Cecília, um Dumas atípico

Resenha do romance "Cecília", de Alexandre Dumas. Editora Saraiva, São Paulo-SP, 1966. Título do original francês: "Cecile". Tradução de Augusto de Sousa. Coleção Saraiva, 214.

Consta que Alexandre Dumas, o homem que, segundo comentário que li, "parece dar vida à História", realmente foi um mestre do romance histórico e assina nada menos de 257 romances! Porém, muitos deles redigidos por escritores fantasmas a seu soldo.
Um desses deve ser este "Cecília". Muita água-com-açúcar, de final previsível e linguagem rebuscada e piegas. Parece, e é, um "romance para moças", gênero que teve a sua época em muitos milhares de obras e hoje sobrevive nos chamados "romances de amor", menos inocentes.
A história se reporta à Revolução Francesa, época de terror. Duas mulheres da nobreza, mãe e filha, fogem para a Inglaterra levando a menina Cecile, de três anos, filha e neta. O pai é morto sem poder juntar-se à fuga. 
A avó, Marquesa de la Roche Bertaud, é uma esnobe acostumada à boa vida da aristocracia fútil e orgulhosa; a mãe, Baronesa de Marsilly, é mais centrada e humilde e compreende a gravidade da situação. Na Inglaterra é um problema obter cooperação da Marquesa, que a muito custo abre mão de algumas jóias para que possam sobreviver. Quanto a Cecília, é criada em tal ignorância da vida que dá pena; mas acaba encontrando um grande amor embora a própria introdução da novela antecipe um final infeliz.
Assim é, em linhas gerais, um romance menor de Alexandre Dumas (1805-1875).

Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2021.