Intruso a bordo: a força misteriosa
INTRUSO A BORDO: A FORÇA MISTERIOSA
Miguel Carqueija
Resenha do romance “A força misteriosa”, de Louis Charbonneau. Galeria Panorama, Lisboa, Portugal, sem data. Série Antecipação, 20. Título original: “Down to Earth”, “copyright” 1963 do autor. Tradução: Eduardo Saló. Capa: Correia de Pinho.
Este curioso romance, escrito em estilo sóbrio, fala de uma família com quatro pessoas — o casal, uma jovem e o menino — que passam um período de trabalho na Estação de Aterragem de Emergência nº 17, em algum lugar da Galáxia, no ano 2135. Dave Perry foi para lá com a família o que, pelo isolamento em que ficaram, não deixou de causar problemas psicológicos. Além dele acham-se no local a esposa, Alicia, a filha, Kathy, e o caçula, Jackie — este, de fato, enteado de Dave. Pode-se acrescentar o Técnico — nome dado a um autômato de aparência humana.
A história é uma densa novela policial onde uma família vai sendo aos poucos encurralada por uma presença a princípio não identificada, numa perplexidade crescente, pois aparelhos que não poderiam falhar falham, Dave é induzido a desconfiar da própria família, mas afinal se descobre que a estação, situada num remoto e desabitado planeta, foi invadida por um inimigo caviloso, perverso e implacável, capaz de tudo.
O suspense é muito bom. Não é qualquer autor que consegue combinar com habilidade os gêneros policial e ficção científica. Isaac Asimov é um deles. Com certeza, Charbonneau tem essa habilidade. Por isso, recomendo a leitura.
Por oportuno observo que o texto tem um bom aporte científico, revelando a cultura do autor. Vejam este pequeno trecho:
“A pressão mantinha-se em 950 gramas por centímetro quadrado, ligeiramente mais baixa que a normal ao nível do mar na Terra. No compartimento de descontaminação, onde a transição se iniciava, o valor indicado pelo instrumento não se modificaria, sendo a pressão de 700 gramas por centímetro quadrado, assim como a do silo: 300”.
Para quem aprecia esse tipo de informação no texto, um prato cheio.
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2021.
INTRUSO A BORDO: A FORÇA MISTERIOSA
Miguel Carqueija
Resenha do romance “A força misteriosa”, de Louis Charbonneau. Galeria Panorama, Lisboa, Portugal, sem data. Série Antecipação, 20. Título original: “Down to Earth”, “copyright” 1963 do autor. Tradução: Eduardo Saló. Capa: Correia de Pinho.
Este curioso romance, escrito em estilo sóbrio, fala de uma família com quatro pessoas — o casal, uma jovem e o menino — que passam um período de trabalho na Estação de Aterragem de Emergência nº 17, em algum lugar da Galáxia, no ano 2135. Dave Perry foi para lá com a família o que, pelo isolamento em que ficaram, não deixou de causar problemas psicológicos. Além dele acham-se no local a esposa, Alicia, a filha, Kathy, e o caçula, Jackie — este, de fato, enteado de Dave. Pode-se acrescentar o Técnico — nome dado a um autômato de aparência humana.
A história é uma densa novela policial onde uma família vai sendo aos poucos encurralada por uma presença a princípio não identificada, numa perplexidade crescente, pois aparelhos que não poderiam falhar falham, Dave é induzido a desconfiar da própria família, mas afinal se descobre que a estação, situada num remoto e desabitado planeta, foi invadida por um inimigo caviloso, perverso e implacável, capaz de tudo.
O suspense é muito bom. Não é qualquer autor que consegue combinar com habilidade os gêneros policial e ficção científica. Isaac Asimov é um deles. Com certeza, Charbonneau tem essa habilidade. Por isso, recomendo a leitura.
Por oportuno observo que o texto tem um bom aporte científico, revelando a cultura do autor. Vejam este pequeno trecho:
“A pressão mantinha-se em 950 gramas por centímetro quadrado, ligeiramente mais baixa que a normal ao nível do mar na Terra. No compartimento de descontaminação, onde a transição se iniciava, o valor indicado pelo instrumento não se modificaria, sendo a pressão de 700 gramas por centímetro quadrado, assim como a do silo: 300”.
Para quem aprecia esse tipo de informação no texto, um prato cheio.
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2021.