SERGIPE 200 ANOS

São Paulo é a terra da garoa. Alagoas, dos generais. Bahia, de Todos os Santos. Assim é o Brasil e Sergipe não foge à regra. Temos Boquim, Terra da Laranja; Itabaiana, Terra do Ouro; São Cristóvão, a Quarta Cidade mais Antiga do Brasil. E, por aí segue uma infinidade de epítetos que caracterizam as cidades do Estado de Sergipe, evidenciando a gente sergipana e sua cultura. O amor por Sergipe, cantado repetidas vezes em verso e prosa deixa ainda a dever às demonstrações de carinho e atração por esse território brasileiro de tantas histórias. Muita gente que para cá migra acontece de aqui ficar para sempre, são indivíduos que abraçam a identidade sergipana de corpo e alma.

José Anderson Nascimento, autor de Sergipe 200 anos, outra vez demonstra seu amor pela terra onde nasceu e constrói uma história de busca e respeito pelo conhecimento, de dedicação aos estudos sobre espaços, costumes, cultura, intelectuais aqui nascidos, além de outros aspectos abordados no conjunto de toda a sua produção intelectual.

Na obra ora comentada, Anderson Nascimento esboça um painel de informações todo envolto em coloridos das fotografias feitas por Joel Luiz, Jesse Souza, Márcio Dantas, Edson Araújo e Jorge Carvalho do Nascimento. Tudo para festejar os 200 anos da emancipação política de Sergipe, que esteve atado política e administrativamente à Bahia.

O álbum de Nascimento situa o Estado de Sergipe geograficamente, discorre sobre suas bacias fluviais, rios, clima. Caracteriza as seis regiões (Aracaju, Estância, Propriá, Itabaiana, Lagarto, Nossa Senhora da Glória) com suas cidades, descrevendo suas riquezas econômico-culturais. O autor pontua as cidades tidas como as mais importantes, que são Aracaju, Itabaiana, Lagarto, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Estância. Os conteúdos sobre as regiões e cidades mais importantes são de muito significado para estudantes em geral, professores e pesquisadores. Para cada página do álbum, o olhar dos fotógrafos captou flashes artísticos que se harmonizam na composição do todo textual. Cito os exemplos das fotografias da Serra de Itabaiana, obtida pela perspectiva de Joel Luiz e a do Grupo Folclórico Parafusos, obra de Jorge Henrique.

Outra seção sobre o Estado de Sergipe aponta as datas de 8 de julho (Independência de Sergipe) e 24 de outubro, o Dia da Sergipanidade. Esse termo sergipanidade caiu na graça do gosto popular e é sempre repetido com orgulho por diversos pontos do estado. Nascimento refere-se ao Hino de Sergipe, ao Brasão que ostenta a figura do cacique Serigi; e à Bandeira de Sergipe.

Para quem tiver a curiosidade sobre a população sergipana, seus grupos étnicos, língua e religião, o álbum oferece os dados principais, lembrando que a religião mais professada é a Católica, mas deixando claro que é garantida a absoluta liberdade do cidadão em professar sua fé seja ela qual for. As instituições políticas têm destaque nas páginas da obra que lança o foco sobre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Nascimento destaca a Economia do Estado de Sergipe, atravessando dos séculos marcados pelo cultivo da cana-de-açúcar e outros produtos até as “décadas finais do século XX, com a exploração do petróleo e gás natural” e a indústria do turismo.

Quanto ao panorama da Educação, o autor diz da estrutura educacional sergipana em seus aspectos principais. No universo da Cultura surgem os nomes cravados na produção literária que enobrece Sergipe ao longo de décadas e encanta o Brasil e mesmo o mundo, a exemplo de Tobias Barreto, Sílvio Romero, Fausto Cardoso, João Ribeiro, Gilberto Amado, Hermes Fontes, entre outros.

E, por mencionar a Literatura, na qualidade de pesquisador, escritor e Presidente da Academia Sergipana de Letras, o produtor de Sergipe 200 anos reservou espaço em sua obra para essa entidade fundada em 1 de junho de 1829. É lá que está “a valiosa Biblioteca Acadêmica, guardiã de livros e de documentos relativos à trajetória da instituição durante mais de noventa anos”, como deixou anotado José Anderson Nascimento. O fechamento da obra se dá pela abordagem do desporto e da gastronomia. E quem não é apreciador da comida sergipana?