Van Vogt e sua astronave

Resenha do romance "A astronave pirata", de A.E. Van Vogt. Editora Livros do Brasil, Lisboa, Portugal, sem data. Coleção Argonauta 114. Tradução de Eurico da Fonseca. Capa de Lima de Freitas. Título original: Rogue ship.

Embora este autor canadense esteja elencado entre os gigantes da Ficção Científica, este seu romance é confuso, inverossímil e cansativo. Fala de uma nave espacial que se dirige às estrelas, com vistas a expandir os horizontes da humanidade terrestre. É uma nave imensa com grande número de tripulantes - uma população.
Logo porém a história da nave-mundo vai se tornando exdruxula: a família Lesbee comanda durante gerações, até a revolta de Gourdy; pratica-se a poligamia, com pequenos harens; as mulheres são reduzidas à impotência. Os Lesbee parece que nunca têm irmãos. Violência, crime, traição, se sucedem. Por fim surge Awerill Hewitt, o milionário que construiu a "Esperança do Homem" e torna a ela quando a mesma reaparece na Terra após poucos meses de ausência, e esbarra com vários transtornos. A bordo da espaçonave passaram-se gerações por efeito relativistico, há conflitos internos etc.
Hewitt acaba sendo o heroi improvável da história. Nesse ponto o autor nos surpreende.
Apesar de alguns momentos melhores, é um livro difícil de ler e bem maçante.

Rio de Janeiro, 3 de julho de 2019.