Lira dos Vinte Anos - Álvares de Azevedo
Publicado em 1853, após a morte do autor, sua obra marca o início da segunda geração do romantismo no brasileiro,onde Álvares de Azevedo é considerado o principal nome dessa escola literária.
Organizado pelo próprio autor, Lira dos Vintes Anos é uma antologia poética, onde se reúne seus principais poemas escritos.
Dividida em três partes, a primeira parte chama-se Ariel,referência à entidade que representa o bem, em A Tempestade de William Shakespeare, contendo uma dedicatória à sua mãe, um prefácio e 33 poemas.
Temos poemas falando sobre amor platônico, afetos, demonstrando sentimentalismo extremo e melancolia. No poema Mar, vemos algumas características do romantismo como idealização da mulher amada por meio de uma admiração platônica e o uso do ambiente noturno, tornando perceptível a temática da morte e melancolia.
A segunda parte é intitulada Caliban, referência à entidade que representa o mal em A Tempestade de Shakespeare.
Nessa parte há um prefácio e 19 poemas com a presença de versos de ironia, sarcasmo e tristeza. Notamos essas características ao analisarmos o poema Lágrimas de Sangue onde há versos de pessimismo e tristeza utilizados para falar sobre a morte, alma, espírito e mundo terreno. Outras temáticas em seus poemas nessa seção, podem ser consideradas macabras.
A terceira parte não possui nenhuma titulação, nenhum prefácio, contendo 44 poemas ao todo.
Na primeira parte do livro, percebemos a influência de autores como Alfred de Musset e Alphonse de Lamartine (idealização da mulher e do amor, presença constante da temática da morte, figuras de caráter religioso, devaneios de sonhos e fantasias).
Já na segunda parte, temos seus poemas influenciados por Lord Byron, com temáticas mais sombrias e marcadas por pessimismo, melancolia, tristeza, ironia, humor ácido e a linguagem próxima do escarnio.
A última parte contém a mescla de ambas as partes anteriores, acrescentado de poemas que falam sobre o ato de escrever, caracterizando uma metalinguagem.