Romance policial sergipano

ROMANCE POLICIAL SERGIPANO
Miguel Carqueija

Resenha do romance policial “Amanhã, talvez”, de Ribeiro Marques. Laboratório de Idéias Comunicação Integrada, Rio de Janeiro-RJ, 2018. Editor: J.Ribeiro Marques (o próprio autor). Foto da capa: José Carlos Lima. Ilustrações: Belém. Prefácio: Kátia Afonso Silva Loureiro.

Aracaju não é um cenário muito comum em histórias policiais. O autor, carioca de nascimento, morou lá e colaborou na Gazeta de Sergipe, onde publicou aventuras de seu personagem Epaminondas Santiago.
Aqui, o autor se coloca na trama como Jorimar (uma sigla do seu nome) mas também se assume como o citado personagem, investigando o assassinato de um amigo. O que tem de pitoresco ha história, apesar do estilo algo amador, é o turismo que o autor faz pela capital de Sergipe, citando uma porção de lugares, inclusive de comer e beber: “Lá pelas quatro horas da manhã saíram os quatro para tomar uma sopa no Barbado’s”. Um tanto incômodo é o recurso de interromper o texto a toda hora para apresentar um glossário em caixa alta, em vez de colocar como nota de rodapé ou ao final do capítulo. Outro detalhe curioso são os personagens, pelo que consta figuras reais aparecem em cena, conhecidos do autor.
O detetive está longe de ser um santo.
O romance pode ser lido, mas não acrescenta muita coisa ao gênero policial. É louvável porém que Ribeiro Marques evite a linha brutalista que envenenou a moderna literatura.

Rio de janeiro, 9 de setembro de 2021.