Brighid, a estranha heroína centaura

BRIGHID, A ESTRANHA HEROÍNA CENTAURA
Miguel Carqueija

Resenha do romance “A busca de Brighid”, de P.C. Cast. Editora Arlequim, Rio de Janeiro-RJ, 2011. Tradução de Elaine Moreira. Título original norte-americano: “Brighid’s quest”, copyright 2015, P.C. Cast. Sequência de “A escolha de Elphame”.

A popularização das grandes séries literárias de fantasia, cujo caminho foi aberto por J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis bem antes de Joana Rowling, tem em P.C. Cast outra autora de importância. Aqui trata-se do universo ficcional de Partholon., um reino situado em um desses mundos de fantasia, sem nenhuma ligação conhecida com a Terra.
Não vi defeitos no romance que é enorme, mais de 500 páginas, sem deslize na trama e na elaboração dos muitos personagens. Destaque para Brighid, a jovem centaura indecisa, e Cuchulain, o guerreiro humano desnorteado pela morte da mulher amada. Não li o livro anterior, peguei o bonde andando mas deu para entender bem a trama que fala em maldição e redenção, em crianças aladas que são alvo de preconceito e numa bela centaura que se enamora de um humano, apesar das diferenças entre ambos, além de invocações sobrenaturais e a presença constante de uma deusa que rege aquele mundo.
A essa altura podem estar achando que eu gostei da história. Não, eu não gostei. Acho meio intragável a centaura, que só se dá bem em seu casamento por descobrir a fórmula mística para se transformar em mulher completa, sem a parte cavalar do corpo, na hora de praticar sexo. Mesmo achando o romance indigesto (o que inclui o evidente paganismo), tenho de reconhecer que é muito bem escrito e de óbvia qualidade literária.
O final é a dica para a continuação, pois quem aparece é a vilã Fallon, que tem pouca chance de aparecer neste livro porém, tendo fugido da prisão, é claro que vai dar trabalho no livro seguinte.

Rio de Janeiro, 6 de setembro de 2020.