Entre Outras Mil é um must
Gente, prestenção: a novela da Rochele Bagatini é felomenal! Depois você me diz se eu to certa ou to errada.
É a história da Raquel, e ela não é a irmã má. Você que vê muita telenovela, não confunda. O nome dela é Raquel, não é bagunça. A nossa "helena" tem uns perrengues com a família e com a própria vida. Are baba! Não é brinquedo não: ela luta todo dia, vende maquiagem de revistinha, chique de doer. E estuda e trabalha feito um camelo, de olho nos concursos, o que é justo, muito justo, justíssimo.
O centro da trama tem tudo a ver com as mulheres e com o Brasil: quem matou Odete Roitman - digo, o que houve com a Sueli, a mãe da Raquel, que sumiu? Será que ela morreu? Jamanta não morreu. Será que ela deu um stop salgadinho no marido bafo de bode? É a treva! Será que ela foi procurar uma vida chique, bem? Ou será que a vida dela desabou... na chón? Mistéééério!
A novela é tão boa que carrega quem lê como quem vai lhe usar. E mexe com as expectativas a cada capítulo, cada mergulho é um flash. Essa não-relação entre mãe e filha dá vontade de abraçar a Raquel o tempo todo. Inshallah! A autora também usa e mostra, com sutileza, coisas de laurinha... recursos de manipulação das "videologias". (Você sabe: a formação épica dos brasileiros - e sentimental das brasileiras - é feita pela telenovela. Bonito isso, né? Eu li num livro.) Então tem cena de nhanhá, tem, tem a Xuxa, tem Nossa Senhora, tem amiga fofa, tem tia guerreira quase mãe, tem viagem pra longe, tem viagem pra dentro, tem drama, tem comédia, tem questão social, tem peruca de couve, tem tricô de tripas. Nos trinques!
E aquele final, hein? Translumbrante! ;-)