Irmã Lúcia: suas cartas
IRMÃ LÚCIA: SUAS CARTAS
Miguel Carqueija
Resenha do livro “Memórias da Irmã Lúcia”. Edição da Vice-postulação, Fátima, Portugal, 5ª edição, 1987. Capa: foto da Irmã Maria Lúcia do Imaculado Coração de Maria, tirada pelo Padre Kondor SVD em abril de 1963. Compilação: Padre Luis Kondor, SVD. Introdução e notas: Padre Dr. Joaquin M. Alonso, CMF (+1981) Imprimatur: D.Alberto, Fátima, 13 de maio de 1987.
As cartas escritas, por obediência, pela Irmã Lúcia, sobrevivente, por muitos anos, das crianças de Fátima (Francisco e Jacinta faleceram ainda crianças e são, agora, as mais jovens crianças não-mártires já canonizadas), representam extraordinário e necessário documento em torno das magníficas aparições e revelações da Virgem Maria em Fátima, vila portuguesa, entre os dias 13 de maio e 13 de outubro de 1917. A simplicidade e a humildade com que a Irmã Lúcia escreve, desdenhando seus próprios escritos que, na sua opinião, poderiam até ser queimados, é um fator a mais de credibilidade. Não houve nenhuma inteligência maldosa forjando uma história inventada, mas três crianças incultas que foram perseguidas e até ameaçadas de morte pelas autoridades locais, se caso não confessassem a “mentira”. Essas crianças não eram tão heroicas assim: se afinal de contas permaneceram firmes em seu testemunho, mesmo assustadas, é por saberem que aquela Senhora era real, era a Mãe de Jesus, vinda do Céu e não poderia ser desmentida. É de crer que, se fosse alguém da Terra que lhes viesse contar segredos, sendo ameaçadas elas admitiriam ter mentido mesmo tendo falado a verdade.
A Virgem mostrou-lhes o inferno. Avisou que a guerra em andamento (o conflito internacional de 1914 a 1918, que também envolveu Portugal) iria acabar em breve, mas se a humanidade não se convertesse viria depois outra pior, no pontificado de Pio XI. As crianças nada sabiam sobre o futuro papa.
O real início da II Guerra Mundial, a meu ver, foi a invasão da China pelo Japão em 1937. Em pleno reinado de Pio XI.
Palavras de Nossa Senhora, anotadas por Lúcia:
“Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre.
Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a Meus pedidos a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz.”
De fato, na noite de 25 de janeiro de 1938 uma extraordinária aurora boreal iluminou a Europa, ao ponto de se poder ler jornais à noite. A aurora boreal é um fenômeno geralmente restrito ao Ártico.
Somente São João Paulo II realizou a completa consagração do mundo ao Coração Imaculado Maria. Em consequência, ainda no tempo deste grande papa o comunismo caiu na Rússia e por toda a Europa Oriental. Caíram a União Soviética, a Cortina de Ferro e o Muro de Berlim.
Lúcia, para sustentar a verdade, foi muito perseguida, até dentro de casa e pela vizinhança. E pior, pelas autoridades, num tempo de governo anti-religioso. Vejam este parágrafo:
“Na Administração, fui interrogada pelo Administrador, na presença de meu Pai, meu Tio e vários outros senhores que não sei quem eram. O Administrador queria forçosamente que lhe revelasse o segredo e que lhe prometesse não voltar mais á Cova (da) Iria. Para conseguir isso, não se poupou a promessas e, por fim, ameaças. Vendo que nada conseguia, despediu-me, prometendo que o havia de conseguir, ainda que para isso tivesse de tirar-me a vida (sic).”
Mas a maldade e a mentira não têm mais força do que Deus. E em 13 de outubro de 1917, quando já se desenrolava a Revolução Comunista na Rússia, a Virgem Maria cumpriu o que prometeu: o sinal portentoso para que todos acreditassem. O milagre do Sol, testemunhado por mais de 50.000 pessoas, talvez 70.000, inclusive pessoas sem fé e inimigas da Igreja; o fenômeno foi fotografado, saiu nos jornais e vem a ser a grande chancela para as maravilhosas aparições de Fátima.
Rio de Janeiro, 14 de abril de 2020.
IRMÃ LÚCIA: SUAS CARTAS
Miguel Carqueija
Resenha do livro “Memórias da Irmã Lúcia”. Edição da Vice-postulação, Fátima, Portugal, 5ª edição, 1987. Capa: foto da Irmã Maria Lúcia do Imaculado Coração de Maria, tirada pelo Padre Kondor SVD em abril de 1963. Compilação: Padre Luis Kondor, SVD. Introdução e notas: Padre Dr. Joaquin M. Alonso, CMF (+1981) Imprimatur: D.Alberto, Fátima, 13 de maio de 1987.
As cartas escritas, por obediência, pela Irmã Lúcia, sobrevivente, por muitos anos, das crianças de Fátima (Francisco e Jacinta faleceram ainda crianças e são, agora, as mais jovens crianças não-mártires já canonizadas), representam extraordinário e necessário documento em torno das magníficas aparições e revelações da Virgem Maria em Fátima, vila portuguesa, entre os dias 13 de maio e 13 de outubro de 1917. A simplicidade e a humildade com que a Irmã Lúcia escreve, desdenhando seus próprios escritos que, na sua opinião, poderiam até ser queimados, é um fator a mais de credibilidade. Não houve nenhuma inteligência maldosa forjando uma história inventada, mas três crianças incultas que foram perseguidas e até ameaçadas de morte pelas autoridades locais, se caso não confessassem a “mentira”. Essas crianças não eram tão heroicas assim: se afinal de contas permaneceram firmes em seu testemunho, mesmo assustadas, é por saberem que aquela Senhora era real, era a Mãe de Jesus, vinda do Céu e não poderia ser desmentida. É de crer que, se fosse alguém da Terra que lhes viesse contar segredos, sendo ameaçadas elas admitiriam ter mentido mesmo tendo falado a verdade.
A Virgem mostrou-lhes o inferno. Avisou que a guerra em andamento (o conflito internacional de 1914 a 1918, que também envolveu Portugal) iria acabar em breve, mas se a humanidade não se convertesse viria depois outra pior, no pontificado de Pio XI. As crianças nada sabiam sobre o futuro papa.
O real início da II Guerra Mundial, a meu ver, foi a invasão da China pelo Japão em 1937. Em pleno reinado de Pio XI.
Palavras de Nossa Senhora, anotadas por Lúcia:
“Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre.
Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a Meus pedidos a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz.”
De fato, na noite de 25 de janeiro de 1938 uma extraordinária aurora boreal iluminou a Europa, ao ponto de se poder ler jornais à noite. A aurora boreal é um fenômeno geralmente restrito ao Ártico.
Somente São João Paulo II realizou a completa consagração do mundo ao Coração Imaculado Maria. Em consequência, ainda no tempo deste grande papa o comunismo caiu na Rússia e por toda a Europa Oriental. Caíram a União Soviética, a Cortina de Ferro e o Muro de Berlim.
Lúcia, para sustentar a verdade, foi muito perseguida, até dentro de casa e pela vizinhança. E pior, pelas autoridades, num tempo de governo anti-religioso. Vejam este parágrafo:
“Na Administração, fui interrogada pelo Administrador, na presença de meu Pai, meu Tio e vários outros senhores que não sei quem eram. O Administrador queria forçosamente que lhe revelasse o segredo e que lhe prometesse não voltar mais á Cova (da) Iria. Para conseguir isso, não se poupou a promessas e, por fim, ameaças. Vendo que nada conseguia, despediu-me, prometendo que o havia de conseguir, ainda que para isso tivesse de tirar-me a vida (sic).”
Mas a maldade e a mentira não têm mais força do que Deus. E em 13 de outubro de 1917, quando já se desenrolava a Revolução Comunista na Rússia, a Virgem Maria cumpriu o que prometeu: o sinal portentoso para que todos acreditassem. O milagre do Sol, testemunhado por mais de 50.000 pessoas, talvez 70.000, inclusive pessoas sem fé e inimigas da Igreja; o fenômeno foi fotografado, saiu nos jornais e vem a ser a grande chancela para as maravilhosas aparições de Fátima.
Rio de Janeiro, 14 de abril de 2020.