O Pagador de Promessas (Dias Gomes)
Dias Gomes escreveu ótimas peças teatrais, do meu ponto de vista. Entre elas estão O Bem-Amado, Roque Santeiro ou O Berço do Herói e a peça em questão: O Pagador de Promessas.
Em O Pagador de Promessas, há um conflito entre o Catolicismo e o Candomblé, religião de matriz africana. Zé do Burro faz uma promessa para Santa Bárbara em um terreiro de Candomblé, pois não havia nenhuma igreja relacionada à santa por perto, tendo ele de viajar para Salvador, para pagar a promessa na Igreja de Santa Bárbara.
Tal promessa era carregar uma cruz tão pesada quanto a de Cristo até a Igreja de Santa Bárbara, ato que revoltou o padre e o fez pensar que Zé do Burro estava tentando se igualar a Cristo, além de outros agravantes: a promessa foi feita em um terreiro de Candomblé e para salvar um burro.
Opositor ao candomblecismo, o padre não permitiu que a promessa de colocar a cruz no altar de Santa Bárbara fosse cumprida, causando outros problemas. Zé se instalou na frente da Igreja até que o padre resolver permitir que ele realizasse a promessa, o que não aconteceu.
Além de abordar a traição, o interesse da mídia também entra na história, que termina tragicamente, seguindo o modelo do antigo teatro grego.