Resenha: Drácula, de Bram Stoker (Youtube: O Livro da vez por David Thomas)
Análise da Obra
1. Informações técnicas da obra:
• Título da Obra: Drácula;
• Autor/Autora da obra: Bram Stoker;
• Editora: Editora Martin Claret;
• Data de publicação: 1897 (Final do século XIX).
2. Espírito/ Essência da obra:
• Gênero textual: Romance epistolar;
• Escola Literário/Período literário: Simbolismo europeu (Subjetivismo, espiritualidade e misticismo são características que refletem o estilo desta escola);
• Ambiente físico e temporal da obra: Na atual Romênia (Transilvânia) do século XIX e nas redondezas londrinas;
• Tipo de narrador: Narrador-personagem. Lembrando que a narrativa é contada em formato epistolar. Vamos acompanhando o enredo de acordo com os relatos narrados em primeira pessoa pelos próprios personagens a outros personagens.
3. Enredo:
O romance começa com Jonathan Harker, um advogado inglês, visitando o Conde Drácula nas montanhas dos Cárpatos, na fronteira entre a Transilvânia, Bucovina e Moldávia para explicar a respeito de uma aquisição de um imóvel comprado em Londres pelo Drácula. A viagem que Jonathan Harker faz de Londres até o castelo do Conde Drácula já é interessante por si mesma. Ao longo da viagem, percebemos o espanto de todos os personagens secundários que se depararem com Harker, quando descobrem quem ele está indo visitar. Entre avisos, amuletos dados de presente e até mesmo súplicas para que ele não vá, somos aos poucos induzidos a refletir sobre o que há de tão errado nesse castelo e com seu morador. No início a excursão é bonita. Harker passa por muitos países e narra diversas paisagens interessantes. Mas assim que ele chega em Transilvânia, as características ambientais góticas começam a ser apresentadas. O Castelo do Conde Drácula fica acima de montanhas muito íngremes e muito afastado do resto da "civilização". Depois de um bom tempo de viagem, Harker é recebido pelo Conde Drácula. Logo quando chega, Harker se surpreende de imediato com algumas características do “Nosferatu” (palavra de origem húngaro-românica, sinônimo de vampiro), começando pela força ao apertar-lhe a mão, se assemelhando a um aço, além do Conde ser um velho de estatura elevada, muito bem barbeado, um grande bigode branco, veste-se todo de preto, sua pele apresenta uma certa palidez, seu corpo é frio como gelo, não se assemelhando a um ser vivo. Possuindo um nariz aquilino e suas sobrancelhas são quase juntas na testa, com dentes muito brancos e afiados e orelhas pontudas. Assim que Jonathan Harker chega no castelo, sem perceber ele é induzido pelo Drácula a trocar o dia pela noite. Sempre buscando conversar com Harker nas madrugadas a dentro e terminando rapidamente o diálogo sempre ao cantar de um galo, desaparecendo durante o dia. Outro detalhe curioso é que o Drácula sempre está presente com Harker no jantar, mas nunca participa da refeição, alegando já ter jantado antes, não comendo ou bebendo nada. Um dos momentos mais assustadores no livro é quando o Drácula, de uma forma bem cortês, informa-lhe que deverá ficar mais um mês lhe fazendo companhia e insinuando uma ameaça, também lhe “sugere” escrever uma carta para seus conhecidos através de palavras praticamente ditadas pelo Conde. Logo Harker se vê não mais como um convidado, mas sim como um prisioneiro e vamos acompanhando o crescimento de seus temores, especialmente numa noite em que Drácula fala da história de seu país, em especial das guerras, não como alguém que estudou sobre o tema, mas sim como alguém que vivenciou o período. Após se dar conta do perigo que está correndo permanecendo na companhia de Drácula, Harker começa a tramar uma fuga e numa noite observando por uma das janelas do castelo, ele vê Drácula descendo por uma das torres em direção ao abismo como se fosse uma lagartixa, de cabeça para baixo, nesse momento ele tem certeza que está diante de uma criatura não humana. Em um momento de desespero, Jonathan Harker adentra o quarto de Drácula escalando a torre, tal como vira o Conte fazer anteriormente. Ao observar o lugar (um dos momentos mais assustadores, na minha opinião), ele logo descobre que está diante de uma cripta, num antigo cemitério, com inúmeros caixões velhos ao seu redor e seu temor só piora quando encontra Drácula dormindo em um deles. Contudo o Conde Drácula estava mais jovem e com gotas de sangue na boca. Ficamos pouco menos da metade do livro na expectativa de qual fim o Drácula dará a Jonathan Harker. Por fim ele consegue fugir e desaparece da narrativa por um pequeno período. Passamos a acompanhar a partir daí a narrativa de Mina Murray, noiva de Harker, que resolve passar uma temporada na casa de sua amiga, Lucy Westenra, que numa noite tem um ataque sonâmbulo, indo até um cemitério e quando Mina faz com que ela volte a dormir, percebe que ela tem uma mordida no pescoço. Iremos nos deparar a partir desse momento com demais personagens e narrativas secundárias. Uma delas é o relato do capitão Demétrio que viaja ruma à Inglaterra com uma tripulação e em alto mar, misteriosamente, a tripulação começa a desaparecer, noite após noite, chegando somente ele no país de destino. Mina recebe uma carta de um hospital religioso informando que Jonathan Harker se encontrava lá se recuperando e que falava coisa com coisa. Mina vai até o local e ele prefere ocultar as experiências vividas, a pede em casamento ali mesmo no hospital e diz desejar esquecer as coisas que viu e começar uma nova vida, ela aceita e em seguida encontra o seu diário, ele lhe permite ver desde que não exija que ele comente ou converse sobre os acontecimentos citados no diário, até porque ele mesmo não acredita nas coisas que viu, ela prefere não ler. Pouco depois Lucy começa a adoecer de uma enfermidade que ninguém consegue diagnosticar, nesse momento entra em cena a figura do Dr. Abraham Van Helsing que logo descobre que Lucy se transformara num vampiro e alerta a todos da região sobre o inimigo que os ataca. Dr.Van Helsing cria um perseguição contra o Drácula e prepara um grupo junto com Jonathan Harker para uma caçada contra o Vampiro. Drácula morde Mina Murray e vendo-se diante de um crucifixo que o Dr. Van Helsing expõe diante dele, como um “animago” transforma-se num morcego e foge, prometendo voltar. Tudo isso ocorre nas proximidades de Londres e vendo-se perseguido, Drácula tenta voltar para o seu castelo, na Transilvânia, mas é impedido pelo grupo que finalmente o mata e com sua morte dão fim a praga do vampirismo.
1. Informações sobre a obra:
• Não foi o primeiro romance a protagonizar um vampiro, houveram outros, mas se tornou o mais famoso. John Polidoro, no confinamento com a escritora de “Frankenstein”, Mary Shelly, escreveu “O Vampiro” anos antes. Tanto que “Drácula” foi inspirado em “Carmilla, a vampira de Karnstein”, de Joseph Sheridan, publicado em 1872, exatamente 25 anos antes;
• De acordo com especulações (não há confirmação), Bram Stoker se inspirou na figura de “Vlad, O Empalador”, príncipe sanguinário da Romênia que tinha o hábito de furar os prisioneiros de guerra com lanças imensas;
• Bram Stoker serviu-se da tradição literária gótica na construção de “Drácula”;
• Foi graças a “Drácula” que Bram Stoker se tornou um autor conhecido.
1. Minha opinião sobre a obra (aspectos negativos e positivos):
• O enredo não me cativou, não estava me apagando aos personagens, etc... Mas assim que Jonathan Harker percebeu que estava preso dentro do castelo do Drácula, comecei a ficar curioso para saber como ele iria sair da situação. Em minha opinião, se o enredo girasse em torno só disso, teria sido mais interessante;
• Particularmente achei a leitura muito cansativa, lenta, tediosa e exaustivamente detalhista no que se refere a ambientação. O único aspecto que me prendeu ao enredo foi a expectativa do que o Drácula faria com Jonathan Harker no início do livro. Assim que ele foge do castelo, começamos a nos deparar com relatos de outros personagens e nesse ponto o livro fica mais cansativo ainda. Essa quebra na narrativa do Jonathan Harker para dar início aos demais personagens causa uma certa confusão no entendimento do leitor, inclusive no filme quem assiste fica confuso a respeito dos acontecimentos nesse momento também. O que me ajudou um pouco foi ler primeiro a HQ para depois partir para o romance, enquanto estava fazendo o contrário, não entendia quase nada;
• Há um momento que o narrador faz uma referência à antiga máquina fotográfica “Kodak”. Achei interessante pois há muito tempo nem me lembrava mais de sua existência;
• O Leitor irá encontrar algumas metalinguagens, tais como referências às “Mil e Uma Noites” e “Hamlet” e “Othelo”, de Shakespeare;
O momento em que a narrativa de Mina Murray inicia, o livro se torna completamente tedioso (na minha opinião, ok?!). Narrativa cansativa, exaustivamente detalhista.
7. Adaptação cinematográfica (1992), de Francis Ford Coppola:
• São duas horas de filme e de fato podemos perceber que houve pelo menos uma tentativa de copiar a obra (tanto que esta adaptação é considerada a mais fiel ao romance até o momento). Há algumas diferenças que podem ser facilmente notadas, uma delas é a própria aparência do Drácula. O Conde Drácula do livro tem uma sobrancelha peluda e que quase se junta na testa, já o do filme não tem se quer sobrancelha;
• Uma cena que eu gostaria muito de ter visto no filme é a do Drácula descendo a torre de ponta cabeça, no filme isso ocorre;
• Uma das principais diferenças que há no filme de Coppola e no livro é o romance entre Drácula e Mina, algo que não ocorre na obra original.
David Thomas Martinez
Referências Bibliográficas:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dr%C3%A1cula acesso em: 17/08/2020 às 02:55
https://www.youtube.com/watch?v=vuTOQIfacjw&t=346s acesso em: 17/08/2020 às 02:35