Introdução
Livro: Os sentidos da comunicação- 2020
Ed. 24x7
No prelo
A informação codificada é, pois, a mais importante herança que o ser humano recebe ao nascer. É a marca que o identifica com a sua espécie e reflete o grau de socialização e sofisticação que os nossos processos neurológicos internos atingiram.
Todos sabem que precisamos evitar determinadas expressões lingüísticas ou posturas corporais em público, em determinados ambientes, ou com determinadas pessoas; da mesma forma, evitamos até mesmo construir pensamentos que, a nosso juízo, pareçam ser contrários às nossas crenças e valores. E para atender a regras e padrões éticos que a sociedade nos impõe, muitas vezes, somos obrigados a disfarçar o que realmente pensamos ou sentimos.
Tudo isso resulta em uma limitação de escolha, que nós nos impomos em nome do bem estar social e do politicamente correto. E tanto pode nos fazer bem como mal, pois aquilo que a consciência não processa pelos padrões da lógica e da evidência comprovada, o inconsciente armazena como informação, na forma como foi recebida.
Sabemos que em nossa mente inconsciente habita uma riquíssima fauna de entidades psíquicas, que, nos momentos em que a consciência não exerce, ou vacila no exercício da sua vigilância, elas se mostram ao mundo exterior em toda a sua força e exuberância, muitas vezes, sugerindo pensamentos e atitudes que não conseguimos compreender. É dessa forma que nascem os complexos, as fobias, os temores exagerados, a timidez mórbida e todas as limitações de comportamento que essas estruturas neurológicas nos trazem.
Todo ato que praticamos, toda palavra que falamos, todo gesto que fazemos, é informação. Não há um único suspiro, um espirro, um soluço, um bocejo, uma postura corporal ou movimento de olhos, assim como não há um único som que o ser humano emite que não contenha uma mensagem, um ato de comunicação, onde ele está “dizendo” ao mundo algo que se passa com ele. Se recebemos uma crítica, essa é uma informação de que alguém não gostou de algo que fizemos; se for um elogio sincero, a informação é a de que gostou, ou mesmo se não for sincero, a informação é a de que a pessoa que o fez está precisando manter uma boa comunicação conosco e por isso “veste” a sua informação com uma roupagem simpática aos nossos olhos. Se alguém nos sorri, ou nos recebe com demonstrações de carinho, afeto, alegria, etc., essa é uma informação que a nossa presença ali é bem-vinda; se as demonstrações são de desagrado, podemos inferir que o contrário está acontecendo.
Enfim, tudo é informação, e se elas forem tratadas dessa forma, será possível, sempre, responder também como informação. Se eu vejo, ou escuto, ou sofro alguma ação que não combina com os meus valores, minhas crenças e critérios de julgamento, eu não preciso entrar em conflito com o informante. Ele apenas está expressando o que sabe a respeito do que está vendo, ouvindo ou sentindo. Em outras palavras, está dando sua resposta à nossa comunicação, de acordo com a capacidade informativa que tem para responder. Se quisermos nos comunicar com ele sem conflito teremos que aprender a processar a informação que dele nos chega e devolver-lhe outra que o instrua devidamente a nosso respeito.
A resposta que nós recebemos de uma pessoa é o resultado da nossa comunicação com ela, e isso, muitas vezes, independe da nossa intenção pessoal. Por isso é que, em PNL se diz que o resultado da nossa comunicação é a resposta que ela recebe. Isso significa que se alguém não nos entende, ou não nos escuta ou parece não gostar de nós, é por que algo, na informação que estamos lhe passando, ou lhe passamos em comunicações anteriores, não combina com as informações que ela tem na cabeça a nosso respeito ou a respeito da mensagem que estamos lhe enviando. Daí a resposta que ele nos dá, de repulsa, indiferença, hostilidade, desdém, etc. Dessa forma, quando uma mensagem “não entra” bem na sintonia do receptor, não é ele que não quer entender, mas sim o comunicador que está falhando na emissão da mensagem, seja pela utilização do meio errado, seja pelo conteúdo da informação.
As pessoas são mensagens vivas. E não existe poder nelas, propriamente dito, mas sim nas informações que elas têm e emitem. Por isso, este livro é um estudo sobre o poder da comunicação. Seus temas foram desenvolvidos a partir de pressupostos colocados pelas técnicas desenvolvidas pela PNL (Programação Neurolinguística). A PNL, como sabemos, é uma técnica que tem como objetivo pesquisar a experiência subjetiva humana, com o propósito de identificar e mapear os processos segundo os quais ela é construída dentro do nosso sistema neurológico.[1] E a partir dessa construção, que nós chamamos de “mapas” ou modelos mentais, nós construímos a nossa personalidade, que é igual às informações que temos do mundo e as idéias que fazemos a respeito delas.
Portanto, nós somos o que comunicamos. Uma soma das informações recebidas, acrescidas do que pensamos a respeito delas. E o que as pessoas pensam de nós é o que elas entendem que estamos comunicando. Partindo desses pressupostos podemos aquilatar a importância do tema. Esse foi o motivo pelo qual fizemos este estudo. O escopo deste trabalho é levar o leitor a pensar um pouco no assunto e cuidar, com maior relevância, das mensagens que processa e emite, com maior cuidado naquelas que recebe. Pois o que a informação recebida acrescenta em nós é que molda a nossa sabedoria. E o que a nossa sabedoria acrescenta ao mundo será a única contribuição que sobreviverá à nossa passagem por ele.
Livro: Os sentidos da comunicação- 2020
Ed. 24x7
No prelo
A informação codificada é, pois, a mais importante herança que o ser humano recebe ao nascer. É a marca que o identifica com a sua espécie e reflete o grau de socialização e sofisticação que os nossos processos neurológicos internos atingiram.
Todos sabem que precisamos evitar determinadas expressões lingüísticas ou posturas corporais em público, em determinados ambientes, ou com determinadas pessoas; da mesma forma, evitamos até mesmo construir pensamentos que, a nosso juízo, pareçam ser contrários às nossas crenças e valores. E para atender a regras e padrões éticos que a sociedade nos impõe, muitas vezes, somos obrigados a disfarçar o que realmente pensamos ou sentimos.
Tudo isso resulta em uma limitação de escolha, que nós nos impomos em nome do bem estar social e do politicamente correto. E tanto pode nos fazer bem como mal, pois aquilo que a consciência não processa pelos padrões da lógica e da evidência comprovada, o inconsciente armazena como informação, na forma como foi recebida.
Sabemos que em nossa mente inconsciente habita uma riquíssima fauna de entidades psíquicas, que, nos momentos em que a consciência não exerce, ou vacila no exercício da sua vigilância, elas se mostram ao mundo exterior em toda a sua força e exuberância, muitas vezes, sugerindo pensamentos e atitudes que não conseguimos compreender. É dessa forma que nascem os complexos, as fobias, os temores exagerados, a timidez mórbida e todas as limitações de comportamento que essas estruturas neurológicas nos trazem.
Todo ato que praticamos, toda palavra que falamos, todo gesto que fazemos, é informação. Não há um único suspiro, um espirro, um soluço, um bocejo, uma postura corporal ou movimento de olhos, assim como não há um único som que o ser humano emite que não contenha uma mensagem, um ato de comunicação, onde ele está “dizendo” ao mundo algo que se passa com ele. Se recebemos uma crítica, essa é uma informação de que alguém não gostou de algo que fizemos; se for um elogio sincero, a informação é a de que gostou, ou mesmo se não for sincero, a informação é a de que a pessoa que o fez está precisando manter uma boa comunicação conosco e por isso “veste” a sua informação com uma roupagem simpática aos nossos olhos. Se alguém nos sorri, ou nos recebe com demonstrações de carinho, afeto, alegria, etc., essa é uma informação que a nossa presença ali é bem-vinda; se as demonstrações são de desagrado, podemos inferir que o contrário está acontecendo.
Enfim, tudo é informação, e se elas forem tratadas dessa forma, será possível, sempre, responder também como informação. Se eu vejo, ou escuto, ou sofro alguma ação que não combina com os meus valores, minhas crenças e critérios de julgamento, eu não preciso entrar em conflito com o informante. Ele apenas está expressando o que sabe a respeito do que está vendo, ouvindo ou sentindo. Em outras palavras, está dando sua resposta à nossa comunicação, de acordo com a capacidade informativa que tem para responder. Se quisermos nos comunicar com ele sem conflito teremos que aprender a processar a informação que dele nos chega e devolver-lhe outra que o instrua devidamente a nosso respeito.
A resposta que nós recebemos de uma pessoa é o resultado da nossa comunicação com ela, e isso, muitas vezes, independe da nossa intenção pessoal. Por isso é que, em PNL se diz que o resultado da nossa comunicação é a resposta que ela recebe. Isso significa que se alguém não nos entende, ou não nos escuta ou parece não gostar de nós, é por que algo, na informação que estamos lhe passando, ou lhe passamos em comunicações anteriores, não combina com as informações que ela tem na cabeça a nosso respeito ou a respeito da mensagem que estamos lhe enviando. Daí a resposta que ele nos dá, de repulsa, indiferença, hostilidade, desdém, etc. Dessa forma, quando uma mensagem “não entra” bem na sintonia do receptor, não é ele que não quer entender, mas sim o comunicador que está falhando na emissão da mensagem, seja pela utilização do meio errado, seja pelo conteúdo da informação.
As pessoas são mensagens vivas. E não existe poder nelas, propriamente dito, mas sim nas informações que elas têm e emitem. Por isso, este livro é um estudo sobre o poder da comunicação. Seus temas foram desenvolvidos a partir de pressupostos colocados pelas técnicas desenvolvidas pela PNL (Programação Neurolinguística). A PNL, como sabemos, é uma técnica que tem como objetivo pesquisar a experiência subjetiva humana, com o propósito de identificar e mapear os processos segundo os quais ela é construída dentro do nosso sistema neurológico.[1] E a partir dessa construção, que nós chamamos de “mapas” ou modelos mentais, nós construímos a nossa personalidade, que é igual às informações que temos do mundo e as idéias que fazemos a respeito delas.
Portanto, nós somos o que comunicamos. Uma soma das informações recebidas, acrescidas do que pensamos a respeito delas. E o que as pessoas pensam de nós é o que elas entendem que estamos comunicando. Partindo desses pressupostos podemos aquilatar a importância do tema. Esse foi o motivo pelo qual fizemos este estudo. O escopo deste trabalho é levar o leitor a pensar um pouco no assunto e cuidar, com maior relevância, das mensagens que processa e emite, com maior cuidado naquelas que recebe. Pois o que a informação recebida acrescenta em nós é que molda a nossa sabedoria. E o que a nossa sabedoria acrescenta ao mundo será a única contribuição que sobreviverá à nossa passagem por ele.
[1] Sistema neurológico, aqui é entendido como o complexo de atividades neurais que geram os pensamentos e sentimentos que temos a respeito de determinado estímulo que recebemos do mundo exterior e a atividade neural que se processa no nosso sistema nervoso, responsável pelas respostas que damos a esses estímulos.