O Instituto - Stephen King
Resenha da primeira leitura que fiz de Stephen King
O INSTITUTO
— Stephen King
— 544 páginas
Sinopse: Luke Ellis é um garoto de 12 anos que tem uma inteligência fora do comum, por isso estuda numa escola particular especial para crianças e jovens prodígio. Porém, prestes a entrar na faculdade (sim!) ele é raptado, após ter seus pais mortos, e levado para um lugar em que há outras crianças sendo testadas e experimentadas por serem TC (telecinéticos) ou TP (telepáticos). Mas Luke não se conforma e pretende mudar a sua situação e a de todas as crianças ali no Instituto.
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>>Sobre a escrita: Stephen King sabe manter uma narrativa extensa sem cansar o leitor, isso porque usa da objetividade e da continuidade dos acontecimentos, até que nem nos damos conta do quanto já foi lido. Os fatos são narrados, geralmente, dia após dia, entrando em detalhes que às vezes podem gerar desconforto pela repetição mas que não afetam negativamente o desenvolvimento da leitura. Inclusive creio que seja até uma técnica para que o leitor não se perca e deixe passar algo importante. Pode-se dizer que SK equilibra a fluidez do livro; você quer continuar a leitura pra saber o que vai acontecer, mas também não quer ir tão rápido pra não topar com incompreensões.
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>>Sobre os personagens: O fato de Luke ser mega inteligente não é importante para os responsáveis pelo Instituto, que estão interessados na sua telecinese, mas essa inteligência é trabalhada a favor dele e do seu “heroísmo”. O autor vai trabalhando as características, principalmente psicológicas, dos personagens pra entendermos ou supormos o que irá acontecer com eles até o final. Nessa história, as crianças as quais Luke vira amigo, cada uma tem uma personalidade já sólida, embora sejam apenas crianças, e mostram ter mais experiência do que aparentam. Isso se torna um dos pontos cruciais do livro. Os responsáveis pelo Instituto subestimam o caráter e a perspicácia desses jovens, pois estão tratando-os apenas como cobaias, mas eles provam ser mais do que isso.
>>Sobre a história: A mensagem que esse livro transmite abre um viés para várias interpretações, vários significados que são importantes para o conceito que sem tem de heroísmo ou “tentar mudar o destino”. Essas crianças são sujeitas a experimentos, vexames e humilhações, fora o fato de terem perdido suas famílias ou sua infância de qualquer forma. São oprimidas e coagidas, tudo isso para “salvar o mundo”. Todos que têm algum tipo de poder são obrigados a serem super-herois? É preciso invadir a mente de uma criança para “salvar o mundo? E o direito de escolha?
Quase no final do livro o autor nos faz duvidar com explicações sobre o funcionamento do Instituto, mas ainda assim não resta dúvidas de que brincar de Deus pode ser bastante ruim, mesmo com boas intenções. Afinal de boas intenções o inferno está cheio...
Essas foram as minhas considerações sobre o livro, na verdade eu gostaria de sentar e conversar sobre ele por muito tempo e convencer a todos que nunca leram nada do Stephen King que comecem a ler, e de preferência pelo O Instituto. É um livro moderno, com linguagem direta e desenrolar maduro e inteligente. Com certeza irei procurar outros livros do autor, pois sua narrativa muito me impressionou. Espero que tenham gostado da resenha!