A biografia de São Carlos Borromeu

A BIOGRAFIA DE SÃO CARLOS BORROMEU
Miguel Carqueija

Resenha do opúsculo “Carlos Borromeu”, de Carla e Gianfranco Frinzi. Editora Salesiana Dom Bosco, São Paulo-SP, 1986. Coleção Heróis 22, 2ª edição. Título do original italiano: “Carlo Morromeo”. Editora Elle Di Ci, Turim. Itália. Tradução: Pier Luigi.
Este simpático livrinho conta a vida de um santo italiano do século 16, nascido na cidade de Arona, na Lombardia, em 1538, de família nobre, sendo os pais condes: Gilberto e Margarida. Ele estava destinado a ser Cardeal de Milão e um dos esteios do Concílio de Trento.
Eram tempos difíceis para a Igreja Católica! “O monge Lutero, que se rebelara abertamente contra Roma, havia conduzido uma revolta como nunca se tinha visto na história milenária da cristandade. Motivos políticos, misturados com motivos religiosos, causaram feridas incuráveis. Durante meses os soldados alemães haviam saqueado de forma tremenda a cidade eterna, em 1527, enquanto o Papa Clemente VII, trancado no Castelo Sant’Angelo, assistia impotente esta destruição.”
(São fatos esquecidos da História.)
Afinal, apesar de todos os golpes, a Igreja Católica conseguiu realizar a Contra-Reforma através do Concílio de Trento, iniciado em 1545 e várias vezes interrompido, mas afinal levado à conclusão em 1564. “No final do Concílio, em 1564, é chamado para participar da Congregação de cardeais encarregados da interpretação dos Decretos. A partir daquele momento, a aplicação do que foi estabelecido em Trento pelos padres conciliares iluminados pelo Espírito Santo, torna-se quase a principal razão de sua vida.” Note-se que Borromeu era cardeal, mas não padre, até se ordenar em 1563, pois não se exigia que os cardeais, como auxiliares do papa, fossem sacerdotes. Esse costume foi totalmente abandonado e hoje todos os cardeais são bispos.
Note-se ainda que o Concílio de Trento trouxe grandes benefícios à Igreja de Cristo.
Borromeu, ao longo de sua vida, seguiu um ritmo exaustivo de trabalho, sacrificando-se pelo povo cristão. Entretanto, sendo de família aristocrata e riquíssima, pagou, de início, o seu tributo aos costumes.
“Era quase inevitável que Carlos também, levado pelo exemplo de muitos outros, se adaptasse a um tipo de vida luxuoso. Parecia-lhe coisa totalmente natural e digna de sua condição, ter as mais belas cavalgaduras e as mobílias mais suntuosas, como também participar de ricos banquetes e alegres caçadas.” Porém, “Era somente um mal-entendido sentido da honra e da dignidade que o levava a aceitar todo aquele luxo”.
Isso mudou completamente após o Concílio de Trento, e o jovem sacerdote adquiriu a austeridade que levaria até a morte, como o fizeram outros prelados.
“Eliminadas as caçadas, os banquetes, as librés, os carros luxuosos, a Cúria romana mudou radicalmente de aspecto: os padres circulam vestidos de acordo com o seu estado e manifestam, na austeridade exterior, os sinais de uma renovação interior.”
Daí para diante será uma vida de oração, jejum, penitência, serviço a Deus e ao próximo, até sua morte em 3 de novembro de 1584. A canonização veio em 1610.
Esta pequena biografia está lavrada em estilo conciso e objetivo e merece atenta leitura.


Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2019.

imagem Canção Nova