A Lotação dos Bondes – de França Júnior
Desencontra-se num bonde lotado, durante a agitação de um dia de carnaval, Joaquim Pimenta de sua esposa Josefa Pimenta; e Ramiro de Elvira, sua filha. E Joaquim procura por sua esposa, que vai ter a uma casa; e Ramiro, por sua vez, à procura de sua filha, que fôra a mesma casa. O destino providenciou a ida das duas mulheres à mesma casa. E foram ambos os homens, que estavam à procura, um, Ramiro, de sua filha, outro, Joaquim Pimenta, de sua esposa, à mesma casa.
No desenrolar da trama, saiu da casa uma turma de foliões carnavalescos, integrantes do grupo Tenentes do Diabo, Vitorino, Ernesto, Gonzaga, Magalhães e Carneiro, menos um deles, Camilo, que, pretendente à mão de Elvira, conserva-se na casa, na companhia dela.
E na casa, Joaquim Pimenta, ao se deparar com Camilo e Josefa, juntos, conclui que ele a requestava, e ele, Camilo, acredita que Joaquim Pimenta é o pai de Elvira. Dá-se uma confusão, que se desfaz assim que Ramiro, encontrando-se com Elvira, na presença de Camilo, a este se dá a conhecer como o pai dela, esclarecendo-se o caso.
Esta peça, de um ato desenrolado em dezesseis cenas, não contêm elementos que lhe conferem humor, não faz rir; foi escrito num momento de nenhuma criatividade; nem sequer a cena que narra a confusão entre Joaquim Pimenta e Camilo lhe confere teor cômico. É desprovida dos elementos cômicos que França Júnior, com desembaraço e desenvoltura, fez bom uso nas suas melhores peças “Defeito de Família”, “O Tipo Brasileiro”, “Maldita Parentela” e “Dois Proveitos em um Saco”.