O pensamento do Papa Francisco
O PENSAMENTO DO PAPA FRANCISCO
Miguel Carqueija
Resenha do livro “Quem sou eu para julgar?”, compilação de textos do Papa Francisco. Editora Casa do Mundo, São Paulo-SP, 2020. Librerie Editrice del Vaticano, 2016. Título original: “Chi sono io per giudicare?”. Tradução: Clara A. Colotto. Reunido e editado por Anna Maria Foli.
Este livro apresenta pequenos trechos escritos ou ditos em entrevistas pelo Papa Francisco, agrupados por assuntos. Sendo ele tão combatido e caluniado, em vez de analisar o livro como obra literária — afinal é apenas uma colagem feita por Anna Maria Foli — vou me limitar a citar alguns fragmentos reveladores das posições do pontífice:
“Não ao falatório” (pg. 23) — A afabilidade na comunidade é uma virtude um pouco esquecida. Ser gentil, dar lugar ao outro. Há tantos inimigos da delicadeza, a começar pelo falatório, não é? Prefere-se tagarelar, fazer mexericos sobre o outro, fustigar um pouco o outro. Sáo coisas quotidianas que acontecem a todos, também a mim.
São tentações do Maligno que não quer que o Espírito venha a nós e promova a paz, a afabilidade na comunidade cristã”.
“Aprender a levantar de novo” (pg. 53) — E o que significa o perdão? Você caiu? Levante-se! Eu o ajudarei a levantar-se, a reintegrar-se na sociedade. Sempre há o perdão e devemos aprender a perdoar. De que modo? Ajudando quem errou a reintegrar-se.”
“Liberdade e expressão “ (pg. 100) — Matar em nome de Deus é uma aberração. Creio que isso seja a coisa mais importante sobre a liberdade religiosa: deve-se praticar a religião com liberdade, sem ofender, sem impor e sem matar. (...) Muita gente fala mal das religiões, ridiculariza a religião do outro. Essas pessoas provocam. Há um limite.”
“Uma monstruosidade” (pg. 101) — Um bispo que muda a paróquia de um sacerdote quando se verifica um caso de pedofilia é um irresponsável, e a coisa melhor que pode fazer é apresentar sua demissão.”
“Crescimento demográfico e redução da natalidade” (pg. 141) — Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar num mundo diferente, alguns se limitam a propor uma redução de natalidade. Não faltam pressões internacionais sobre os países em vias de desenvolvimento, que condicionam as ajudas econômicas a determinadas políticas de “saúde reprodutiva”.
“Família e matrimônio” (pg. 176) — A família funda-se sobre o matrimônio, ato livre e fiel de amor de um homem e de uma mulher. É o amor que sela a sua união e ensina-lhes a acolher um ao outro como dádivas. O matrimônio é uma escola de amor e de fidelidade.
Lamentamos que outras formas de convivência sejam postas no mesmo nível dessa união, enquanto o conceito de paternidade e de maternidade, como vocação particular do homem e da mulher no matrimônio, santificado pela tradição bíblica, seja excluído da consciência pública” (declaração conjunta com o Patriarca Ortodoxo Kirill, da Rússia).
“O escândalo” (pg. 213) — Uma economia de exclusão e da iniquidade levou a um maior número de deserdados e de pessoas descartadas como improdutivas e inúteis.”
Como se vê, estamos diante de alguém que tem coragem para falar a verdade.
Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 2021.
O PENSAMENTO DO PAPA FRANCISCO
Miguel Carqueija
Resenha do livro “Quem sou eu para julgar?”, compilação de textos do Papa Francisco. Editora Casa do Mundo, São Paulo-SP, 2020. Librerie Editrice del Vaticano, 2016. Título original: “Chi sono io per giudicare?”. Tradução: Clara A. Colotto. Reunido e editado por Anna Maria Foli.
Este livro apresenta pequenos trechos escritos ou ditos em entrevistas pelo Papa Francisco, agrupados por assuntos. Sendo ele tão combatido e caluniado, em vez de analisar o livro como obra literária — afinal é apenas uma colagem feita por Anna Maria Foli — vou me limitar a citar alguns fragmentos reveladores das posições do pontífice:
“Não ao falatório” (pg. 23) — A afabilidade na comunidade é uma virtude um pouco esquecida. Ser gentil, dar lugar ao outro. Há tantos inimigos da delicadeza, a começar pelo falatório, não é? Prefere-se tagarelar, fazer mexericos sobre o outro, fustigar um pouco o outro. Sáo coisas quotidianas que acontecem a todos, também a mim.
São tentações do Maligno que não quer que o Espírito venha a nós e promova a paz, a afabilidade na comunidade cristã”.
“Aprender a levantar de novo” (pg. 53) — E o que significa o perdão? Você caiu? Levante-se! Eu o ajudarei a levantar-se, a reintegrar-se na sociedade. Sempre há o perdão e devemos aprender a perdoar. De que modo? Ajudando quem errou a reintegrar-se.”
“Liberdade e expressão “ (pg. 100) — Matar em nome de Deus é uma aberração. Creio que isso seja a coisa mais importante sobre a liberdade religiosa: deve-se praticar a religião com liberdade, sem ofender, sem impor e sem matar. (...) Muita gente fala mal das religiões, ridiculariza a religião do outro. Essas pessoas provocam. Há um limite.”
“Uma monstruosidade” (pg. 101) — Um bispo que muda a paróquia de um sacerdote quando se verifica um caso de pedofilia é um irresponsável, e a coisa melhor que pode fazer é apresentar sua demissão.”
“Crescimento demográfico e redução da natalidade” (pg. 141) — Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar num mundo diferente, alguns se limitam a propor uma redução de natalidade. Não faltam pressões internacionais sobre os países em vias de desenvolvimento, que condicionam as ajudas econômicas a determinadas políticas de “saúde reprodutiva”.
“Família e matrimônio” (pg. 176) — A família funda-se sobre o matrimônio, ato livre e fiel de amor de um homem e de uma mulher. É o amor que sela a sua união e ensina-lhes a acolher um ao outro como dádivas. O matrimônio é uma escola de amor e de fidelidade.
Lamentamos que outras formas de convivência sejam postas no mesmo nível dessa união, enquanto o conceito de paternidade e de maternidade, como vocação particular do homem e da mulher no matrimônio, santificado pela tradição bíblica, seja excluído da consciência pública” (declaração conjunta com o Patriarca Ortodoxo Kirill, da Rússia).
“O escândalo” (pg. 213) — Uma economia de exclusão e da iniquidade levou a um maior número de deserdados e de pessoas descartadas como improdutivas e inúteis.”
Como se vê, estamos diante de alguém que tem coragem para falar a verdade.
Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 2021.