RESENHA DO LIVRO: Estudo crítico científico dos esportes de equipe: O Tchoukball: o esporte de amanhã! Autor: Doutor Hermann Brandt (Prêmio THULIN da FIEP 1970). Em vias de publicação!

RESENHA DO LIVRO: Estudo crítico científico dos esportes de equipe: O Tchoukball: o esporte do futuro! Autor: Doutor Hermann Brandt (Prêmio THULIN da FIEP 1970). Está sendo publicado atualmente!

Por Océlio Antônio Ferreira

(tradutor autorizado)

SINOPSE DA RESENHA

Este livro é um passaporte para uma viagem magnífica e inesquecível às raízes do Tchoukball original, começando nos cantões suíços entre as décadas de 1960 e 1970. O Dr. Hermann Brandt, inventor do Tchoukball, chama a atenção para os problemas associados a ele. A teoria e a prática do Tchoukball são descritas em duas partes nesta obra-prima (popularmente conhecida como a Bíblia do Tchoukball), que se baseia em um profundo fundamento teórico de natureza científica. Em sua análise, o autor ressalta sua preocupação com o valor educacional do esporte moderno, que, para ele, não pode ser traduzido na construção sistemática de campeões, mas "contribui para a construção de uma sociedade humana digna". Como o Tchoukball é um "esporte sem contato", sua fórmula é simples e eficaz: <sem contato = não-violência = paz no esporte>. Consequentemente, o Tchoukball é uma ferramenta dinâmica e eficaz que nos ensina a construir a "Paz" por meio de uma atividade inclusiva, educativa e não violenta, e que promove um pluralismo que vai além da tolerância socioética no comportamento humano, gerando respeito mútuo entre diferentes classes sociais e culturas. Assim, a ideia de "fair play" é ampliada; não se trata de concessões feitas ao adversário, mas de ações conjuntas que unem as equipes para que o "fair play" e o bom jogo de cada equipe sejam transmitidos e permitam que a outra equipe jogue bem. A "Carta Universal do Tchoukball" é uma declaração geral dos princípios do tchoukball, escrita pelo Dr. Brandt, e resume os princípios e conceitos que orientam o comportamento socioesportivo dos jogadores. Todo técnico, jogador e árbitro de tchoukball deveria lê-la na íntegra para entender as causas positivas do esporte que o autor defende para a melhoria da sociedade contemporânea. Lembramos também o sucesso particular de Taiwan na década de 1980, que, graças ao apoio estratégico do "Ministério da Educação" do país, analisou sistematicamente o tchoukball cientificamente, graças a essa obra-prima do Dr. Brandt e ao trabalho multidisciplinar. O Dr. Brandt é autor de vários livros, ensaios, estudos e artigos científicos sobre diversos assuntos relacionados a esportes coletivos, psicologia esportiva, sociologia e não-violência no esporte, entre outros assuntos relevantes para o esporte moderno. O Dr. Brandt apresentou este estudo científico para chamar a atenção dos "educadores físicos" e entusiastas do esporte como uma forma de honrar e contribuir para a atividade socioesportiva e educacional.

Palavras-chave: Esporte de equipe; Tchoukball; Hermann Brandt; Prêmio Thulin da FIEP; Educação Física; Psicologia do esporte.

1 APRESENTAÇÃO DA RESENHA

Este livro é uma obra-prima da literatura científica sobre esportes coletivos. Ele foi publicado pela primeira vez na Suíça em 1971, somente em francês, e algumas décadas depois a versão em inglês foi publicada nos Estados Unidos. Uma vez resolvido o problema do idioma, o livro é fácil de ler, pois é necessário pouco conhecimento prévio para entendê-lo. Entretanto, após a leitura deste comentário, o leitor deve adquirir um exemplar impresso do livro original ou um e-book em português brasileiro, pois isso incentivará a prática correta do tchoukball. Uma das características originais deste livro é que ele se concentra em ancorar os esportes coletivos de um ponto de vista científico e social, demonstrando as diferentes fases do desenvolvimento do jogador, estimulando a concentração mental e aprimorando as funções cognitivas. Enquanto muitos outros esportes coletivos de contato total estão tentando adaptar suas regras para reduzir a alta incidência de traumas físicos dolorosos e até mesmo de agressões psicológicas. Como o Tchoukball já foi criado neste formato, com base integralmente científica, ele possui uma fórmula pré-definida para atender às demandas da sociedade. O Tchoukball é um "esporte sem contato", ele tem uma fórmula simples e eficaz: <sem contato = sem violência = paz no esporte>. Consequentemente, o Tchoukball é uma ferramenta dinâmica e eficaz que nos ensina a construir a "Paz" por meio de uma atividade inclusiva, educativa e não violenta, e que promove um pluralismo que vai além da tolerância socioética no comportamento humano, gerando respeito mútuo entre diferentes classes sociais e culturas. Em cada capítulo deste livro, são discutidas diferentes concepções de desenvolvimento psicomotor e os parâmetros que o influenciam, com base em uma análise de exemplos extraídos da prática esportiva diária. O Dr. Hermann Brandt baseou-se em seu conhecimento e experiência pessoais como médico esportivo e ex-atleta, bem como nas informações e contribuições relevantes de seus colegas e amigos que concordaram em participar desse estudo científico.

2 FUNDAMENTAÇÃO DA RESENHA

No livro "Estudo científico crítico dos esportes de equipe: Tchoukball: o esporte de amanhã!" », O autor chama a atenção para problemática associada à teoria-prática, descrita em duas partes ao longo desta obra-mestra (popularmente conhecida como a ‘Bíblia do Tchoukball’) em uma aprofundada base teórica de evidência científica. E pelos argumentos extraídos dos resultados das pesquisas e ensaios práticos realizados até chegar à recomendação final deste estudo que demonstra reiteradamente a eficácia socioeducativa deste esporte: o Tchoukball, com as crianças, adolescentes e adultos.

O Tchoukball nasceu das ideias e da pesquisa empírica do Dr. Hermann Brandt que discutiu o valor humano das atividades esportivas entre as décadas de 1960 e 1970, o Tchoukball é resultado de um estudo científico crítico avançado dos esportes de equipe que estão listados no livro, que são conhecidos como "jogos dinâmicos". O Dr. Brandt, um médico suíço da cidade de Genebra, especialista em ortopedia e biologia, tratou de inúmeros atletas gravemente feridos durante a prática de seus respectivos esportes. Ele constatou que esses traumas se deviam à execução de movimentos inadequados à fisiologia do indivíduo, bem como às diversas formas de agressão presentes em determinados esportes. Sua análise reforçou essa preocupação com o valor educativo do esporte moderno, que para ele não deveria resultar na construção sistemática de campeões, mas "contribuir para a construção de uma sociedade humana válida". A ideia de "fair play" (ou jogo limpo) é assim ampliada, não se trata de concessões feitas ao adversário, mas de ações comuns que unem as equipes para que o "fair play" e o bom jogo de cada equipe sejam transmitidos e permitam a outra equipe a jogar bem.

O doutor Hermann Brandt um médico suíço, ortopedista e biólogo, mas acima de tudo um esportista, entre as décadas de 1960 e 1970, ele fundou as Federações Suíça e Internacional de Tchoukball e é um esporte praticado hoje em dia em cerca de 180 países. O Dr. Brandt faleceu em 1971, deixando suas ricas contribuições para o esporte e para as atividades físicas humanas. O doutor Brandt foi autor de vários livros, ensaios, estudos e artigos científicos sobre diversas temáticas vinculadas aos esportes coletivos, psicologia esportiva, sociologia, e a não violência no esporte, e outras temáticas pertinentes ao campo dos esportes modernos.

Neste contexto, como visto foi o Dr. Brandt, quem idealizou o primeiro e único esporte de equipe com bases cem por cento científicas, ele projetou esse novo jogo, o Tchoukball, que exibiu como parte de seu “Estudo Crítico Científico dos Esportes de Equipe”. Visto que se joga com as mãos, o tchoukball é uma mistura da ‘Pelota Basca’ (pelo componente do frontão = Quadro de Remissão’), ‘Handebol’ (as similaridades são: 1. a área proibida e 2. a bola), do Voleibol (o fato de um jogo aéreo, ou seja, a bola não pode tocar o solo durante o - lançamento/arremesso - passe e/ou finalização, após um ponto a reposição não conta como um passe), e do ‘Basquetebol’ (são extraídas as regras três passes - passos e três segundos). No mais, trata-se de um esporte de equipe jogado com bola e um e/ou dois ‘Quadros de Remissão’: (uma superfície quadrada e metálica com rede elástica interna que tem a função de amplificar a direção da bola ao ser ricocheteada (efeito rebote) pelo ‘Quadro’ após um arremesso). O que diferencia o tchoukball de outros esportes coletivos é que ele acaba eliminando qualquer forma de agressão física e / ou psicológica entre os adversários, é justamente por isso que o Tchoukball é conhecido como o ‘Esporte da Paz’ (isto é: Não Agressão = Paz). E o fato dele ter sido inventado na Suíça e projetado em sua capital "Genebra", cidade conhecida internacionalmente como a “Capital da Paz” ou (Cidade da Paz = City of Peace), é uma feliz coincidência entre a cidade de Genebra e o Tchoukball.

Do ponto de vista de colaboradores, amigos e voluntários, é importante e interessante destacar o Prof. Michel Favre, fiel discípulo do Dr. Brandt e co-inventor do Tchoukball, o Prof. Favre escreveu um dos prefácios e colaborou na edição francesa desta obra e no texto da "Carta Universal do Tchoukball". No entanto, no final da década de 1970, este professor de matemática, treinador de atletismo e futebol na suíça, o Pr. Michel Favre, já havia se tornado um grande amigo do Dr. Brandt e do Sr. John Charles Andrews (in memoriam), professor de educação física, o então presidente da Federação Internacional de Educação Física (FIEP), esses dois dinossauros trabalharam juntos para promover o Tchoukball em todo o mundo por quatro décadas.

Lembramos também o caso particular de sucesso de Taiwan na década de 1980, que, graças ao apoio estratégico do “Ministério da Educação” do país, analisou sistematicamente o Tchoukball de forma científica por meio desta obra-mestra do Dr. Brandt, e através de um trabalho multidisciplinar de uma equipe formada por profissionais de áreas como educação física, medicina e psicologia do esporte, entre outras. Nota: Taiwan é uma República Nacionalista da China, a antiga ilha de Formosa.

Por conseguinte, essa oportuna equipe multidisciplinar avaliou a proposta cientifica e a abordagem sociológica do Tchoukball como uma modalidade ultramoderna, passando a aprová-lo transversalmente em todas as competências sócio-esportivas, mais precisamente como esporte de aprimoramentos físico-educacionais e sócio-psicológicos para todos os indivíduos. Além disso, o país conseguiu elevar o Tchoukball a um novo patamar, com treinamentos técnico-táticos e fiscos de auto-níveis e de elevada autoestima e confiança. Isso só aconteceu depois que um substancial investimento governamental o tchoukball se tornou o terceiro esporte mais popular em Taiwan, e ao longo dos anos, foram criados dezenas de clubes de tchoukball que participam de campeonatos regionais e nacionais. Assim, as crianças idade escolar aprendem tchoukball desde a ‘Iniciação Esportiva’ nas aulas de educação física escolar, e segue praticando os Tchoukball durante todos os anos escolares e, após o termino dos ciclos escolar, os ex-alunos podem continuar a jogar competitivamente e/ou simplesmente praticar para manter a saúde física e mental em clubes de Tchoukball de sua cidade em Taiwan.

Este livro contém exercícios com esquemas, imagens e muitas informações úteis - opiniões fisiológicas, psicológicas e sociológicas, com sugestões práticas, exercícios técnicos e táticos com esquemas para o necessário desenvolvimento deste esporte. Nesta perspectiva, o livro do Tchoukball é fortemente indicado na promoção de cursos e aulas de Tchoukball e suas modalidades variantes: ‘Beach Tchoukball’; ‘Tchoukball Aquático’ e o ‘Tchoukball de campo’, entre outros tipos jogos ‘Monopolar e Bipolar’, a fim de formar educadores das áreas de esportes coletivos e psicologia esportiva que trabalham com crianças, pré-adolescentes e jovens adultos em clubes de Tchoukball, escolas primárias, colégios, faculdades e universidades.

Já que este esporte tem um impacto extremamente positivo na educação para "a não violência" entre alunos de todos os níveis. É por essas razões que recomendo que todos leiam esta obra-mestra para compreender plenamente o significado psicofísico e esportivo da tese científica do Dr. Hermann Brandt e como ele inventou o esporte do futuro.

O estudo científico preparado e documentado pelo Dr. Brandt comprovou repetidamente a eficiência de sua tese toda baseada em experiências pessoais com um caráter científico sobre os esportes de equipe. Estudo esse que lhe rendeu o ‘Prêmio Thulin’ da Federação Internacional de Física - FIEP, por sua abordagem original e única aos esportes coletivos, o Tchoukball um legado deixado pelo Dr. Hermann Brandt que a humanidade pode desfrutar nos dias de hoje.

Explicando o jogo, esta obra explana sobre a ‘Cinesiologia’ e os aspectos psicossociais do Tchoukball, bem como seus valores sociais e educacionais. A análise do Dr. Hermann Brandt sobre a educação física mostra os componentes físicos, psicológicos e sociais que o levaram a criar o Tchoukball. O Dr. Brandt compara o Tchoukball a outros esportes, como futebol, handebol, basquete, vôlei e tênis. Mas o Tchoukball foi um esporte 100% inventado pela ciência.

2.1 Questões Norteadoras

Segundo o Dr. Hermann Brandt, para chegar aos princípios básicos do Tchoukball, foi apresentado dez tipos principais de problemas e quaisquer outras questões significativas, comentadas pelo autor, que também procurou demonstrar, em devido tempo, como as ciências o inspiraram e o levou a idealizar o Tchoukball!

1. Para o Dr. Hermann Brandt (1971), a atividade física deve antes de tudo ser humanizada! “Ciência sem consciência é apenas a ruína da alma”, esta continua ser à base de uma concepção humana da ciência, e é esta busca da humanidade através destas atividades físicas e esportiva que, para o autor, parece merecer a atenção do homem de ciência. Porém, racionalizar os meios técnicos do esporte me parece um contrassenso, desde que não tenhamos começado do zero: conhecer a estrutura técnica das ‘Atividades Físicas’, entender sua conduta e, consequentemente, apoiar aqueles que trabalham de maneira humana, pela contribuição do conhecimento cientifico. Não é pretensioso ou pouco realista querer humanizar as atividades físicas e esportivas? (tradução nossa).

2. O Dr. Brandt (1971) acreditava que uma pessoa sã mental e fisicamente não pode ver os efeitos sociais e coletivos negativos das grandes competições esportivas, campeonatos mundiais e as Olimpíadas sem se sentir profundamente envergonhado deles. Portanto, ao considerar o indivíduo e a comunidade no esporte como um microcosmo da sociedade maior, é necessário, antes de tudo, saber o que realmente importa? Qual é o interesse da sociedade atual? E o que precisa ser feito para alcançar esses novos desígnios sócios individuais e sócios coletivos? As arenas dos Jogos Olímpicos Internacionais, por exemplo, estão evoluindo para um interesse humano genuíno? (tradução nossa).

3. Na verdade, de acordo com o Dr. Brandt (1971) sob a consequência do termo “Humano”, encontram-se apenas afirmações muito vagas e, sobretudo, uma ostentação que busca englobar a maioria dos indivíduos para garantir que o esporte seja aceito pelas massas. Por que fazê-los aceitar isso? (tradução nossa).

4. Ao analisar a lista de esportes inscritos em eventos esportivos nacionais e internacionais, são adicionados os pequenos esportes individuais que ainda não têm reconhecimento internacional e, por último, nesta lista, são acrescentadas as 'Atividades Físicas' (aulas de ginástica, por exemplo, que não são competitivas). É difícil imaginar, até mesmo aceitar, que possamos fingir que não há opções suficientes. Embora aparentemente possa haver esporte para todos? Pergunte ao Dr. Brandt! (1971; tradução nossa).

5. As Ciências Aplicadas e as estruturas da sociedade humana não podem ser seriamente questionadas sem revelar os vínculos necessários entre a evolução da chamada sociedade, por um lado, e, por outro, a Educação Física em geral e o desporto em particular. Depois de muitos experimentos, o Dr. Hermann Brandt continuou com esta triste observação de que 'Atividades Físicas Modernas' ainda não encontrou uma estrutura que corresponda aos dados gerais da pesquisa científica?

No entanto, ainda não está é claro, porém, quais são as ciências por trás dessas vinculações? (BRANDT, 1971; tradução nossa).

6. Por assim dizer, as atividades físicas são acompanhadas por mudanças funcionais complexas e variadas, de acordo com as modalidades práticas de execução escolhidas, as respostas biológicas podem ser muito diferentes, associadas a fórmulas funcionais adaptadas às reais necessidades do organismo, e sempre com a preocupação de possibilitar execuções motoras. Não há “tipos" de reações, mas sim "reações" variáveis e paralelas a essas práticas de execução. Até que ponto essas variações podem ser planejadas, controladas e desejadas? Existe uma maneira de compreendê-las, incluí-las e mobilizá-las à vontade? Este é o problema colocado pela pedagogia moderna, enfatiza o Dr. Brandt. (1971; tradução nossa).

7. Verificou-se atualmente na humanidade que o medo do sofrimento, o medo da dor, o medo da morte por um ataque cardíaco (ou enfarte do miocárdio) tornou-se uma obsessão partilhada pelos governos, e também se tornou uma continuada preocupação de autoridades de saúde pública. No entanto, muitos buscam métodos de tratamento muito caros e mais ou menos artificiais, incluindo a liberação cirúrgica das artérias coronárias, mas as opções de prevenção disponíveis para toda a humanidade são insustentáveis e as atividades esportivas são apenas algumas delas. Por que não é possível conscientizar os governos sobre a importância dessa profilaxia coletiva, mas simples, ou seja, é a prevenção de doenças e a educação da higiene física e mental cotidiana na sociedade? Por que não discutir sobre as questões proeminentes da profilaxia coletiva de um ponto de vista fidedigno e humano? (BRANDT, 1971; tradução nossa).

8. De acordo com o Dr. Brandt (1971), para àqueles que melhor incorporam o significado de esforço, habilidade e confiabilidade. Nessas condições, o indivíduo encontra no grupo a atividade comunitária que condiciona a autoestima e se traduz em "ambições coletivas". Nesse ponto, pode surgir a questão das qualidades individuais no grupo, sendo que as mesmas tem um aspecto cultural que influencia o comportamento e dá expressão ao grupo? Em outras palavras, para trazer o problema da condição do indivíduo no grupo, é um aspecto que influencia a conduta individual e o comportamento do grupo? (tradução nossa).

9. As atividades físicas são acompanhadas por mudanças funcionais complexas e variadas; dependendo dos métodos técnicos escolhidos, as respostas biológicas podem ser muito diferentes, combinadas em fórmulas funcionais e adaptadas às reais necessidades do organismo, sempre com o objetivo de permitir o desempenho motor. Não há "um tipo" de reação, mas "reações" variáveis paralelas às execuções técnicas. Até que ponto essas variações podem ser planejadas, controladas e desejadas? Existe uma maneira de compreendê-los, incluí-los e mobilizá-los à vontade de todos? Para o Dr. Brandt, esse é o problema colocado pela pedagogia moderna. (BRANDT, 1971; tradução nossa).

10. Não podemos contentar-nos em constatar a importância dos problemas que acompanham a Educação Física e o Desporto nestes novos rumos; temos que tentar encontrar uma solução; e é isso que fazemos com o nosso negócio. Quais são nossas noções de fisiologia? Quais são os nossos métodos mais ou menos complexos, sujeitos a variação? Quais são as nossas teorias, as demandas das diversas escolas atuais, senão o direito da massa da população de participar dos benefícios das Atividades Físicas? E então, que benefícios podem derivar disso e confiar? Em que direção os esforços devem ser organizados e orientados para alcançar resultados práticos pretendidos e confiáveis? (BRANDT, 1971; tradução nossa).

2.2 Sínteses dos capítulos

O livro está dividido em cinco capítulos com diferentes padrões e argumentos em cada capítulo:

O primeiro capítulo, intitulado: "Introdução Geral", descreve a experiência do Dr. Brandt e sua compreensão da ciência à tecnologia. Segundo o autor, quando era um jovem médico começando a se aproximar da medicina esportiva, descobriu que por trás dessa primeira manifestação, existiam realidades extraordinárias chamadas: "Educação Física" e "Esporte", que abrangem uma vasta gama de processos, métodos e atividades, por outro lado existia uma ideia fragmentada, precária e rudimentar. E ao escrever seu livro, para comprovar sua tese, o Dr. Hermann Brandt procurou citar alguns especialistas de diferentes disciplinas e analisou criticamente outros estudos científicos que compartilhavam as mesmas ideias mencionadas no livro. (BRANDT, 1971, p. 09-18; tradução nossa).

No segundo capítulo, ‘Um Novo Jogo: Tchoukball’. O autor dá orientações prática das regras do jogo e faz as descrições das regras e técnicas de jogo. Em notas explicativas o autor confronta a psicofisiologia dos esportes de equipes com as necessidades educativas da Sociedade Moderna, chegando à conclusão de que lacunas graves permanecem na faixa de aplicações esportivas, diante das necessidades reveladas por estudos divergentes relacionados de alguma forma com as ‘Atividades Físicas’. Depois de muitas experiências, o Dr. Brandt permaneceu nesta triste observação de que as ‘Atividades Físicas Modernas’ ainda não encontraram uma estrutura correspondente aos dados gerais da pesquisa científica. Quais Ciências? Isto é o que vou me esforçar para tentar demonstrar mais adiante no momento oportuno quais ciências me inspiraram e conduziram a conceber o Tchoukball. Afirmou o autor. (BRANDT, 1971, p.19-34; tradução nossa).

O terceiro capítulo trata da, ‘Análise funcional do jogo em equipe’, o Dr. Brandt aborda os Componentes biológicos gerais e psicossociais, o estudo do conceito de motivação e também pondera sobre a diferença entre agressividade e a combatividade. O autor discute a respeito da Fisiologia dos exercícios físicos. Segundo o autor a influência da ciência já é aparente na fisiologia, mas agora também na psicologia e na sociologia; os métodos de análise estendem-se até aos processos neurocerebrais. As atividades físicas são acompanhadas de modificações funcionais complexas e variadas; de acordo com as modalidades técnicas escolhidas, as respostas biológicas podem ser muito diferentes, associadas em fórmulas funcionais adaptadas às reais necessidades do organismo, e sempre na preocupação de viabilizar as execuções motoras. Não há "um tipo" de reações, mas "reações" variáveis e paralelas às execuções técnicas. Até que ponto essas variações podem ser planejadas, controladas e desejadas? Existe alguma maneira de compreendê-los, incluí-los e mobilizá-los, todos, à vontade? Esse é o problema colocado pela pedagogia moderna. (BRANDT, 1971, p. 35-78; tradução nossa).

O quarto capítulo estuda ‘‘Os elementos constitutivos da equipe em ação’’, o autor conta como a psicologia do esporte nasceu e se espalhou, a partir de sua experiência diária, e destaca que tem muito em que pensar sobre ela. Incluindo argumentações de especialistas que abriram perspectivas interessantes sobre a contribuição da psicologia para as atividades físicas. O autor explica que não é necessário ser formado em psicologia ou em educação física para perceber que existe uma história de aliança e lucratividade mútua cada vez maior entre essas duas disciplinas: Psicologia e Esporte. Tornando essas disciplinas um ponto de partida para uma reflexão sobre o valor da psicologia na atividade física em geral. No mais, o autor enfatiza que as bibliografias publicadas têm gerado esperanças que correspondem às expectativas dos círculos especializados da Psicologia Esportiva. No tópico que aborda os ‘Elementos da psicologia social’, o autor cita um texto extraído do livro de Stoetzel, que confirma uma tendência de adaptação da psicologia social para o esporte. O autor Stoetzel explica que toda a psicologia prática foi qualificada e só se torna aparente por ocasião de suas manifestações externas. A psicologia individual se manifesta em termos de comportamento social através da socialização do indivíduo exigindo uma revisão constante de sua própria psicologia de acordo com seu ambiente social. Nesse contexto, Lorenz (citado pelo Dr. Brandt) afirma que o homem costuma confrontar suas parceiras ou cumplicidades a quem o autor chama de "intraespecíficas", que são congêneres, isto é, semelhantes'. (BRANDT, 1971, p. 79-110; tradução nossa).

No quinto e ultimo capítulo o ‘Tchoukball’: Introdução à parte técnica’. Segundo o autor na verdade, o ‘Quadro de Remissão’ é um amplificador de ações mecânicas e como é o caso de todas as raquetes em outros esportes. Se a fase preparatória é homocêntrica ou concêntrica, não é a obrigado por interceptação, mas deve ter a colocação de jogadores que procuram uma posição de arremesso adequada, luz de posição de dois objetivos, diretos e indiretos. Nesse sentido, a psicologia comportamental e interpessoal é a mesma para a equipe atacante e defensora e também os mesmos processos psicomotores, para o ataque e a defesa. O jogo torna-se assim um problema intelectual que permite a utilização de movimentos e técnicas para ultrapassar situações desfavoráveis. O mais difícil é a avaliação psicológica por parte do jogador das condições territoriais e funcionais da equipe adversária. O autor também fornece detalhes sobre o desenvolvimento do jogo BIPOLAR e seus efeitos educacionais. Portanto, existe um processo neuro-cerebral mais complexo que permite aos jogadores prever e prevenir situações que podem levar à vitória. Em última análise, a boa defesa é chegar a tempo ao local de recepção com os companheiros de equipe. Este amplificador mecânico é colocado para devolver a bola ao campo após o arremesso. Neste tópico, o autor também discute questões que nos aproximam de uma análise diferenciada do Tchoukball. Além de instruções para treinamento técnico-tático e a formação de equipe no Tchoukball. (BRANDT, 1971, p. 111-187; tradução nossa).

3 CONCLUSÃO

No final do livro, o doutor Brandt relata que o Tchoukball foi estudado e desenvolvido para se tornar um instrumento de trabalho para os Educadores Físicos, Recreadores e Instrutores esportivos. O autor especifica ainda que o trabalho extrai elementos fundamentais de todas as disciplinas interessadas em especial na teoria e prática da Atividade Física, e no que se refere ao conhecimento científico da Fisiobiologia, Psicologia Individual, Psicologia Coletiva conhecida como Psicologia Social. (BRANDT, 1971, p. 191-192; tradução nossa).

O Dr. Brandt se dedicou a fortalecer a sociologia como estudo dos grupos sociais e seus constituintes, que o autor define como complexos, sem deixar de lado as técnicas corporais e psicomotoras. Por estes motivos, os princípios essenciais do Tchoukball encontram-se nas propostas de cada uma destas disciplinas que trocam informações com o Tchoukball. (BRANDT, 1971; tradução nossa).

O autor apresentou este estudo científico à atenção dos ‘Educadores Físicos’ como uma homenagem a sua atividade pedagógica, da qual sempre contemplou o valor individual e o significado social no esporte e também dedicou a todos aqueles que se preocupam com o futuro da Sociedade, na esperança de encontrar homens dedicados que não tenham medo de oferecer programas socioeducativos racionais e eficazes aos seus contemporâneos. (BRANDT, 1971; tradução nossa).

Para transmitir os princípios do tchoukball, o Dr. Brandt escreveu a "Carta Universal do Tchoukball", uma mensagem global que resume os conceitos que norteiam o comportamento social dos praticantes, que todo treinador, jogador e árbitro deve ler para entender as causas do tchoukball, esporte que o inventor defende para a melhoria da sociedade. (BRANDT, 1971; tradução nossa).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO TRADUTOR DA RESENHA

A questão que permanece em aberto é: por que o tchoukball é considerado um esporte ultramoderno, o ‘Esporte da Paz’ e do futuro? Enquanto muitos outros esportes coletivos de contato físico pleno tentam adaptar suas regras para ajudar a reduzir a alta incidência de traumas físicos com lesões físicas dolorosas e agressões psicológicas. E, por outro lado, buscar gerar respeito incondicional ao adversário, promover a igualdade de gênero por meio de jogos com equipes mistas.

Durante a redação de seu livro, o Dr. Hermann Brandt citou vários especialistas internacionais e analisou criticamente alguns estudos científicos para relacionar seu raciocínio com as diferentes disciplinas discutidas e explicadas. E quanto ao conteúdo dos diferentes capítulos do livro, eles podem ser lidos separadamente sem comprometer a unidade da obra.

O leitor tem, assim, a oportunidade de aprender facilmente o que emerge do livro a respeito das reflexões de autores e especialistas de renome mundial. Esta obra-mestra internacional bem escrita e ilustrada reúne dados proeminentes sobre uma multiplicidade de assuntos interessantes conexos a esse esporte de equipe. E também acumula dados importantes sobre uma infinidade de tópicos interessantes relacionados a este esporte coletivo. É um livro que merece ser traduzido para o português brasileiro e que qualquer instrutor, atleta e entusiastas do esporte de equipe gostaria ter em seu acervo literário particular.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANDT, Hermann. Estudos Críticos e Científicos dos Esportes de Equipe - Prêmio THULIN da Federação Internacional de Educação Física - FIEP, em Lisboa - Portugal. Tradução do Francês Suíço (Helvético) em Português do Brasil: FERREIRA, Océlio Antônio. Original em francês: BRANDT, Hermann. Étude critique scientifique des sports d'équipe - Prix THULIN de la FIEP, 1970. Le Tchoukball, le sport de demain. Genève: Editions Roulet, 1971.

COMO CITAR ESSA RESENHA: FERREIRA, Océlio Antônio. Resenha do livro: Estudo crítico científico dos esportes de equipe: O Tchoukball: o esporte de amanhã! Autor: Doutor Hermann Brandt (Prêmio THULIN da FIEP 1970). Tradutor autorizado: Océlio Antônio Ferreira. Em vias de publicação! Aracaju-SE – Brasil, 08 de agosto de 2021.

AUTOBIOGRAFIA NO TCHOUKBALL DE OCÉLIO A. FERREIRA

Océlio é um ex-atleta de Tchoukball, Técnico e Árbitro Internacional de Tchoukball com formação especializada pelas Federações Suíça e Internacional de Tchoukball, jogou no Lausanne Tchoukball Clube, participou de treinamentos com a seleção Suíça de Tchoukball; fez parte da Equipe de Difusão Suíça e por dominar o idioma italiano ministrou oficinas de Tchoukball em escolas da ‘Suíça – Italiana’; Estudou o idioma francês na Escola de línguas ‘Estudos Modernos’ na vila de Morges e na Faculdade de Letras de Lausanne, ambas na Suíça entre 1990 e 1991. Foi o primeiro representante das Federações Suíça e Internacional de Tchoukball; Traduziu para o português do Brasil toda História, Estatutos para criação de Clubes e Federações de Tchoukball, as Regras de Jogo e as Regras de Arbitragem do Tchoukball; Fundou as Associações Brasileira, Sergipana e Baiana de Tchoukball; Implantou o Tchoukball nos Estados de Sergipe, São Paulo, Bahia; Fabricou os primeiros pares de ‘Quadros de Remissão’ para pratica do Tchoukball no Brasil; Criou a ‘Equipe Difusão Brasil’, então ‘Futura Seleção Brasileira de Tchoukball’; Realizou diversas apresentações e oficinas em Escolas, Clubes Sociais, Comunidades de Bairro, Ong’s, Clubes de Camping, Praias, Parques públicos, Faculdades Universidades; Ministrou cursos de formação e capacitação de Monitor, Árbitro e Instrutor de Tchoukball nas seguintes capitais: Aracaju-SE, São Paulo-SP, Salvador-BA, Rio de Janeiro-RJ, Curitiba-PA, entre outras cidades brasileiras; Océlio é especialista em Tchoukball e fez a; tradução e coautor da versão atualizada em Português do Brasil e é também autor de livros, Artigos Científicos, Apostilas de Cursos de Tchoukball. E devido à constante necessidade de traduzir, adaptar e atualizar o conteúdo desta obra-mestra 100% científica para outros idiomas, as traduções foram realizada com profundo conhecimento dos argumentos e conteúdos do Tchoukball.

Para contato com o autor da resenha:

Océlio Antônio Ferreira E-mail: ocelioaferreira@gmail.com – Celular: (79) 981413408.

CRITIQUE DU LIVRE: Étude scientifique critique des sports d'équipe - Tchoukball: le sport de demain! Auteur: Docteur Hermann Brandt (Prix FIEP THULIN 1970). Livre en cours de publication!

Par Océlio Antônio Ferreira (traducteur autorisé)

RÉSUMÉ CRITIQUE

Ce livre est un passeport pour un voyage magnifique et inoubliable aux racines du Tchoukball original, commençant dans les cantons suisses dans les années 60 et 70. Le Dr Hermann Brandt, inventeur du Tchoukball, attire l'attention sur les problèmes liés à la théorie et la pratique du Tchoukball, qui sont décrites en deux parties dans ce chef-d'œuvre (populairement connu sous le nom de Bible du Tchoukball) avec une base théorique profonde de nature scientifique. Dans son analyse, l'auteur renforce le souci de la valeur éducative du sport moderne, qui pour lui ne peut se traduire par la construction systématique de champions, mais « contribue à la construction d'une société humaine valable ». Le tchoukball étant un "sport sans contact", il présente une formule simple et efficace : <non-contact = non-violence = paix dans le sport>. Par conséquent, le Tchoukball est un outil dynamique et efficace qui nous apprend à construire la « Paix » à travers une Activité inclusive, éducative et non-violente, et promeut un pluralisme qui va au-delà de la tolérance socio-éthique dans le comportement humain, générant un respect mutuel entre les différentes classes sociales et culturelles. L'idée de « fair play » (ou franc-jeu) est ainsi élargie, il ne s'agit pas de concessions faites à l'adversaire, mais d'actions communes qui unissent les équipes pour que le « fair play » et le bon jeu de chaque équipe soient transmis et permettre à l'autre équipe de bien jouer. La « Charte universelle du tchoukball » est un énoncé générique des principes du tchoukball, préparé par le Dr Brandt, et résume les principes et concepts qui guident le comportement socio-sportif des pratiquants, que tout entraîneur, joueur, arbitre de tchoukball devrait lire en l'intégrale afin de comprendre les causes positives du sport que l'auteur défend pour l'amélioration de la société contemporaine. On se souvient aussi du cas particulier de réussite de Taiwan dans les années 1980, qui, grâce à l'appui stratégique du « Ministère de l'Éducation » du pays, a analysé systématiquement et scientifiquement le Tchoukball à travers ce chef-d'œuvre du Dr Brandt, et à travers un travail pluridisciplinaire. Il est l'auteur de nombreux publications: livres, essais, études et articles scientifiques sur divers sujets liés aux sports d'équipe, à la psychologie du sport, à la sociologie et à la non-violence dans le sport, entre autres sujets pertinents au domaine du sport moderne. Le Dr Brandt a présenté cette étude scientifique à l'attention des « éducateurs physiques » et des amateurs de sport comme un moyen d'honorer et de contribuer à l'activité socio-sportive et éducative.

Mots-clés: Sport d’équipe; Tchoukball; Hermann Brandt; Prix FIEP Thulin; Éducation physique; Psychologie du sport.