5 livros fundamentais de receitas brasileiras

Sou um cozinheiro diletante. Não tenho interesse em me profissionalizar. Mesmo assim adoro cozinhar e aprender cada vez mais sobre o tema.

Com o avanço da pandemia e das medidas de isolamento, a culinária se tornou algo imprescindível no meu cotidiano. Ultimamente, cozinho quase todos os dias. Mesmo confinado e sem poder receber visitas, preparar minhas refeições continua sendo algo satisfatório e prazeroso.

Para variar o cardápio, tento acompanhar vários canais, programas, filmes, séries e sites de receitas. Contudo, minhas referências principais são os meus livros de cabeceira adquiridos nos últimos anos. Gosto de consultá-los para aprender novos pratos, aprimorar técnicas culinárias e refletir sobre uma alimentação mais adequada e sustentável.

· Básico -Enciclopédias de receitas do Brasil

Com mais de 500 receitas, o livro do Instituto Brasil tem o objetivo principal de valorizar a culinária brasileira. O trabalho da chef de cozinha Ana Luiza Trajano é fruto do que ela presenciou e descobriu em seus dezenove anos de andanças pelo pais. São pratos que compõem o rico mosaico do imenso território brasileiro: da região Amazônica, do litoral, do interior, da serra, dos sertões e muito mais… A edição em capa dura, tem belíssimas ilustrações e suas receitas utilizam medidas caseiras, o que tem facilitado muito na hora de preparar pratos deliciosos e tradicionais.

· Mesa farta

Este livro eu conheci através da indicação da chef de cozinha Paola Carossella, em seu canal de culinária no Youtube, e logo fiquei fascinado. Nele, a chef e agricultora familiar Neide Rigo demonstra que é possível e viável com os produtos da colheita regional alimentar as pessoas de forma adequada, saudável e sustentável. Sua obra traz receitas simples e saborosas de baixo custo e alto valor nutricional, elaborados com os ingredientes do campo: frutas, hortaliças e temperos diversos.

· O que tem na geladeira?

Esse livro da chef de cozinha , apresentadora e defensora da "comida de verdade" Rita Lobo, é fundamental no meu dia-dia. Com mais 200 opções para variar o cardápio, sempre aproveito algo que está sobrando na despensa. Dividido em 30 capítulos, cada um dedicado a um alimento, da abóbora ao tomate, passando pela cebola, escarola, macaxeira, batata doce, milho, repolho, entre outros. Dá para aprender diferentes tipos de cortes, técnicas de cozimento e ótimas combinações de sabores e especiarias para esses alimentos.

Direto ao pão

A obra do crítico, comentarista e consultor gastronômico, Luís Américo Camargo, é uma boa pedida para quem quer dar o ponta pé inicial na panificação caseira. São cerca de 30 tipos diferentes de pão (quase todos com fermento biológico), além de ensinar técnicas de preparados, sugestões de recheios, acompanhamentos e reaproveitamentos, num total de 40 receitas. Desde que adquiri esse livro estou me sentindo um "padeiro de apartamento". Em pouco tempo, aprendi a fazer bao (pão chinês cozido no vapor), Ciabatta e aperfeiçoei minhas massas de pão de queijo e de pizza.

· Plantas Alimentícias Não Convencionais: resgatando a soberania alimentar e nutricional

Esse livro (que possui uma versão online) foi elaborado pelo Núcleo de Inovação e Desenvolvimento em Desenvolvimento Sustentável da Universidade Caxias do Sul (NIDAS) e possui colaboradores e pesquisadores de diversas áreas. Para quem não conhece, Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) são espécies de plantas ou partes delas que poderíamos consumir, mas que não fazem parte de nossos hábitos alimentares. Muitas delas tiveram, ou ainda têm, algum consumo tradicional em determinadas regiões ou culturas, mas estão caindo em desuso. Elas são plantas nativas ou exóticas, espontâneas ou cultivadas, que estão à margem da cadeia produtiva e, por isso, desconhecidas e ignoradas pela maior parte da população. Quando devidamente identificadas e bem utilizadas para o seu preparo, tornam-se fundamentais para promover à segurança alimentar e nutricional de diversos grupos sociais.

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