A noite é a minha hora de Mary Higgins Clark


         Li este livro em dois dias, o que não significa que tenha gostado tanto dele assim. Sem internet, um calor saárico e com nada  melhor para fazer não tive muitas escolhas. Gosto de livros policiais e havia acabado de ler um muito bom, resolvi arriscar. Já li outros livros dessa autora e ela não compromete. Alguns são melhores, outros menores. Esse, não acrescenta nada em termos de técnica narrativa, linguagem, valor literário e nem me fez pensar. Nem mesmo me inspirou um poema, apesar de me fazer lembrar de um outro livro: Ouvi a coruja chamar meu nome, cujo autor não me lembro. É um livro lindo e foi nele que aprendi sobre uma lenda - quando se ouve o chamado da coruja, é aviso de morte. Emprestei o livro para minha amiga Zeza e a empregada da casa dela o roubou.Sinal de bom gosto e eu nem fiquei triste. Quem rouba para comer não é ladrão e nem quem rouba para alimentar a alma. Se um dia me encontrar com outro exemplar dessa rara espécie, em uma prateleira qualquer da vida, eu o roubarei também. Por certo, que outro igual não vou comprar. Mas, deixando de lado meus roubos anunciados, desse livro posso dizer que se daqui a algum tempo provavelmente vou lê-lo de novo. É que certamente esquecerei que já o li, de tanto que nada vai ficar.E aí nem saberei que já o li, a menos que consulte a agenda onde algumas vezes anoto os nomes dos livros que leio. A protagonista é Jean Sheridan que retorna a sua cidade natal para comemorar os vinte anos de formatura na faculdade. De uma turma de noventa, quarenta e uns comparecerão: sete deles deveriam ser homenageados, mas uma delas morrera acidentalmente há um mês atrás. Faxes ameaçadores, crimes insolúveis, repórter bisbilhoteiro, segredos do passado, velhinhas simpáticas, detetive se aposentando, romances surgindo e sendo lembrados, tudo vai desfilando através de páginas bem escritas mas nada mais que isso. O grande mérito do livro, sem dúvida nenhuma é o suspense: as pistar apontam para muitos e fica difícil imaginar quem é o grande assassino. Você tem que ler até o fim para descobrir. No final nenhuma grande surpresa mas eu não identifiquei o criminoso. Suspeitos demais e um final a Mary Higgins Clark. Pena que esta história não se passe na Inglaterra e Mary Higgins Clark não seja Agatha Christie. Distribuindo estrelinhas, dou ***.