Uma novela de Corin Tellado
UMA NOVELA DE CORIN TELLADO
Miguel Carqueija
Resenha do livro de bolso “Eterna lua-de-mel”, de Corin Tellado. Bolsilivro, Coleção Corin Vermelha 3 – Editora Cedibra, Rio de Janeiro, GB, 1ª edição, 1975. Título original espanhol: “La rebelde Cris”. Tradução de Ernesto Gomes Novo.
Primeiramente, uma informação: até 1975 existia o Estado da Guanabara criado em 1960 ciado em 1960 quando a capital do país foi transferida do Rio de Janeiro (que até então era o Distrito Federal) para Brasília, a antiga capital passou a ser uma cidade-estado, por isso a sigla GB em vez de RJ, na referência ao endereço da editora.
A Cedibra publicava muito esses livrinhos de bolso, aos borbotões, que vendiam nas bancas de jornal. Quanto à autora espanhola, era uma rainha dos romances de amor, que antes eram conhecidos como “romances para moças”. Se bem me lembro as obras de Corin Tellado eram muito aproveitadas em novelas de rádio e televisão. E ela era extraordinariamente prolixa.
Sem embargo o presente livro é muito fraco. A autora não desenvolve ambientes e o procedimento do par romântico, Cris e Ternol, é inexplicável. De modo geral, conforme os clichês do gênero, adivinha-se facilmente quais os pombinhos que deverão se unir no final. Todavia sempre aparece algum impedimento, as mais das vezes puramente psicológico ou resultado de algum mal-entendido, que posterga o entendimento.
Mas nesta obra é tudo mal explicado. Cris é fútil, vive em festas e diversões com amigos, aparentemente sem fazer nada de útil, muito menos estudar ou trabalhar. Ela é rica, aliás. Tenol é um médico esquisitão, que teve um caso de amor fracassado, é pernóstico e, embora ambos se amem, não se entendem. Outros personagens são secundários, menos o pai e a tia de Cris.
A narrativa é perfunctória, os diálogos horríveis, ocupando espaço demais; como falam os personagens. As empregadas não têm nome nem personalidade, num triste elitismo literário. Em suma, por essa amostra não se entende o prestígio da autora. Nenhuma comparação possível com Jane Austen.
Rio de Janeiro, 24 de maio de 2021.
UMA NOVELA DE CORIN TELLADO
Miguel Carqueija
Resenha do livro de bolso “Eterna lua-de-mel”, de Corin Tellado. Bolsilivro, Coleção Corin Vermelha 3 – Editora Cedibra, Rio de Janeiro, GB, 1ª edição, 1975. Título original espanhol: “La rebelde Cris”. Tradução de Ernesto Gomes Novo.
Primeiramente, uma informação: até 1975 existia o Estado da Guanabara criado em 1960 ciado em 1960 quando a capital do país foi transferida do Rio de Janeiro (que até então era o Distrito Federal) para Brasília, a antiga capital passou a ser uma cidade-estado, por isso a sigla GB em vez de RJ, na referência ao endereço da editora.
A Cedibra publicava muito esses livrinhos de bolso, aos borbotões, que vendiam nas bancas de jornal. Quanto à autora espanhola, era uma rainha dos romances de amor, que antes eram conhecidos como “romances para moças”. Se bem me lembro as obras de Corin Tellado eram muito aproveitadas em novelas de rádio e televisão. E ela era extraordinariamente prolixa.
Sem embargo o presente livro é muito fraco. A autora não desenvolve ambientes e o procedimento do par romântico, Cris e Ternol, é inexplicável. De modo geral, conforme os clichês do gênero, adivinha-se facilmente quais os pombinhos que deverão se unir no final. Todavia sempre aparece algum impedimento, as mais das vezes puramente psicológico ou resultado de algum mal-entendido, que posterga o entendimento.
Mas nesta obra é tudo mal explicado. Cris é fútil, vive em festas e diversões com amigos, aparentemente sem fazer nada de útil, muito menos estudar ou trabalhar. Ela é rica, aliás. Tenol é um médico esquisitão, que teve um caso de amor fracassado, é pernóstico e, embora ambos se amem, não se entendem. Outros personagens são secundários, menos o pai e a tia de Cris.
A narrativa é perfunctória, os diálogos horríveis, ocupando espaço demais; como falam os personagens. As empregadas não têm nome nem personalidade, num triste elitismo literário. Em suma, por essa amostra não se entende o prestígio da autora. Nenhuma comparação possível com Jane Austen.
Rio de Janeiro, 24 de maio de 2021.