PERMANÊNCIAS E MUDANÇA, de Pierre Bourdieu

Estas linhas visam a tecer apreciação pessoal do texto em pauta. Primeiro, o título capitular é filosófico. Remonta ao debate entre o estático (permanência) e o vir a ser (mudança). De logo, registra o talento e a coragem de Virgina Woolf – grande incentivadora do processo de escritura feminina sobre todo e qualquer tema.

O texto de Bourdieu gravita nos eixos feminismo e preconceito. Imediatamente, dialoga com a Vida Ética de Peter Singer e com o Balanço Final de Simone de Beauvoir – nome maior do feminismo francês. No primeiro caso, pelo ser o que se sente (Singer). No segundo, pelo exemplo de resistência à opressão. É preciso, de fato, resistir sem se deixar esmagar (Beauvoir).

Defende Bourdieu que o Estado consubstancia fator institucional a serviço da reprodução da divisão de gêneros. Exemplifica a França de Pétain e a Espanha de Franco como casos extremos da preeminência absoluta masculina. Será se a Cuba de Fidel, A URSS de Stalin, a Venezuela de Maduro não somam ao modelo de Estados paternalistas e autoritários a mitigar os direitos humanos não apenas das mulheres?

Parece nítido que, historicamente, qualquer regime totalitário fascista, quer de esquerda (comunismo/socialismo/gramscismo/coletivismo/globalismo) ou de direita (nazismo), mostra-se em descompasso com a dignidade humana seja ela feminina ou masculina.

Vivos templos de que mais valem lições de superação, pelos exemplos, que as o martírio das dores dos preceitos, foram as histórias de vida de Marie Curie, polonesa naturalizada francesa; Nilse da Silveira, brasileira; Madre Teresa de Calcutá, religiosa; Margaret Tatcher, ex-primeira ministra do Reino Unido. Presentam afirmação da própria condição humana sem rótulos diferenciadores.

Por sinal, elas tiveram suas vidas documentadas em películas cinematográficas e retratam complementos imprescindíveis em prol do pensar crítico e reflexivo. No azo, com o intuito de agregar valor ao conteúdo analisado, finda-se o estudo com o pensamento de Malala Yousafzai – paquistanesa, exilada de sua pátria, ativista na luta pela educação de todos: “Um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo”. Que ventos libertários soprem na Terra...

Referência

Bourdieu, Pierre. A dominação masculina: a condição feminina e a violência simbólica. 15. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019, p. 99-127

Professora Ana Paula
Enviado por Professora Ana Paula em 29/08/2021
Código do texto: T7331056
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