CABINDA, Pau de. O menino que não acredita em Deus. 1ª Ed. Maringá: Viseu, 2020. II

Uma vez eu li uma frase de um autor que não lembro o nome agora, que dizia "Se lhe ensinassem que os elfos causam a chuva, toda vez que chovesse, você veria a prova dos elfos."

A maioria das pessoas têm suas crenças condicionadas do que lhes foi ensinado desde a infância, como você fala em seu livro, mas chega um momento da vida em que passamos a questioná-las, momento que passamos a pensar por nós próprios e é aí que acontece a renovação das ideias. Estamos sempre em constante mudança, seja por influência do meio em que vivemos, seja de forma intencional. Mas ainda há aqueles - MUITOS- que não se sujeitam a mudanças e vivem caminhando em cima da pegada de outros, não se dando a oportunidade de trilhar seus próprios caminhos, de criar sua própria linha de raciocínio. Provando o que o psiquiatra Carl Jung disse uma vez; “todos nós nascemos originais e morremos cópias.”

Em algum momento do livro você conta sobre uma mulher enferma que tomou comprimidos de macaxeira dados por um padre, como farsa. Mas, de algum modo, a mulher acaba sendo curada. Você nos questiona sobre o que sarou a mulher, se foram os comprimidos ou as orações...

Eu acredito no nosso potencial de realização... Há uma explicação bem mais profunda e cheia de teorias em relação... Mas basicamente consiste em se acreditarmos veementemente em algo, esse algo acaba por acontecer. Não é milagre, não é um deus, nada disso. Somos nós.

Acredito que "Deus"(uso esse nome apenas como referência, não tem relação com o deus cristão ou de qualquer outra religião) é uma energia universal. Acredito que tudo é energia, o que na ciência é estudado através dos átomos. Nós somos partículas dessa energia núcleo, nos dando assim essa capacidade de realização, telepatia e diversos outras coisas que nas religiões são chamadas de "dons", "milagres" e etc. Nós somos Deus. Nós somos os responsáveis.

O que é parecido com a sua crença em um ser "sobrenatural" sem relacionamento com religiões. Eu acho lindo isso, de cada pessoa ter suas próprias teorias. De cada pessoa ser um mundo único e cheio de possibilidades. Veja só, você se denomina areligioso, eu me denomino agnóstica, palavras que tem significados semelhantes. Eu tenho minha estrada, minha bagagem que faz com que eu seja tal como sou. Você tem a sua... Somos pessoas diferentes, com histórias diferentes... Somos únicos e iguais ao mesmo tempo. A nossa igualdade está na nossa humanidade, na nossa busca por conhecimento, nos questionamentos. E esbarrar contigo, com o teu pensamento, nesse mundo enorme e cheio de pessoas é muito legal.

E reforça ainda mais minha bagagem... Essa partilha de conhecimentos que você fala no seu livro...

Teu livro nos faz pensar sobre todas essas coisas de forma aberta e individual. Eu AMEI... Refleti muito.

Teu relato da tua estrada até aqui... Situações que te tornaram quem tu és. Tua jornada... Isso é tão humano e bonito. Essa construção de si mesmo. Incrível.

Muito obrigada por me presentear com tuas palavras que acrescentaram e reforçaram a minha forma de pensar. Há uma parte do livro que você nos motiva a traçar nossas metas, para que alcancemos nossos objetivos. Nos diz que somos os únicos responsáveis pelo que acontece conosco. E isso é tão real e serve de tapa na cara... Todo mundo deveria ler teu livro, cristãos, budistas, muçulmanos, ateus... Enfim, humanos. E espero que ele possa alcançar o máximo de pessoas possíveis... Sou muito grata por ser uma delas.

Obrigada, obrigada. E parabéns por essa obra linda.