Fonseca. Capa de Lima de Freitas. Título original norte-americano: “The angry espers”. Ace Books, 1961.

Esse conhecido autor policial norte-americano aventurou-se também na ficção científica, como nesta história excêntrica, onde a civilização terrestre, aventurando-se pela galáxia, esbarra com uma civilização de paranormais, humanos como nós porém dotados naturalmente de três poderes mentais: telepatia, teleportação e telecinética. Alguns terrestres que naufragam no império desta raça — entre eles Paul Corban — são tidos como deficientes ou doentes mentais por não possuírem tais poderes. A partir daí os “fantasmas” — como vêm a ser conhecidos — resolvem, por seu governo, atacar e conquistar a Federação Terrestre, por ser a nossa humanidade considerada primitiva e incapaz. Só que, mesmo sem poderes, os terrestres se defendem com unhas e dentes e aos poucos vão virando a mesa no vasto conflito.
A solução virá no romance de amor entre Corban e a médica “fantasma” Alir, que se opõe à política xenofóbica em vigor.
Pesados os prós e contras dá para ler o romance mas as premissas são difíceis de engolir, inclusive a reviravolta final após uma avalanche de tragédias. Além disso a apresentação da raça alienígena é perfunctória, a impressão é que se trata de arianos como os norte-americanos brancos. O autor não se deu ao trabalho de tentar explicar as características étnicas da raça extraterrestre.

Rio de Janeiro, 7 de agosto de 2021.